Resenha Crítica: Questão Ambiental e Desenvolvimento Social de Maria das Graças e Silva
Por: Erivelton Campos • 31/3/2015 • Resenha • 854 Palavras (4 Páginas) • 3.153 Visualizações
SILVA, Maria das Graças e. CAPITULO 1: Questão ambiental e desenvolvimento sustentável: um desafio ético-político ao serviço social. São Paulo: Cortez, 2010.
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Maria das Graças e Silva, atua na área de Serviço Social como professora adjunta III do departamento de Serviço Social da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mestre e doutora em Serviço Social e pesquisadora do GET – Grupo de Estudos e Pesquisa sobre o Trabalho e desenvolve investigações centradas nos seguintes temas: capitalismo contemporâneo, meio ambiente e serviço.
O obra a que se refere o esta resenha trata sobre as questões ambientais e de desenvolvimento sustentável como o próprio tema traz, faz alusão ao Serviço Social num contexto ético-político desafiador. O capítulo primeiro analisa o capitalismo e destrutividade: produção e reprodução da “questão ambiental”. No decorrer do texto percebe-se a divisão de quatro partes que respectivamente tratam: a propriedade privada e os fundamentos da “questão ambiental”; a “questão ambiental” e o debate em curso; o capitalismo do século XX: contradições sociais e ambientais e a “questão ambiental”: um alerta para a humanidade.
O contexto recente de contemplação e discussão sobre novos pensamentos acerca da relação homem x meio ambiente, torna pujante a relevância apresentada pela obra supracitada. Um reflexão pautada em autores como Marx é de princípio digna de discussão e analise, desta forma tem seus argumentos respaldados e reforçados por vários teóricos. A “questão ambiental” norteia o caminho que a autora traça sobre (como no primeiro capítulo) as concepções e analises acerca da destruição e conservação dos bens naturais assim como a relação desgastada entre a economia e a sustentabilidade.
As ideias expostas pela autora já na primeira parte o capítulo e ao longo do texto são articuladas com registros importantes acerca da atual situação ambiental. O resultado desta relação é previsto como um colapso na capacidade do planeta de fornecer recursos naturais aos seres humanos e a preocupação acerca disto aponta para a necessidade de preservação dos bens naturais e incentivo a investimentos neste campo.
Percebe-se que a “questão ambiental” representa um importante debate, uma vez que os dados referentes à degradação dos serviços e a destruição das florestas constituem um rico material e que a análise a partir da perspectiva marxistas acerca da acumulação primitiva, do papel histórico do capitalismo e da produção dos serviços e da tecnologia centram inúmeras implicações, dentre elas, a alienação e a insatisfação humana.
A crítica à severidade do modelo capitalista de produção se dá sob diversos aspectos tomando por base uma associação permanente à afirmação do poder humano sobre a natureza e o incremento das múltiplas formas de seu “domínio”. Assim, de acordo com a autora, a autoconstrução social, a “ruptura da relação metabólica” e a sociedade burguesa representam aspectos que desencadeiam tensões econômicas e determinam as crises em uma sociedade que revela claramente um modo de produção capitalista e uma “socialismo real” que configuram o desenvolvimento tecnológico e uma humanidade com uma força destrutiva do sistema capital e, consequentemente, do meio ambiente.
A segunda parte do capítulo volta-se para a o debate da questão ambiental que passa a ganhar forma e força no século XX, agarrada às conclusões sobre as consequências significativas da ação humana na natureza. Apresenta-se então o histórico dos movimentos e dos debates acerca da “questão ambiental”, seus marcos e envergaduras. O poder de alteração sobre a ação humana voltada para a natureza. Uma abordagem ao termo “crise ambiental” é tomada também com a discussão dos vários aspectos interpretativos dados pelos movimentos ambientais. A autora afirma que o debate em torno do meio ambiente aflora denúncias à lógica capitalista e que a sociedade contemporânea vive um momento de crise e expõe dúvidas acerca do processo civilizatório. Além disso, ressalta que a crítica ao produtivismo, a crença na superação da “questão ambiental” pela via das saídas técnicas, a concepção romântica acerca da natureza e a ética biocêntrica constituem processos que mobilizam o aporte teórico marxista.
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