Questões relativas à proteção do meio ambiente

Atualmente está na moda cuidar e discutir questões relativas à proteção do meio ambiente. Todo mundo quer ser sustentável -- a mídia, as empresas, as escolas, enfim, nos quatro cantos da terra só se fala nisso.

Mas a verdade é uma só. Quando o mundo nos oferece a oportunidade de ser sustentável, ou seja, quando efetivamente temos que aplicar algo benéfico em prol do meio ambiente, colocamos mil empecilhos à frente. Sabe por quê? Porque ser sustentável dá trabalho, muda a nossa vida e nós não gostamos disso. Mudar traz um desconforto enorme. Com o fim das sacolas descartáveis, por exemplo, cansei de ir ao mercado e me esquecer de levar a famosa sacola reutilizável. Até que um dia resolvi deixar no porta malas do carro de vez. Encontrei a solução! A minha solução, mas foi a forma que criei para me adaptar a essa mudança.

O que precisamos entender é que o nosso sacrifício é o que vai mudar o mundo. A sociedade precisa discutir o assunto com mais responsabilidade. Não vejo uma participação efetiva. Poucos estão disponíveis para mudança de comportamento, sair da tal “zona de conforto” de telespectador crítico para se tornarem pessoas inspiradas, criativas e engajadas a ajudar na solução do problema.

A sociedade precisa agir e pensar em favor do seu semelhante e consequentemente será beneficiada de forma individual.

Dessa maneira, entendo a volta das sacolas descartáveis como um retrocesso à sociedade. Existem milhões de pessoas tentando demonstrar à sociedade que o uso dessas sacolas traz danos ao meio ambiente. Veja, eu não tenho dúvidas da legítima preocupação do Ministério Público em proteger o cidadão, principalmente aqueles que não possuem carro, os que vão ao supermercado a pé, ou mesmo com uma bicicleta ou moto e ficam impossibilitados de carregar seus produtos.

É obvio que atualmente as pessoas precisam aproveitar ao máximo seu tempo, sendo que é usual sair do trabalho e passar no supermercado antes de ir para casa. Porém, precisamos buscar uma forma de nos adaptar as mudanças cotidianas, não só com a ausência das sacolinhas descartáveis, mas também com relação a outros aspectos comportamentais que prejudicam uma melhor qualidade de vida.

Cada um deve encontrar sua maneira de levar os produtos para casa. E com certeza encontrará. Penso que deveríamos seguir os exemplos de outros países, em que são oferecidos sacos feitos com derivados do milho ou papel reciclado, como é o caso dos Estados Unidos. Países como a França, fornecem incentivos federais para as empresas que produzem sacolas biodegradáveis. Existem, também, os países que extinguiram totalmente a sacolinha plástica descartável, como é o caso da Índia.

Eu acredito que existe uma solução mais sustentável do que simplesmente determinar a volta das sacolinhas descartáveis, em prol do direito costumeiro do consumidor. Não podemos deixar apenas para os supermercados encontrarem a solução. A solução deve ser buscada pela sociedade e não direcionar nossos olhares com ângulo benéfico ao supermercado, pois existe algo muito mais importante nisso tudo, que se chama sustentabilidade de todos nós.

Não quero acreditar que o direito do consumidor se sobressaia sobre o direito ambiental, até porque se continuarmos agindo assim, de