A RAZÃO ILUMINISTA E A INDÚSTRIA CULTURAL DE THEODOR ADORNO
Casos: A RAZÃO ILUMINISTA E A INDÚSTRIA CULTURAL DE THEODOR ADORNO. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Monica_Rodrigues • 20/10/2013 • 2.528 Palavras (11 Páginas) • 869 Visualizações
Biografia
Theodor Ludwig Wiesengrund-Adorno nasceu em 11 de setembro de 1903, Frankfurt,
Alemanha. De origem judaica, converteu-se ao protestantismo, suas áreas de atuação foi na
filosofia, na sociologia, na psicologia e na música. É um dos expoentes da chamada Escola de
Frankfurt, juntamente com Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Jürgen
Habermas e outros.
Durante sua vida Adorno viveu na Alemanha. Em 1933 foi perseguido e ameaçado por
Hitler, depois do fechamento da Escola de Frankfurt, foi para Inglaterra em Oxfort
permanecendo até 1938, posteriormente partiu para Nova York, Estados Unidos, convidado
por seu amigo Horkheimer onde juntos desenvolveram juntos algumas teorias.
Com o fim da Segunda Guerra, Adorno é um dos que mais desejavam o retorno do
Instituto de Pesquisa Social a Frankfurt, tornando-se seu diretor-adjunto e seu codiretor em
1955. Com a aposentadoria de Horkheimer, Adorno torna-se o novo diretor e lá permaneceu
até sua morte em 06 de agosto de 1969.
Suas principais obras foram: Kierkegaard: A construção do estético (1993); A ideia da
História Natural (1932); Minima Moralia (1945); Dialética do Esclarecimento (1947);
Dialética Negativa (1966); Teoria Estética (1968).
Principais ideias de Adorno
A filosofia de Theodor Adorno, considerada uma das mais complexas do século XX,
fundamenta-se na perspectiva da dialética. Uma das suas importantes obras, a Dialética do
Esclarecimento, escrita com a colaboração de Marx Horkheimer durante a guerra, é uma
critica da razão instrumental, conceito fundamental desse ultimo filosofo, ou que seria mesmo
uma critica fundada em uma interpretação negativa do iluminismo, de uma civilização técnica
e da lógica cultural do sistema capitalista que Adorno chama de indústria cultural. Também
uma critica a sociedade de mercado que não persegue outro fim que não do progresso técnica.
A atual civilização técnica, surgida do espírito do iluminismo e do seu conceito de
razão, não representa mais que um domínio racional sobre a natureza, que implica
paralelamente um domínio irracional sobre o homem; os diferentes fenômenos de barbárie
moderna (fascismo e nazismo) não seriam outra coisa que não mostrar as piores
manifestações desta atitude autoritária de domínio sobre o outro.
Na dialética negativa, Theodor Adorno intenta mostrar o caminho de uma reforma da
razão mesmo, com o fim de libertá-la deste lastro que carrega desde a razão iluminista e o que
se opõe à filosofia inspirada em Hegel, que reduz ao principio da identidade ou o sistema
todas as coisas através do pensamento, superando suas contradições (critica também o
positivismo lógico), que desejava assenhorear-se da natureza por intermédio do conhecimento
cientifico, o método dialético da “não identidade” de respeitar a negação, as contradições, o
diferente, o despeito ao objeto, enfim, e o rechaço ao pensamento sistemático. A razão só
deixa de ser dominada se aceita sempre o sujeito diante do objeto, sem saber sequer se pode
chegar a compreendê-lo por inteiro.
Essa admissão do irracional de pensar nas categorias tradicionais que supõem uma
reafirmação das estruturas sociais injustas e irracionais da sociedade leva Adorno a valorizar a
arte, sobretudo a arte da vanguarda.
A Razão Iluminista e a Sociedade Industrial
A Dialética do Esclarecimento, que analisa algumas transformações ocorridas na
sociedade contemporânea, escrito por Theodor Adorno em coautoria com Max Horheimar,
publicado em 1947, no exílio dos autores nos Estados Unidos. O cenário de fundo para a
publicação desta obra é o término da Segunda Guerra Mundial, o capitalismo está em pleno
crescimento, descobertas científicas, avanço tecnológico e expansão das indústrias. Discute
além da mercantilização de bens culturais, a produção em massa, estímulo ao consumo
desenfreado, à desumanização do homem, os valores deixados de lado para favorecer a
economia e a dominação do indivíduo.
O iluminismo proposto pelos pensadores do XVIII tinha como objetivo a emancipação
do homem diante dos dogmas sociais e religiosos difundidos na época por meio do processo
de esclarecimento, levando-o a liberdade. Seu fundamento é que o homem deve ser guiado
pela lógica e previsibilidade, deixando de lado crenças antigas e baseando-se pela razão. O
programa iluminista radicalizou o papel tradicional do saber, imaginando-o objetivo e o único
caminho para a independência da humanidade. As sociedades deveriam ser conduzidas de
maneira objetiva, ordenada. A fórmula iluminista para salvar o homem da ignorância pelo
esclarecimento, controlar o mundo pela técnica e assim poder e conhecimento andariam
juntos.
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