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Resenha O QUE É SERVIÇO SOCIAL

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Por:   •  31/8/2013  •  1.369 Palavras (6 Páginas)  •  8.320 Visualizações

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ESTEVÃO, Ana Maria Ramos. O que é serviço social. São Paulo: Brasiliense, 2007. (Coleção primeiros passos; 111)

Ana Maria Ramos Estevão, a autora, é professora de Teoria do Serviço Social e Seminários da Prática, na Faculdade de Serviço Social da PUC-SP e cursa mestrado em Ciência Política, na USP. De nacionalidade brasileira, nasceu em Maceió, em 1948. Possui graduação em Serviço Social pela Faculdade Paulista de Serviço Social (1976), mestrado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1989) doutorado em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1997) e pós-doutorado pela Universidade de Évora (Portugal) em 2000/2001.

Em O que é Serviço Social, a mesma escreve sobre as mudanças que ocorreram no decorrer da história do Serviço Social, desde a ideia de que a assistente social era a moça boazinha paga pelo governo para fazer caridade aos pobres até a visão que os assistentes sociais têm hoje, de um compromisso por garantir os direitos dos marginalizados. Ela introduz expondo dois componentes muito presentes nas definições de Serviço Social: a moça e o pobre; e explica que isso é consequência do caráter caritativo e feminino no qual se originou a profissão, onde as damas de caridade prestavam ajuda as camadas pobres da sociedade. Também é exposto o Serviço Social como filho da cidade e da indústria, pois é através das necessidades causadas pelo capitalismo nesses ambientes que surgem as primeiras formas de assistência. Ao longo do livro Ana Maria Ramos deixa claro a sua confiança nessa profissão e seu domínio sobre o assunto, o qual foi tão estudado pela mesma em suas formações acadêmicas; por isso mostra-se interessada em revelar em que se ocupam e qual a concepção dos(as) assistentes sociais em cada momento histórico.

A escritora explica que a igreja e o Estado pretendiam resolver os problemas sociais através da “reforma dos costumes”, sendo que para isso, a igreja ficava responsável por garantir a filantropia das ricas damas que planejavam ganhar o céu através da distribuição de ajuda material e de conselhos e o Estado responsabilizava-se por manter a paz, mesmo que para isso fosse preciso usar a violência. Até aí, a assistência resumia-se à caridade e à voluntariedade, mas a partir da segunda metade do século XIX o Serviço Social foi ganhando um caráter mais formal, pois era dado um auxilio mais duradouro, como empregos para os desempregados, por exemplo. Um fato importante ocorrido neste século foi a fundação da Sociedade de Organização da Caridade, em Londres, com princípios que, desde então, alicerçaram toda a prática da assistência social, pois começaram a dar características profissionais a mesma. Sociedades deste tipo procuravam mostrar a necessidade de instituições que preparassem as pessoas para estas atividades e colocavam em discussão a institucionalização do Serviço Social. Mas essa discussão só foi pensada porque existia a necessidade social de uma profissão com essas práticas e essa eficiência social e política. É nesse contexto que surge a primeira escola de Serviço Social do mundo em 1899, na cidade de Amsterdã e inicia-se com ela o processo de secularização da profissão, sendo assim, a visão religiosa é substituída por uma visão científica de mundo.

Mary Richmond é apresentada pela autora como uma assistente social norte-americana que contribuiu escrevendo a respeito do que é e de como deve ser a prática do Serviço Social. Para ela, uma das implicações do mesmo era dedicar-se a personalidade das pessoas e ao ambiente em que viviam. Ela produziu o livro Serviço Social de Casos Individuais, neste, ela propiciou uma maior seriedade à profissão, que já não tinha mais um caráter voluntário, mas profissional; Richmond foi também forte contribuinte para a secularização desta profissão. Com o passar do tempo surgiram outras formas de atuação, como o Serviço Social de Grupo, necessário diante das grandes demandas; e posteriormente o Serviço Social de Comunidade, desenvolvendo ações em grupos com a mesma problemática e mesmos objetivos; ou seja, a metodologia vai se adaptando as necessidades da sociedade em cada momento histórico.

Ana Maria Ramos fala que em 1960, as ideias de subdesenvolvimento e atraso econômico levam os governos de Jânio Quadros e JK, com suas teorias desenvolvimentistas, a basear o Brasil no modelo econômico dos Estados Unidos e para trabalhar de acordo com este modelo, os assistentes sociais tinham que se manterem neutros, frios e emocionalmente distantes dos problemas tratados, porém com algum tempo de prática, eles perceberam que isso não era possível, pois os problemas eram profundos e humanos demais. Assim sendo, a geração de 65 começa a criticar as técnicas que são exigidas e importadas de fora, isso fez com que o Serviço Social conhecesse a luta de classes, começando-se a lutar por uma profissão com métodos e técnicas próprios da realidade brasileira. Diante disto surgiu O Movimento de Reconceituação brasileiro que foi uma adaptação aos grandiosos anos do milagre e a inovação e transformação

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