Participação Social
Dissertações: Participação Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Desiree2013 • 15/10/2014 • 795 Palavras (4 Páginas) • 251 Visualizações
A organização da sociedade moderna baseia-se especialmente
no princípio constitucional da liberdade dos cidadãos. Outros paradigmas
relacionados com a organização da sociedade encontram-se enunciados no
Preâmbulo da Constituição brasileira que institui “um Estado Democrático,
destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade,
a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional”.
Para Pietro Virga (apud BARACHO 1995), o Estado de Direito em
contraposição a outros tipos de Estado, reconhece ao cidadão os direitos de
liberdade ou direitos fundamentais que constituem salvaguarda contra o abuso
do poder estatal. Esse novo papel do Estado surge das transformações
sofridas pela democracia liberal, que substituiu o princípio da abstenção por um
intervencionismo diversificado, com conteúdo social, que tem como objetivo
respeitar a democracia, reduzir as desigualdades e proteger os fracos contra os
fortes.
Desse modo, durante a década de 80, com a supressão dos
regimes autoritários que prevaleciam na América Latina, surge a participação
cidadã como instrumento para um potencial aprofundamento da democracia.
Tem início no continente, um processo de descentralização de poder que
impulsiona mudanças na dinâmica da participação popular nos negócios do
Estado.
Em decorrência desse movimento, houve pressão por parte da
sociedade para que o Estado propiciasse direitos concretos aos indivíduos,
levando em conta o contexto social e econômico existente, de forma a
aumentar os direitos e as liberdades anteriormente conquistados.
Para atender a esses anseios, o Estado ao implementar políticas
públicas precisa reconhecer a existência de conflitos de interesses numa
sociedade plural de forma a promover a ampliação e a consolidação de esferas
públicas democráticas para que sejam simultaneamente respeitados os direitos
à igualdade e à diferença (COMPARATO, 2003). As políticas públicas passam
a funcionar, portanto, como instrumento de aglutinação de interesses diversos
em torno de objetivos comuns, podendo ser utilizadas pelo Estado como
elemento de planejamento, racionalização e participação popular.
Os direitos fundamentais passam a ter conteúdo social, através
da introdução dos direitos sociais referentes ao trabalho, assistência e
atividade econômica, em seguida aparecem os direitos dos grupos (família,
associações, sindicados, mediadores e corpos intermediários), e por último, os
direitos econômicos e sociais ampliam os direitos civis já apropriados (seguro
social, trabalho, lazer, educação, cultura e greve). Verifica-se, todavia que se
trata de uma conquista tardia, pois alguns desses direitos que começaram a
ser exercidos pelos cidadãos ingleses no século XVIII, só no final do século XX
passaram a ser pleiteados pelos latino-americanos5.
A importância das políticas públicas na consolidação da
democracia tornou-se evidente quando a sociedade foi em busca de formas de
concretização dos direitos de primeira geração, em particular os direitos
humanos. Em seguida, foram perseguidos os direitos sociais de segunda
geração que visavam garantir o exercício do primeiro e estavam vinculados aos
5 Inicialmente foram estabelecidos os direitos civis no século XVIII, depois surgiram os direitos
políticos no século XIX e finalmente os direitos sociais no século XX (Marshall, 1967).
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direitos econômicos, sociais e culturais. Os de terceira geração são os mais
abstratos, pois englobam os direitos das gerações futuras, como por exemplo
os referentes ao meio ambiente (CARVALHO,
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