Quando O Limite é Desejado

Quando o limite é desejado!

A sociedade de nosso tempo conquistou um nível de desenvolvimento científico e tecnológico que possibilitou grandes avanços em vários campos de conhecimento. Na esfera das tecnologias de informação a internet representou um dos maiores avanços, não apenas no que diz respeito ao acesso à informação, mas também, e cada vez com mais intensidade, como um meio de contato entre as pessoas.

Esse novo paradigma, criado pela revolução tecnológica, trouxe vantagens e possibilidades: o acesso à informação, à produção científica, à educação a distância, ao lazer; são inúmeras também as aplicações das novas tecnologias no campo das ciências médicas. Por outro lado, os sujeitos sentem-se pressionadas a estarem cada vez mais inseridos nesse novo modelo de interação. O sentido e a necessidade da conectividade distorcem a noção da ética nas relações, do respeito ao limite do outro. Mesmo assim, no imaginário social, especialmente quando visto pelo senso comum, estar na rede é estar no mundo.

Certo é que a internet trouxe muitas contribuições à vida em sociedade, mas também tem se tornado um problema quando o indivíduo perde e noção entre o público e o privado. A necessidade de estar na rede faz com muitas pessoas exponham suas vidas de uma forma irrestrita e, depois, sofram com a perda de sua privacidade e com a invasão da sua individualidade. Outro problema é quando informações estratégicas, que deveriam ser tratadas com sigilo, vazam para os internautas. Os danos que uma situação como essa gera podem ser observados no recente caso do Wikileaks que levou à prisão de seu idealizador e responsável pelo divulgação de informações confidenciais de governos do mundo todo, em especial dos USA. Não há como negar que algumas informações, por mais interessantes ou potencialmente vendáveis, devem permanecer sob cuidado dos gestores públicos para garantir a ordem social e evitar que a sociedade sofra com a especulação e mau uso de dados sigilosos.

A solução reside no resgate da ética e o respeito à individualidade do sujeito e os limites necessários e impostos pelas instituições. Quer sejam elas do segmento público ou privado. O bom senso deve ser um componente sempre presente na vida das pessoas, criando uma prática de inserção social comprometida por valores, garantindo a individualidade de cada cidadão.

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