Resenha Do Livro "o Que é Industria Cultural"

Resenha do livro “O que é indústria cultural”

(Teixeira Coelho, 1980, Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense).

Neste livro Teixeira Coelho mostra os aspectos centrais da indústria cultural, alem de apontar as relações da indústria cultural com os meios de comunicação de massa e a cultura de massa.

Logo no inicio ele aborda o debate sobre questões de ética de como as pessoas encaram a indústria cultural, se ela é boa ou ruim. Pois diante desta, as questões de outra ordem (estéticas, lógicas, etc.) perdem em vitalidade.

Passando por uma breve historia do surgimento da indústria cultural, Coelho também faz criticas dizendo que a indústria cultural é um produto perecível como qualquer peça de vestuário. Ligando ela a revolução industrial, capitalismo liberal ,economia de mercado e a sociedade de consumo.

Teixeira também cita explicações de Dwight McDonald da classificação de cultura superior, cultura média e a tão discriminada cultura de massa, e aborda as dificuldades de se dizer quais são os produtos da cultura de massa e as facilidades em saber quais os produtos abrangem a cultura superior. Mas mesmo assim ele aponta as dificuldades de distinguir as formas culturais quando se pretende estabelecer uma relação entre elas e as classes sociais, e também expõe a facilidade de um produto passar de uma categoria para outra da cultura facilmente dando um simples exemplo do Jazz que saiu dos bordéis e favelas negras e foi para platéias brancas em teatros.

Mas um ponto bastante interessante neste livro é a citação dele de que a cultura de massa não é feita pela massa, mas sim para a massa.

O trecho que ele cita que para alguns a cultura de massa é um falso prazer, mas também cita que na cultura superior quem esta nela acha que tudo é permitido e na cultura de massa tem de se exigir seriedade.

Agora chegando à parte do livro que atrai bastante a atenção é a alienação que a TV promove, para ele perante a TV um individuo é apenas uma estatística. Para concluir ele diz que a capacidade do individuo em distinguir o sentido das coisas esta diminuindo, por outro lado ele diz que acreditar que a indústria cultural é um mal, e que é mais fácil aceitar que cada um de nós é responsável pela existência e desenvolvimento dela.

Na ultima parte do livro ele mostra alguns aspectos quantitativos da indústria cultural brasileira nos anos 80 algumas coisas não são novidades como o pouco apoio a leitura e ao teatro e a dominação da televisão e do radio.

Não mudou muita coisa, só que agora temos a internet, as emissoras educativas que continuam não sendo totalmente educativas, pois o governo é quem dita às regras a elas, sendo que também a influencia estrangeira continua.

Este livro é altamente indicado para quem realmente quer abrir os olhos com o que o capitalismo e sua indústria cultural nos querem impor, foi escrito nos anos 80, mas mesmo assim bem parecido com o que vivemos atualmente, vale muito a pena ler e refletir.