Objetivos das delegações sociais
Pesquisas Acadêmicas: Objetivos das delegações sociais. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: VERAROSA • 11/5/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 3.869 Palavras (16 Páginas) • 550 Visualizações
REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
As representações sociais têm como uma de suas finalidades tornar familiar algo não familiar, isto é, uma classificar, categorizar e nomear novos acontecimentos e ideias com as quais não tínhamos tido contato anteriormente, possibilitando, assim, a compreensão e manipulação desses novos acontecimentos e ideias a partir de ideias, valores e teorias preexistentes e internalizados por nós e amplamente aceitas pela sociedade,
"As representações que fabricamos – de uma teoria científica, de uma nação, de um objeto, etc. – são sempre o resultado de um esforço constante de tornar real algo que é incomum (não familiar), ou que nos dá um sentimento de não familiaridade. Através delas, superamos o problema e o integramos em nosso mundo mental e físico, que é, com isso, enriquecido e transformado. Depois de uma série de ajustamentos, o que estava longe, parece ao alcance de nossa mão; o que era abstrato torna-se concreto e quase normal (...) as imagens e ideias com as quais nós compreendemos o não usual apenas trazem-nos de volta ao que nós já conhecíamos e com o qual já estávamos familiarizados (Moscovici, 2007,p.58)"
IDEOLOGIA
Se tomarmos ideologia como uso de formas simbólicas para criar ou reproduzir relações de dominação, podemos concluir que as representações sociais, pelo fato de serem simbólicas, podem ser ideológicas, mas não podemos deduzir isto a priori.
Para dizer que uma representação social é ideológica, precisamos primeiro mostrar que ela serve, em determinadas circunstâncias, para criar ou reproduzir relações de dominação.
Uma Representação Social é ideológica se, com o uso de formas simbólicas, em determinadas circunstâncias, serve para criar ou reproduzir dominação. Convém aqui fazer uma breve colocação acerca do que sejam essas formas simbólicas e a dominação. As primeiras estão inseridas nos contextos sociais e correspondem a comportamentos, falas, imagens, textos, produzidos pelos indivíduos e reconhecidos por eles e pelo grupo. Dominação é “uma relação que se estabelece entre pessoas ou grupos onde uns interferem e se apropriam das capacidades ou habilidades de outros, de maneira assimétrica” (Oliveira & Werba, 1998, p.112)
A função da ideologia é nos impedir de pensar nos determinantes de nossas condições de vida.
A ideologia opera pela inversão (função social feminina), pela produção do imaginário social (explicações coerentes; prescreve à sociedade o que deve e como deve pensar, falar, sentir e agir), pelo silêncio.
A função principal da ideologia é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dar-lhes a aparência de indivisão e de diferenças naturais entre os seres humanos.
Indivisão: apesar da divisão social das classes, somos levados a crer que somos todos iguais porque participamos da ideia de “humanidade” ou da idéia de “nação” e “pátria” ou de “raça”, etc.
ALIENAÇÃO
Diferenças naturais: somos levados a crer que as desigualdades sociais, econômicas e políticas não são produzidas pela divisão social das classes, mas por diferenças individuais dos talentos e das capacidades, da inteligência, da força de vontade maior ou menor, etc.
A produção ideológica da ilusão social tem como finalidade fazer com que todas as classes sociais aceitem as condições em que vivem, julgando-as naturais, normais, corretas, justas, sem pretender transformá-las ou conhecê-las realmente, sem levar em conta que há uma contradição profunda entre as condições reais em que vivemos e as ideias.
Por exemplo, a ideologia afirma que somos todos cidadãos e, portanto, temos todos os mesmos direitos sociais, econômicos, políticos e culturais. No entanto, sabemos que isso não acontece de fato: as crianças de rua não têm direitos; os idosos não têm direitos...
Para resumir, pessoal, ideologia é um conjunto de ideias, de procedimentos, de valores, de normas, de pensamentos, de concepções religiosas, filosóficas, intelectuais, que possui certa lógica, certa coerência interna e que orienta o sujeito para determinadas ações, de uma forma partidária e responsável.
Marx investigou a alienação social. Interessou-se em compreender as causas pelas quais os homens ignoram que são os criadores da sociedade, da política, da cultura, da história, e acreditam que a sociedade não foi instituída por eles, mas por vontade e obra de deuses, da natureza, da razão...
Por que os homens não se reconhecem como sujeitos sociais, políticos, históricos, como agentes e criadores da realidade? Por que as pessoas não se percebem como sujeitos e agentes e se submetem às condições sociais, políticas, culturais, como se elas tivessem vida própria, poder próprio, vontade própria e os governassem, em lugar de serem controladas e governadas por eles?
Para compreender o fenômeno da alienação, Marx estudou o modo como as sociedades são produzidas historicamente pela práxis dos seres humanos. Verificou que, historicamente, uma sociedade sempre começa por uma divisão e que essa divisão organiza todas as relações sociais que serão instituídas posteriormente. Trata-se da divisão social do trabalho.
Na luta pela sobrevivência, os seres humanos se agrupam para explorar os recursos da natureza e dividem as tarefas dos homens adultos, das mulheres... A partir dessa divisão, organizam a primeira instituição social: a família.
ALIENAÇÃO SOCIAL
A alienação social é o desconhecimento das condições histórico-sociais concretas em que vivemos, produzidas pela ação humana, também sob o peso de outras condições históricas anteriores e determinadas. Há uma dupla alienação: por um lado, os homens não se reconhecem como agentes e autores da vida social, com suas instituições, mas por outro lado e ao mesmo tempo, julgam-se indivíduos plenamente livres, capazes de mudar sua vida como e quando quiserem, apesar das instituições sociais e das condições históricas. No primeiro caso, não percebem que instituem a sociedade; no segundo caso, ignoram que a sociedade instituída determina seus pensamentos e ações.
AS TRÊS FORMAS DE ALIENAÇÃO SOCIAL nas sociedades modernas ou capitalistas
1. A alienação social: nesta, os humanos não se reconhecem como produtores das instituições sociopolíticas e oscilam entre duas atitudes: ou aceitam passivamente tudo o que existe, por ser considerado como natural, divino ou racional, ou se rebelam
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