Resenha Crítica Sociologia
Por: Patrícia Vasconselos • 7/7/2017 • Resenha • 413 Palavras (2 Páginas) • 447 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
Aluna: Patrícia Garcia Vasconselos
Matrícula: 2015105787
QUANTO VALE OU É POR QUILO?
O filme em questão contradiz o marketing atual do cinema, trazendo a tona fatos revelantes, como desigualdade e o capitalismo e a escravidão moderna que este impôe, através de histórias que não são abordadas pela grande mídia, tudo isso causando um sentimento de revolta e indignação, pois trata a verdade de forma nua e crua sem a maquiagem hollywoodiana.
Aliando relatos da época da escravidão retirados do arquivo nacional ao decorrer da vida de pessoas comuns da era atual, o diretor evidencia as marcas deixados por esse período na sociedade brasileira, e a tentativa desta de apaziguar a sua dívida com os negros.
À medida que o roteiro flui, através da assimilação destes fatos históricos com as figuras de Candinho, Clara, tia Mônica e Arminda, é notável a semelhança entre a vida do período escravocrata e a sociedade contemporânea brasileira, ressaltando as semelhanças existentes no contexto social e econômico dessas duas épocas. Levando o telespectador a aguçar sua visão crítica da atualidade.
Logo no início do filme é narrada as diferentes formas de punir um escravo, é possível perceber durante várias cenas do longa-metragem -- tais como a da empregada do dono da empresa Stiner Empreendimentos, e a do mesmo com a líder comunitária -- a novas formas de subjugar um ser humano, causadas através da hierarquia econômica. Como dito pelo próprio autor “Na comparação com os dias atuais esta exploração “justificada” passou do escravo ao miserável, sendo a mercantilização em cima de sua dor também moralmente aceitável por todos nós.”
Há também a grande crítica a corrupção e ao aproveitamento da miséria de muitos como formar de ganhar prestígio na sociedade e também enriquecer, como dito no livro de Joaquim Nabuco, onde os escravos eram enviados para a Guerra do Paraguai enquanto seus senhores se prestigiavam na sociedade: “Muito pouco desses deixaram os seus escravos para atender ao seu país; muitos alforriaram alguns “negros” para serem eles feitos titulares do Império. Foi nas camadas mais necessitadas da população descendente de escravos na maior parte, nessas mesmas que a escravidão condena à dependência e à miséria, entre os proletário analfabetos cuja emancipação política ela adiou indefinidamente, que se sentiu bater o coração de uma nova pátria.” O abolicionismo pg. 79
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