O TRABALHO ENQUANTO DIMENSÃO CONTRADITÓRIA DA POTENCIALIDADE HUMANA NA TRAJETÓRIA DE REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA – JANE MARIA DOS SANTOS
Por: guilhermetahan • 8/3/2016 • Resenha • 708 Palavras (3 Páginas) • 490 Visualizações
RESUMO 1: O TRABALHO ENQUANTO DIMENSÃO CONTRADITÓRIA DA POTENCIALIDADE HUMANA NA TRAJETÓRIA DE REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA – JANE MARIA DOS SANTOS
O texto de Jane Maria dos Santos busca explorar o trabalho em suas dimensões positivas e negativas. Analisando o lado satisfatório, o trabalho revela uma relação homem-natureza, mas ao mesmo tempo representa uma atividade essencialmente humana e intencional. Ao comparar com os animais, a autora mostra que o trabalho do homem significa evoluir, seja no próprio trabalho ou no resultado do mesmo. As relações sociais são existentes e a criatividade mostra um lado positivo do trabalho humano.
Ao analisar o lado negativo e se baseando em Marx, a autora apresenta o trabalho como separador de classes, em que seus interesses opostos revelam uma desigualdade social e econômica. Uma classe é a dos capitalistas, os quais têm controle tanto sobre os trabalhadores, como sobre a propriedade gerida por estes. A classe dos proletários, mesmo trabalhando, não têm posse da sua própria produção. Tal fenômeno pode ser traduzido como alienação, em que o proletário está submisso e submetido ao sacrifício de produzir para o outro. A autora fala sobre a “humanização da coisa” e “coisificação do homem”, em que o capitalismo agrega mais valor a um objeto do que ao próprio ser humano. A força do homem é a única valorizada, ofuscando o lado “humano” do trabalhador. Este, “objetificado”, acaba por negar sua dimensão social.
A autora fala sobre momentos de crises, nos quais a exploração sobre o trabalhador se intensifica. Ela cita modelos de organização na história que visaram reverter épocas de crise, como o fordismo e o taylorismo (nesse processo, incentivos financeiros exigem muito do trabalhador e o resultado é a dominação). Na história, a consolidação do operário-massa e a padronização do trabalho foram responsáveis pela limitação do saber: o trabalhador, ao exercer uma função específica e repetitiva, não tem conhecimento sobre o resto da produção. O ritmo e as jornadas de trabalho se intensificam e o trabalhador é colocado ao extremo de sua capacidade. Os incentivos econômicos moldam o operário conforme o ideal capitalista.
A autora cita obras que marcam a alienação do trabalhador na história, como “Tempos Modernos” e “A classe operária vai ao paraíso”. Posteriormente, um novo modelo de trabalho surge também em resposta à crise: o toyotismo. Nesse modelo, somente se produziria o que fosse vendido, evidenciando um modo trabalhista flexível. Destaca-se a mobilidade do trabalhador, que em equipe, passa a operar diversas maquinas ao mesmo tempo. Esse novo modelo transformou a ideia de força de trabalho e modificou em partes a hierarquia trabalhista, de modo positivo. Entretanto, esse trabalho em equipe pode resultar em competitividade, individualismo e tensões internas, respectivamente. De modo geral, todos esses modelos se resumem em aumento de produção e diminuição de custos, gerando o excedente, característico do sistema capitalista. Todos estão voltados para a universalização e para a padronização da produção.
Nessa série de transformações, surgem diversas mudanças no sistema sindical, nos operários e na sociedade em si. Ao mesmo tempo, os direitos trabalhistas são deteriorados e desregulamentados. Com isso, e somado à redução do número de trabalhos formais,
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