“Os Ritos de Passagem ” Arnold van Gennep
Por: Ana Araujo • 3/5/2017 • Resenha • 664 Palavras (3 Páginas) • 2.814 Visualizações
Etnólogo germânico Charles-Arnold Kurr van Gennep foi um dos primeiros pesquisadores a se interessar pelo estudo sistemático dos ritos, agindo de maneiro pioneira quando passa a considerar o ritual e seus mecanismos adjacentes como dado principal, tratando os ritos como fenômenos compostos de inserção a sociabilidade. Para Gennep a trajetória dos sujeitos estaria permeada de ininterruptas passagens de uma posição social para a outra. A ideia dos ritos, regidos pela decisão coletiva e dotados de um tempo e de um espaço, se caracteriza, portanto, pela necessidade do indivíduo, de transformar o mundo e a si mesmo com o intuito de viver em sociedade.
Van Gennep como forma de facilitar o entendimento dos ritos e a classificação os divide em três tipos: “ritos de separação”, “ritos de margem” e “ritos de agregação”. Todos os ritos, transpassam pelas as três fases, se diferenciando apenas pela a intensidade como cada fase realizada. Por exemplo, os ritos funerários, tem uma maior ênfase na separação. A fase de margem, especificamente, pode vir a destacar-se nas realizações cerimoniais, constituindo uma etapa autônoma. Como analise do ritual ele conceituar a margem que segundo Van Gennep pelo exame dos ritos de passagem material, revela a importância do espaço intermediário existente entre eles, como por exemplo os ritos que transcendem entre o profano e o sagrado.
No decorrer dos capítulos o autor tentar traçar um esquema classificatório sobre os ritos, isso não significa reduzir todos os ritos, a ritos de passagem, cada rito tem finalidade e significado específicos, ainda que por muitas vezes ocorra de durante os rituas ocorram certos momentos de passagens. Nestes, em que fica marcado o deslocamento entre condições de pureza e impureza, podem-se ver exemplos fundamentais para a compreensão das modificações de estados propiciados pelo cerimonial, no qual ocorre a combinação com certos ritos elaborados de modo a reduzir eventuais efeitos nocivos dessa mudança de estado.
O que permite ao autor, a concluir sobre a sobre os valores do sagrado o valor do sagrado não é fixo, mas depende da posição que a pessoa ocupa nas “sociedades especiais” entre si e em relação às “sociedades gerais”, o que nos leva a notar que as concepções de van Gennep acerca dos ritos de passagem encontram-se amparadas em determinada concepção de sociedade.
Para ele, toda “sociedade geral” é composta por “sociedades especiais”, entre as quais o indivíduo transita durante a vida (ao envelhecer ou ao mudar de atividade, por exemplo). Mas esses trânsitos adquirem caráter especial nas sociedades que o autor considera inferiores na escala civilizacional. Nestas, as divisões entre as “sociedades especiais” são mais definidas, o indivíduo se encontra inserido em certas classes, como as de idade ou de atividade, e as transições entre os diferentes domínios mostram-se assim muito marcadas.
De modo a apresentar tal ideia de sociedade, o autor lança mão da metáfora da casa dividida em quartos e corredores: quanto mais próximas da sociedade moderna, as paredes se estreitam e as portas se alargam, ao passo que entre os “semicivilizados”, as paredes se tornam mais espessas e as portas mais estreitas; nestas sociedades, com compartimentos cuidadosamente isolados uns dos outros, verificam-se atitudes formalizadas e cerimônias necessárias aos
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