Reflexões sobre o filme Tropa de Elite 2

Reflexões sobres o filme “TROPA DE ELITE 2”

Com a exposição da estreita relação entre o comércio de drogas, a

milícia, políticos e a polícia da cidade do Rio de Janeiro, o filme Tropa de Elite 2

esmiúça as ligações clandestinas das instituições, mostrando as diversas ações

que mantêm um sistema corrupto em atividade, como o tráfico de influência, as

alianças políticas, o financiamento de campanhas eleitorais, manipulações em

programas de televisão, propinas, conchavos, dentre tantas outras. Com isso,

evidencia o abuso de poder e a quebra de um código de ética profissional a ser

seguido.

Por outro lado, mostra a normatividade cumprida pelo Coronel

Nascimento, comandante do Batalhão de Operações Especiais – BOPE, um

homem que não refletia antes de desempenhar sua função, apenas obedecia,

com vontade de agir corretamente, com eficiência. De forma inquestionável,

fazia seu trabalho e queria aceitação e reconhecimento pelo dever cumprido.

Porém, após descobrir estar sendo usado como defensor de uma

estrutura de poder corrupta e de algumas perdas pessoais que o despertaram

de sua irreflexibilidade, o Coronel começou a questionar a normatividade do

sistema, refletindo e reformulando sua ética, sua forma de agir, sem mais saber

para que e por quem matava. Colocava, assim, em prática o exercício de uma

atividade reflexiva que deve orientar o comportamento humano, a ética.

O filme explicita como é a realidade brasileira, onde corruptos são

eleitos continuamente e a população parece tolerar essa corrupção, seja pela

estrutura de poder instaurada ou porque esse povo se identifica com a

imoralidade praticada contra ele próprio. Como definiu Thomas Hobbes em sua

obra “Leviatã”, “o homem é o lobo do homem”, podendo-se aplicar essa definição

a uma sociedade em que, pela vontade de todos quererem se dar bem a

qualquer custo, todos acabam ficando contra todos.