Resenha Antropologia Estrutural Capítulo IX O Feiticeiro e sua Magia
Por: carolinesebast • 23/9/2016 • Resenha • 937 Palavras (4 Páginas) • 1.388 Visualizações
Capítulo IX
O Feiticeiro e a sua Magia
O texto vem abordar a noção de estrutura social em termos de complexidade que se associa as noções ou estudo do estilo, das categorias universais a cultura e linguística estrutural, ou seja a cultura como comunicação. A partir disto, o autor trabalha com o pontode vista de que é o inconsciente que produz o social. É nossa estrutura mental que o organiza o tempo e o espaço. A estrutura da sociedade, basicamenteprocura perceber as estruturas políticas,econômicas,mentais de uma época. Diante dessas considerações, percebe-se no texto “O Feiticeiro e sua Magia” que Lévi-Strauss trata-se sobre os feiticos e os resultados. Pode-seperceber as manipulações feitas pelos feiticeiros e concluir que as práticas mágicas realizadas tem sua eficácia.
“Não há, pois, razão de duvidar da eficácia de certas práticas mágicas. Mas, vê-se, ao mesmo tempo, que a eficácia da magia implica na crença da magia, e que esta se apresenta sob três aspectos complementares: existe, inicialmente, a crença do feiticeiro na eficácia de suas técnicas; em seguida, a crença do doente que ele cura, ou da vítima que ele persegue, no poder do próprio feiticeiro; finalmente, a confiança e as exigências da opinião coletiva, que formam à cada instante uma espécie de campo de gravitação no seio do qual se definem e se situam as relações entre o feiticeiro e aqueles que ele enfeitiça” ( LÉVI-STRAUSS, 1975, p. 194).Esta referência mostra que precisa de três aspectos complementares para a eficácia da magia que são: a crença do feiticeiro na eficácia de suas técnicas, em seguinda a crença do enfeitiçado sendo ele doente ou perseguido e por fim a confiança e as exigênciasda opnião coletiva.
O autor relata um exemplo de um homem enfeiticado,que tem consciência que foi alvo da magia do mal. Além da própria crença na força da magia, este homem percebe ainda, a crenca de todo o grupo, incluindo parentes e amigos, que ele já está condenado e ainda mostra perigo para os outros, queo isolam com medo de serem contaminados pelosmalefícios da magia que caiu sobre ele. Além de deixa-lo distante, o grupo, com a certeza de sua morte futura, passa a tratá-lo como já morto e a realizar todos os ritos sagrados que são realizados após a morte, como se realmente ele já estivesse morto. O enfeitiçado ver-se então desesperado de medo, isolado de todos e totalmente distante da sua antiga vida social. Com isso o autor mostra dados fisológicos demonstrados por Cannon de como o enfeitiçado passa a desenvolver depois que a magia cai sobre ele. O medo vem acompanhado de uma atividade intensa do sistema nervoso simpático, que poderia ser positiva, se o enfeitiçado não acreditasse cegamente na sua desgraça e exercesse uma resposta. Porém, como ele está prestes a morrer, não reage e a atividade do sistema nervoso simpático se desorganiza, podendo ocorrer uma diminuição do volume sanguíneo e vem como consequência uma queda de pressão e pode gerar danos irreparáveis para os órgãos da circulação. E como acontece quase sempre, a rejeição de alimentos e bebidas, por pessoas tomadas pelo desespero e medo, o estado fisiológico pode-se agravar e levar à morte.
É muito interessante perceber como a força da crença coletiva é capaz de construir e alterar verdades inteiramente compreendidospor opniões próprias. Observa-se no caso em que um feiticeiro simula uma viagem nas asas de um trovão para justificar “uma atitude profana”, que no caso, foram encontros com antigos compatriotas. Porém, tal versão recaía para o lado das hipótese, enquanto a versão em que o trovão o havia levado para longe dali, recaía sobre o ponto de vista coletiva. O autor mostra a necessidade de introduzir o esquema dentro de cada cultura do grupo e entender que as semelhanças dos fatos é a única forma de mostrar exemplos concretos de cada característica particular. Apenas com a semelhança da “personalidade social” do grupo, é possível ter o entendimento de cada individuo de tal coletividade, e seria possível entendermos a compreensão e aceitação de fatos que, para os não nativos, seriam simplesmente inaceitáveis.
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