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RESENHA DESCRITIVA DA OBRA - UM DISCURSO SOBRE AS CIÊNCIAS

Por:   •  20/11/2017  •  Resenha  •  886 Palavras (4 Páginas)  •  1.307 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

INSTITUTO DE TECNOLOGIA

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO

RESENHA DESCRITIVA DA OBRA “UM DISCURSO SOBRE AS CIÊNCIAS” DE BOAVENTURA DE SOUSA SANTOS

TURMA: Vespertino – 2017

DOCENTE: Cybelle Salvador Miranda

DISCENTE: Gabrielle de Jesus de Souza Arnour da Silva

BELÉM, PARÁ

2017

"Um discurso sobre as ciências", de autoria do professor Boaventura de Sousa Santos, com direitos reservados a editora Cortez, 5a edição, 2008, publicado em São Paulo.

Um Discurso Sobre as Ciências é uma versão ampliada da Oração de Sapiência que o autor Boaventura de Sousa Santos proferiu na abertura solene das aulas da Universidade de Coimbra, no ano letivo de 1985/86. Nesta obra o mesmo defende uma posição epistemológica antipositivista, afirmando que “[...] todo o conhecimento científico é socialmente construído [...]” (SANTOS, 1987, 5ª ed. 2008, pág. 9) e divide sua argumentação em três tópicos principais: O Paradigma Dominante, A Crise do Paradigma Dominante e O Paradigma Emergente, esse último dividido em quatro teses justificadas.

No Paradigma Dominante, Santos caracteriza a realidade em que a ordem científica foi instaurada, atentando ao fato de que do século XVI ao XIX houve um domínio basicamente das ciências naturais, e só depois este modelo de racionalidade se estende as ciências sociais, mesmo que estas sejam delimitadas no âmbito de conhecimento não científico, juntamente com o senso comum, por não seguirem as regras metodológicas instauradas, já que “O que não é quantificável é cientificamente irrelevante” (SANTOS, 1987, 5ª ed. 2008, pág. 28).

Essa ordem científica pauta-se na formulação de leis, criando um modelo mecanicista no qual as ciências naturais se deleitam. Houveram também precursores desse método na esfera das ciências sociais, como Bacon, Vico e Montesquieu, dados de exemplo por Santos na obra. Os estudos humanistas seguiram então por duas vertentes especificadas no livro: a primeira, dominante na época, aplicava a metodologia dos estudos da natureza; a segunda reivindicou uma metodologia própria, levando em conta a subjetividade do ser humano.

Com esse segmento direcionando a importância das ciências sociais, Boaventura discute a Crise do Paradigma Dominante, que segundo ele foi causada pelo conhecimento aprofundado do paradigma científico moderno, que permitiu que a fragilidade dos pilares que o fundam fosse vista (SANTOS, 1987). Assim, ele elenca quatro rombos que para essa crise: 1 – a relatividade da simultaneidade de Einstein, que faz com que o tempo e espaço absolutos de Newton deixem de existir; 2 – a mecânica quântica que desmistificou a distinção entre sujeito e objeto; 3 – as teorias de Gödel que abalam o rigor da matemática mostrando a possibilidade de formular proposições irrefutáveis; e 4 – os avanços na microfísica, biologia e química que saem da estabilidade que a física clássica se apoiava.

Com tais mudanças, a convergência entre as ciências naturais e sociais aumenta, “[...] chegamos a finais do século XX possuídos pelo desejo quase desesperado de complementarmos o conhecimento das coisas [...], com o conhecimento de nós próprios” (SANTOS, 1987, 5ª ed. 2008, pág.50).

Desse modo, Santos especula uma nova ordem cientifica que pode surgir após essa crise, em O Paradigma Emergente ele apresenta quatro teses seguidas de justificativa para ratificar sua idealização, que é também uma síntese pessoal na imaginação sociológica.

  1. Todo conhecimento científico-natural é científico-social

Aqui, no paradigma emergente, a distinção dicotômica entre ciências naturais e sociais deixa de existir, “[...] tende assim a ser um conhecimento não dualista, um conhecimento que se funda na superação das distinções [...], tai como natureza/cultura, natural/artificial, vivo/inanimado, mente/matéria, observador/observado, subjectivo/objectivo, colectivo/individual, animal/pessoa” (SANTOS, 1987, 5ª ed. 2008, pág.64). Boaventura supõe também que na ciência pós-moderna a pessoa será colocada como centro do conhecimento, da mesma maneira que a natureza será colocada no centro da pessoa. Dessa maneira, com o paradigma emergente instaurado o mundo será natural e social ao mesmo tempo, como uma autobiografia.

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