Registro sobre a função educacional da Ludicidade e estudos de Кishimoto (apud RAU, 2011).
Pesquisas Acadêmicas: Registro sobre a função educacional da Ludicidade e estudos de Кishimoto (apud RAU, 2011).. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: adriana1vaz • 25/9/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 1.746 Palavras (7 Páginas) • 488 Visualizações
REGISTRO SOBRE A FUNÇÃO EDUCACIONAL DA LUDICIDADE E ESTUDOS DE KISHIMOTO (apud RAU, 2011).
Para entender e compreender a originalidade dos jogos tradicionais infantis é necessário uma pesquisa em cima das raízes folclóricas que são consideradas responsáveis pelo surgimento, pois com a mistura de três raças que teve a determinação da origem brasileira. A mistura do índio, do negro ao branco, que fez prevalecer à formação na nacionalidade brasileira. Quando os estrangeiros chegaram ao Brasil já existia o núcleo primitivo da população no qual eram os índios.
Segundo Kishimoto (1998,p. 17-18): Foi graças a esse cruzamento, estimulado pela ausência de preconceitos raciais, que no Brasil se misturaram as raças brancas, ameríndias e africanas na formação do povo brasileiro. Com a mistura de raças surgiu o folclore, com o passar dos anos ganhou novas cores, novos caminhos, novo estilo. Com os primeiros colonizadores surge o folclore lusitano, com os contos, valores, lendas, superstições, festas, jogos e histórias. Devido à ampla miscigenação étnica a partir do primeiro grupo de colonizadores, ficou difícil saber a contribuição especifica de índios, brancos e negros nos jogos tradicionais infantis atuais do Brasil.
Segundo Kishimoto (1998, p.18): A tradição milenar do folclore pela oralidade anônima pode ser constatada na veiculação dos jogos tradicionais infantis como a pipa, introduzida no Maranhão pelos portugueses no séc. XVI, a pipa parece ter procedência oriental. Um dos primeiros brinquedos inventados foi à pipa, usada primeiramente pelos adultos nas práticas militares e depois e certo tempo virou brinquedo de criança.
Os portugueses tiveram sua influência no folclore com seus versos, adivinhas e par lendas, alguns são, o lobisomem, a Moura Encantada, as três cidras do amor, toda a coleção de histórias de bruxas, fadas, assombrações, príncipes, tesouros encantadas, versos de mula-sem-cabeça e da cuca ou bicho papão.
Segundo Kishimoto (1998, p.22) registro de Amadeu Amaral:
Vai-te papão
Vai-te embora
De cima desse trabalho
Deixa dormir o menino
Um soninho descansado.
Lindolfo Gomes, (apud KISHIMOTO 1998, p.22) outro mestre, registra a versão mineira:
Vai-te cuca, sai daqui
Para cima do telhado,
Deixa dormir o menino
O teu sono sossegado.
Cantadas pelas avós e pelas amas de sinhozinhos, logo depois surge vários jogos como o de bolinha de gude, jogos de bater palmas, amarelinha, jogo de botão, pião e outros.
Segundo Kishimoto (1998, p.25): A antiguidade de muitos jogos infantis é destacada pela obra do rei de Castilhe Allphonse X que, em 1823, dirigiu o primeiro livro sobre jogos na literatura européia. Obra que o Rei descreve diversos jogos presentes até os tempos atuais, como o pião, a amarelinha, o jogo de ossinho ou saquinhos, o xadrez, tiro ao alvo, jogo de fio ou cama de gato, jogos de trilha, gamão, entre outros.
Os povos Africanos contribuíram com a espingarda feita de talo de bananeira. Naquela época os jogos infantis não despertavam interesse dos estudiosos eles sempre estavam interessados nos aspectos sociais, religiosos e superstições. No entender de Cascudo (apud KISHIMOTO 1998, p.29), “ a criança africana aceitava depressa o lúdico que o ambiente lhe proporcionava. Servia-se do material mais próximo e brincava”.
Muitos jogos que constam de nosso acervo são identificados em redutos de influência negra, como nas regiões do ciclo do açúcar. As brincadeiras sempre existiram. Na época do engenho os filhos dos senhores sempre tinham a sua disposição moleques filhos de negros escravos, para realizar suas brincadeiras, os meninos brancos na maioria das vezes faziam o que queriam dos moleques filhos de escravos e até o maltratavam.
Nesta época, segundo Kishimoto (1998, p.33), o melhor brinquedo dos meninos de engenho era montar a cavalo, em carneiros ou até mesmo nos próprios filhos dos escravos. Nas brincadeiras, muitas vezes violentas, os moleques viravam bois de carro, cavalos de montaria, burros de liteiras, enfim, os meios de transportes da época.
Com as meninas não era diferente, as sinhazinhas gostavam de brincar com as meninas negras e suas brincadeiras giravam em torno do cotidiano, a sinhazinha mandando nas criadas, as bonecas eram as filhas e as meninas negras servas obedeciam às ordens de pequena sinhá.
Isso tudo permaneceu por muito tempo. Os povos indígenas também deram sua contribuição para o folclore brasileiro, uma delas são as danças totêmicas. As mães faziam para seus filhos brincar, brinquedos de barro cozido, principalmente para as meninas. Os meninos usavam aves domésticas como bonecos, usavam desde muito cedo flechas, arcos, tacapes, propulsores, imitando os pais.
Segundo Kishimoto (1998, p.63): O pai e o avô talham um arco com flechas para crianças a partir de dois ou três anos. Com arsenal ainda inofensivo, a criança inicia seu treinamento, geralmente com galinhas e cachorros, suas vitimas. Mais tarde suas armas ficam mais aperfeiçoadas e aparecem novos instrumentos apontados para passarinhos e borboletas. Já aos dez anos, elas acompanham seus pais á caça e pesca e trazem orgulhosos seus troféus para casa, contando peripécias.
Já as meninas desde pequenas ajudavam as mães nos serviços gerais, acordavam cedo e iam ajudar na plantação, não tendo muito tempo livre para brincar e quando tinham imitavam suas mães, fazendo pequena tecelagem.
Os índios gostam muito de jogos em grupo onde imitam animais como exemplos, jogo de gavião, jogo do peixe pacu, jogo de jaguar e vários outros.
O jogo sempre fez parte da vida, nos tempos passados não tinha muita importância e era visto como um passatempo, mas nos tempos atuais o jogo está sendo cada vez mais valorizado.
Teruz (apud KISHIMOTO 1998, p.78) registra o jogo tradicional infantil cabra – cega, que na verdade não só as crianças brincavam, mas os adolescentes e até adultos também se divertiam.
No ano 1903 a 1963 o autor Cândido Portinari pinta meninos jogando bola uma brincadeira que se encontra até nos tempos atuais e que cada vez mais ganha espaço entre as brincadeiras mais realizadas pelos meninos, outra que permanece ate hoje e as cantigas
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