Resenha História Social Da Infância No Brasil: A Roda Dos Expostos
Pesquisas Acadêmicas: Resenha História Social Da Infância No Brasil: A Roda Dos Expostos. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: simonesilva2 • 1/11/2013 • 401 Palavras (2 Páginas) • 2.804 Visualizações
MARCÍLIO, M.L.(1997).A Roda dos Expostos e a criança abandonada no Brasil Colonial: 1726-1950.: Freitas, M. (org). História Social da Infância no Brasil. São Paulo: Cortez.
História Social da Infância no Brasil: A Roda dos Expostos
A roda dos expostos foi uma instituição de amparo à criança, a primeira e durante muito tempo foi a única instituição que prestou um papel social à criança abandonada no Brasil e em diversos países.
Esse sistema de acolhimento foi de grande valia à sociedade, pois foi uma das poucas assistências prestadas à infância, uma vez que as crianças abandonadas deveriam ser amparadas pelos municípios, mas estes não criaram nenhum tipo de assistência especial aos expostos. A roda foi a única instituição de assistência à criança abandonada em todo o Brasil até 1950.
Essas rodas surgiram em decorrência de uma preocupação da sociedade e das obras de caridade com o grande número de vidas que eram perdidas decorrentes desses abandonos. Muitas eram as crianças que eram abandonadas durante a madrugada e eram devoradas ou tinham seus corpos dilacerados por cães ou animais ferozes.
Várias eram as razões que levavam as mães a abandonarem seus filhos e a roda tinha a finalidade de abrigar essas crianças e direcioná-las para que fossem amamentadas por amas de leite que recebiam uma pequena ajuda financeira para executar esse trabalho.
Além de garantir o anonimato do autor do abandono, as rodas tinham a preocupação em dar o batismo como uma das primeiras providências tomadas pelas rodeiras, uma vez que muitas crianças já chegavam bastante debilitadas e o número de óbitos era muito elevado dentro dessas instituições.
As câmaras municipais recebiam a determinação do reino para que todas as crianças abandonadas dentro do território seriam de responsabilidade dos municípios, mas, esses órgãos por sua vez, tentavam de várias formas esquivar desse encargo que era pesado financeiramente, visto que o número de expostos era cada vez maior e a adoção legal era excluída.
Após 1829, foi regulamentada a obrigação de câmaras de assistência às crianças abandonadas, nas vilas onde não havia casas de misericórdia, as câmaras municipais eram as responsáveis pelos encargos gerados com os expostos, o trabalho deixou de ser caritativo e passou a ser filantrópico.
Ainda hoje podemos vivenciar o abandono de crianças sem a menor preocupação com os possíveis riscos decorrentes desse ato. Embora a sociedade tenha se modernizado, ainda existem os casos de crianças morrerem em decorrência de abandonos e descasos daqueles que deveriam amparar essas crianças.
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