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Fichamento Do Texto: Os Ritos De Passagem , Arnold Van Gennep

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Por:   •  3/9/2014  •  4.116 Palavras (17 Páginas)  •  1.814 Visualizações

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“Toda sociedade geral contém várias sociedades especiais que são tanto autônomas e possuem contornos tanto mais definidos quanto menor o grau de civilização em que se encontra a sociedade geral.”P.25

“Para passar de uma delas a quantidade das outras, para passar de camponês a operário e mesmo de servente de pedreiro, é precioso satisfazer certas condições que entretanto têm de comum assentarem somente em uma base econômica ou intelectual. Em vez disso, para individuo que é lego se torna sacerdote ou inversamente, é preciso executar cerimônia, isto é, atos de um gênero especial, ligados a uma certa tendência de sensibilidade e a determinada orientação mental. Entre o mundo profano e o mundo sagrado há incompatibilidade, a tal ponto que a passagem de um outro não pode ser feito sem um estagio intermediário.”P.25

“A vida individual, qualquer que seja o tipo de sociedade, consiste em passar, sucessivamente de uma idade a outra e de uma ocupação a outra. Nos lugares em que as idades são separadas, e também as ocupações, esta passagem é acompanhada por atos especiais, que, por exemplo, constituem, para os nossos ofícios a aprendizagem, e que entre os semicivilizados consistem em cerimônias, porque entre eles nenhum ato é absolutamente sagrado. Toda alteração na situação de um indivíduo implica ai ações e reações entre profano e sagrado, ações e reações que devem ser regulamentadas e vigiadas, a fim de a sociedade geral não sofrer nenhum constrangimento ou dano. ”P.26

“ É o próprio fato de viver que exige as passagem sucessivas de uma sociedade especial a outra e de uma situação social a outra, de tal modo que a vida individual consiste em uma sucessão de etapas, tendo por término e começo conjuntos da mesma natureza, a saber, nascimento, puberdade social, casamento, paternidade, progressão de classe, especialização de ocupação, morte.”P.26

“O indivíduo modifica-se por ter atrás de si várias etapas e atravessou várias fronteiras. Daí a semelhança geral das cerimônias. E nem o indivíduo nem a sociedade são independentes da natureza, do universo, o qual também está submetido a ritmos que afetam a vida humana.”P.27

“Também no universo há etapas e momentos de passagem, marchas para adiante e estágios de relativa parada, de suspensão. Por isso devemos associar as passagens humanas às que se relacionam com as passagens cósmicas, a saber, de um mês a outro (cerimônia de lua cheia), de uma estação a outra (solstícios, equinócios) de um ano para outro, etc. ”P.27

“Para distribuí-los em categorias, o primeiro ponto obtido foi à distinção entre duas classes de ritos; 1º os ritos simpáticos; 2º os ritos de contágio. Os ritos simpáticos são aqueles que se fundam na crença da ação de semelhante para semelhante, do contrário sobre o contrário, do continente para o conteúdo e reciprocamente, da parte sobre o todo e reciprocamente, do simulacro sobre o objeto ou o ser real e reciprocamente, da palavra sobre o ato.”P.27

“É um fato surpreendente, entretanto, que a escola animista não tenha elaborado uma rigorosa classificação das crenças e ritos por elas delimitados e que as obras dos sábios dessa escola sejam menos ensaios de sistematização do que coletâneas de paralelos, considerados isoladamente de seus ambientes e não com relação às sequências rituais.”P.27

“Deve-se ver nisso, sem dúvida, a influência de A. Bastian que, tendo encontrado na juventude o Voelkergedanke (Povos /Etinia-Pensamento, Intenção), manteve-se fiel a esse conceito até o fim de sua longa carreira com influência de E. Taylor na obra Civilização Primitiva .”P.28

“Esta dupla corrente permitiu verificar que ao lado dos ritos simpáticos e dos ritos de base animista existem grupos de base dinamista (impessoal) e ritos de contágio. Estes últimos se fundam na materialidade e na transmissibilidade, por contato ou á distância, das qualidades naturais ou adquiridas. Os ritos simpáticos não são necessariamente animistas, nem os ritos do contágio necessariamente dinamistas.”P.28

“O rito direto aquele que possui uma virtude eficiente imediata, sem a intervenção de um agente autônomo, por exemplo a imprecação (maldizer/ rogar praga), o feitiço, etc. O indireto é uma espécie de choque inicial, movimenta uma potência autônoma ou personificada ou série dessa ordem, por exemplo um demônio ou uma divindade a favor de quem realizou o rito, voto, culto(...).”P.29

“O efeito do rito é automático e do indireto faz-se por ação do retorno.”P.29

“Ao esfregar uma flecha em uma pedra carregando-a de magia, ao atirar no inimigo a flecha cai com a magia segue e fere o inimigo. A força transmitiu-se por um veículo e o rito é dinamista, de contágio, indireto.”P.29

“Ritos positivos são volições traduzidas em atos. Ritos negativos são habitualmente chamados tabus. O tabu é uma ordem de “não fazer”, “de não agir”. Psicologicamente corresponde à não-vontade (nolonté), assim como o rito positivo corresponde à vontade (volonté), é um ato e não a negação do ato. Assim como viver não consiste no contínuo não-agir, assim também o tabu não pode constituir por si só um ritual, e menos ainda uma magia. Nesse sentido o tabu não é autônomo. Só existe na medida em que é a contrapartida dos ritos positivos. Todo rito negativo tem individualidade própria se o considerarmos isoladamente, mas o tabu em geral só pode ser compreendido com relação aos ritos nativos com o qual convivem no ritual.”P.29

“Um mesmo rito pode, portanto, incluir-se em quatro categorias ao mesmo tempo, havendo, por conseguinte 16 possibilidades de classificação para determinado rito, sendo que as quatro contrárias se eliminam, de acordo com o seguinte quadro:

Ritos Animistas

Ritos Simpáticos Ritos de Contágio

Ritos Positivos Ritos Negativos

Ritos Diretos Ritos Indiretos

Ritos Animistas

P.29

“Ritos de Passagem se decompõem, quando submetidos à análise, em Ritos de separação, Ritos de margem e Ritos de agregação.”P.31

“Os

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