Resenha – Pureza e Poder – Antônio Engelke
Por: clarinda Fernandes • 13/11/2018 • Resenha • 1.010 Palavras (5 Páginas) • 284 Visualizações
O texto fala sobre “lugar de fala” e “apropriação cultural” nos dias atuais. No inicio do texto o autor fala sobre o lugar de fala, e que existe certa problemática nisso, onde segundo o autor, a vivencia do indivíduo está igualada a um “conhecimento absoluto”.
É evidente no texto que a vivencia não seria posta como um todo irredutível e é questionado o fato de que apenas indivíduos de uma mesma vivencia possam legitimar um discurso.
No decorrer do texto, o autor cita Fernando Holiday, um vereador paulista, negro e gay que não compactua com ideias progressistas. Ele diz que cotas raciais estimulam o racismo e a segregação. Dado a esse fato, o autor questiona aos subalternos o fato do vereador ser negro e ainda assim não compactuar com as ideias progressistas, como se é esperado pelos subalternos, pois Fernando estaria no “lugar de fala”. O autor ainda cita que 79% de pessoas que foram entrevistadas numa pesquisa Datafolha eram contra a legalização do aborto, e que dado os números elevados, dificilmente apenas homens fossem contra a legalização. Ele diz que não são poucos os “oprimidos” que desprezam os direitos humanos, e ele cita vários outros dados. Por fim o autor deixa explicito que, a vivencia não deve ser igualada ao conhecimento, e que de um mesmo ponto, várias visões podem surgir.
Entrando na apropriação cultural, o autor explica o que seria, cita a poeta B. Easy “A cultura negra é popular, mas as pessoas negras não”. Ele fala sobre a fetichização sobre os produtos da cultura negra que seduzem os públicos mais diversos, porém os “verdadeiros donos” de tais produtos e cultura continuam num segundo plano, privados de reconhecimento. Ele cita uma filosofa chamada Djamila Ribeiro, que diz que a apropriação cultural não é algo que possa ser girado em torno do indivíduo, porque é um problema sistemático. O autor cita o racismo institucional, na política, na estética e etc.
O autor fala que, apelar a consciência do indivíduo, tentar fazê-lo entender e compreender as implicações do uso de artefatos culturais é deslocar o debate da apropriação para o indivíduo em si. Os marcos mais amplos da questão são deixados de lado, como a relação entre o fetiche e o consumismo, a lógica do mercado, para focar apenas no sujeito que se apropria.
A ideia de apropriação cultural é de que quando usado um artefato cultural, se é deturpado e tirado todo significado daquele artefato do seu significado original. O autor diz que, essa alegação está baseada na premissa de que esses artefatos possuem um significado estável, uma pureza natural. O que de acordo com o autor, não é verdade, já que vivemos numa miscigenação de culturas. O autor cita o fato do Carnaval, onde muitas pessoas apelam que não se usem turbantes, cocares, quimonos e hijabs, o que seria um tipo de estereotipagem de certa cultura. Para o autor, isso está errado, porque não se esvazia o significado daquilo quando se usado no carnaval.
Por fim, o autor cita do Feminismo radical (radfem) que critica o Feminismo liberal (libfem), que o acusa de ser cego quanto a questão de classe, por ser bastante individualista e que reduz tudo a isso. “Uma mera questão de escolha pessoal da mulher, como se não houvesse constrangimentos sistemáticos condicionado de antemão essas escolhas” Mas logo o autor critica a postura das radfem pela frase “Sem útero, sem opinião” que expressa que homens não possam opinar no feminismo.
Por fim, o autor critica os movimentos sociais dizendo que quanto mais vigia e reprime costumes individuais nas ruas e nas redes
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