O senso comum mudou de lado

O senso comum mudou de lado

Após uma semana de fortes protestos por todo Brasil, apesar da grande dúvida que ainda permeia os analistas um ponto já está pacificado, o senso comum mudou de lado. A sordidez dos revolucionários facebookianos está fazendo inveja em deputado, as centenas que semana passada não se cansavam de postar as estúpidas imagens com a ‘velha opinião formada sobre tudo’, “por isso que o Brasil não vai pra frente”, “político corrupto na China morre aqui é aplaudido”, “esse país é uma merda”, “gasolina que vendemos pro Paraguai lá é vendida pela metade do preço”, essas entre outras milhares de informações pseudo intelectuais que infestavam as redes sociais foram trocadas.

O chavão do momento é “o gigante acordou”, “vem pra rua”, “o povo acordou”, frases com a sapiência condizente com os que as replicam. Curioso e cômico os boçais serem exatamente os mesmos, não satisfeitos com a velha opinião formada sobre tudo optaram por serem uma metamorfose ambulante, aplaudiram e elogiaram aos quatro cantos os estádios da copa da Alemanha, e a educação e civilidade de seu povo e agora criticam nosso país sediar o mesmo evento com estádios ainda mais lindos que os de lá, já o povo, não anda tão civilizado e educado, depredações aos montes entre outras nítidas expressões de desapreço pelo seu próprio país, pra ilustrar, após um longo e sonoro canto do hino nacional pedras e tijolos no Palácio do Itamaraty, obra prima de Niemeyer que deveria ser no mínimo, orgulho nacional.

Um raio X dos manifestantes certamente não encontraria mais do que vinte por cento politizados e com interesses verdadeiros e em prol de uma melhoria social, outra minoria são os radicais que tudo depredam estão ali pela baderna, outros tantos com boas intenções e baixíssimo discernimento e uma grande maioria na base do ‘deixa a vida me levar’, entusiasmados com a fortíssima divulgação feita pela grande mídia, outra grande ironia, tão repudiada pelos manifestantes é talvez quem mais repercute e embasa os manifestantes, não obstante a isso dezenas de cartazes reproduzem bordões globais e dos outros grandes meios, tais quais, “PEC da impunidade”, a maioria não leu o texto da PEC, tão pouco sabe o que significa a sigla.

A autoafirmação juvenil parece ser o único valor reafirmado reiteradamente nas manifestações, começaram contra o aumento da passagem, passaram por PEC 37, chegaram ao combate a corrupção, entre outras centenas, não que esses temas não sejam relevantes, mas falta ao movimento o que sobrou em movimentos vitoriosos como o Fora Collor e o Diretas Já, coesão, discurso uniforme envolto a um ideal, estão perdidos em meio a uma manifestação buscando encontrarem consigo mesmo, se descobrirem, politicamente e socialmente produzem muito pouco além de uma grande quebradeira e um estado constante de alarme a qualquer tensão.

Ao que parece a mídia alcançou o que queria, criou um exército de revoltados, que embora a incluam em seu rol de inimigos a utiliza como fonte principal, como propagador de suas mensagens entre outros, o movimento nasceu viciado, pois nasceu associado aos ditames midiáticos e de tão despolitizado não enxergou a grosseira manipulação sofrida por ele próprio, agora age, aos milhares nas ruas, um gigantesco exército de inconscientes que embora exaltem