O Surgimento da Sociologia

1 – Disserte sobre o contexto sócio-histórico, influenciado significativamente pela Revolução Industrial e pela Francesa, que motivou a consolidação da Sociologia enquanto uma ciência, através de pelo menos dois exemplos extraídos do filme “Daens - Um grito de Justiça”. 

 

A Europa, no final da idade média, passava por um processo de transição de pensamentos entre o teocentrismo e o antropocentrismo. Nesse momento, havia um grupo de pensadores e filósofos denominados iluministas que tinham em comum o objetivo de defender uma visão de sociedade proposta por eles em detrimento do absolutismo e da igreja. Nesse contexto, a sociologia foi surgindo a partir da necessidade do estudo da sociedade, havendo uma separação do que antes era a filosofia social que falava como as coisas deveriam ser para a física social. A razão começa a ser o centro da questão, a racionalidade e comprovações científicas passam a ser fundamentais para os estudiosos.

 

Neste contexto, acontecem duas revoluções: a francesa e a industrial, que impõem uma realidade em que os capitalistas corriam em busca de maiores lucros através de maior produção e ao mesmo tempo com redução nos custos, e por tanto queriam mão de obra barata.

 

O filme Daens - Um grito de justiça traz uma visão econômica, política, social e geográfica da época. Embora se passe em uma cidade pequena na Bélgica, Aalst no século XIX, entretanto demonstra a realidade capitalista após a revolução industrial vivida ao redor do mundo. Essa busca desenfreada dos capitalistas por maiores lucros e as condições precárias de trabalho em que crianças, mulheres e homens trabalhavam sob pressão com longas jornadas por pagamentos baixíssimos e que ainda tinham descontos, em forma de multas, caso não cumprissem as ordens precisas. Os pagamentos recebidos, mal pagavam suas comidas e nem saneamento básico tinham direito, mostrando a pobreza e a gritante desigualdade social, o filme retrata bem a realidade sofrida dos trabalhadores, a forma subumana em que viviam.

 

São explanadas no filme diversas destas situações, como a que os donos de fábricas decidem reduzir ainda mais os gastos na produção de tecido, passando a contratar mulheres e crianças, já que estes tinham menores remunerações, priorizando pessoas mais novas e descartando as mais velhas por consideraram estas menos hábeis na produção.  Como se já não fossem suficientemente injustas as 14 horas de jornada de trabalho, recebiam apenas 1,60 francos, sendo também reduzidos para 1,40 francos. A morte de diversas crianças devido a falta de equipamentos de proteção para manuseio das máquinas.

 

Na questão política, é notória a presença da igreja católica junto com a burguesia, ambas com poder político e sempre compartilhando dos mesmos interesses na economia e na soberania. Em que oligarcas donos das indústrias se reuniam com líderes religiosos e políticos para discutirem sobre esses assuntos.

 

Ao perceber as diversas injustiças que eram impostas aos trabalhadores e a falta de preocupação da Igreja, o Padre Deans começa a se indignar chegando ao estopim quando uma criança morre trabalhando na fábrica, assim passa a querer melhores condições para todos e começa a despertar os trabalhadores para lutar por melhores condições pois tinham este direito, então inicia-se o primeiro movimento de trabalhadores a se rebelarem contra os patrões em busca de melhores condições de trabalho. O filme retrata a construção deste movimento, com o papel fundamental na figura de líder, o Padre entra na vida política como um meio de lutar pelos direitos dos trabalhadores de serem humanos e tratados como tais.