Resenha : Anemia Falciforme, raça e as implicações no cuidado à saúde
Por: Elizel Monteiro • 6/4/2018 • Trabalho acadêmico • 1.037 Palavras (5 Páginas) • 339 Visualizações
LANGUARDIA, J. “No fio da navalha: Anemia Falciforme, raça e as implicações no cuidado à saúde.“ Estudos Feministas. Rio de Janeiro. FIOCRUZ, 2006. P. 243-262.
Josué Languardia é graduado em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1989), mestrado em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (1995) e doutorado em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública - ENSP/FIOCRUZ (2007). Atualmente é pesquisador do Instituto de Informação e Comunicação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da Fundação Oswaldo Cruz e professor da Pós-Graduação em Informação e Comunicação em Saúde - PPGICS/ICICT. Tem experiência na área de Saúde Pública, com ênfase em Informação em Saúde, atuando principalmente nos seguintes temas: registros de ensaios clínicos, avaliação psicométrica de questionários, raça e educação online. Atualmente desenvolve pesquisas nas áreas de avaliação de desempenho do sistema de saúde brasileiro e qualidade de vida relacionada à saúde.
A anemia falciforme é uma doença hereditária monogênica mais comum no Brasil, e que é mais predominante à raça negra. Segundo LANGUARDIA(2006) existem várias politicas publicas de saúde para a população negra, umas dessas politicas públicas seria a GTI (Grupo de Trabalho Interministerial para a Valorização a Raça Negra), instituída em 1995 com objetivo de elaborar, propor e promover politicas governamentais relacionadas à cidadania da população negra. Numa das reuniões do GTI, apresentaram um quadro esquemático dos agravos à saúde da população negra, na qual, em um desses quadros à etiologia monogênica da anemia falciforme e sua maior prevalência entre negros e pardos foram tidas como atributos que justificariam o destaque dado a essa patologia entre aquelas geneticamente determinadas. Simplificando, nessa reunião para um Programa Nacional de Anemia Falciforme (PAF), trouxeram a racionalização da anemia falciforme, ou seja, a anemia falciforme como uma doença “própria” da raça negra. Para Fry, além de uma associação dessa doença genética a um corpo negro, no Brasil ela teve um efeito pragmático: o de contribuir para a constituição da ‘raça negra’ como algo real e natural.
Neste artigo, com bases nas politicas pública voltada para um grupo social e a questão da doença anemia falciforme, apresenta uma critica, levando consideração se foi correto racionalizar a anemia falciforme. O autor apresenta vários argumentos que justificam sua posição contra. O artigo pode ser dividido em três partes, nas quais, constroem a posição do autor sobre o tema.
Na primeira parte do artigo é apresentada para o leitor como se deu a racionalização da anemia falciforme, e fala sobre algumas políticas públicas voltadas a população negra.
Na segunda parte, primeiramente é falado sobre a anemia falciforme e suas características. É onde o autor já começa apresentar seus argumentos. Ele fala que no campo da saúde publica, a ênfase na anemia falciforme como doença étnico-racial é apoiada em três aspectos relacionados à patologia que caracterizariam uma maior suscetibilidade da população negra e parda: origem geológica, etiologia genética e as estatísticas de prevalência.
Uma das hipóteses mais aceitas sobre a origem da anemia falciforme é que ela se trata de um evento de seleção natural em seres humanos cuja forma heterozigótica oferece proteção parcial a malária. Disso decorre que a anemia falciforme pode ser encontrada originalmente nas populações cujos ancestrais apresentaram grandes surtos de malária, como na África Central e Ocidental, região mediterrânea, Península Arábica e Índia. As características dos habitantes desses países, como por exemplo, pigmentação da pele, textura do cabelo e forma dos lábios e do nariz são traços que emergiram como adaptações a forças seletivas, tais como a radiação solar e o calor. Porém não se pode associar a transmissão da malária à pigmentação da pele para a ocorrência de anemia falciforme, como os estudos da Papua Nova Guiné demonstram. Onde seus habitantes apresentam a cor da pela e taxas de incidência a malária semelhante às da África.
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