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Resumo Educação e Sociologia Durkheim

Por:   •  8/10/2019  •  Resenha  •  1.813 Palavras (8 Páginas)  •  1.892 Visualizações

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I. Introdução

O livro “Educação e Sociologia” foi escrito por Émile Durkheim no início do século XX, nesse período Durkheim começara a ministrar disciplinas sobre educação e pedagogia, em 1902 assumiu, como substituto, a cadeira de Ciência da Educação em Sorbonne e em 1906 se tornou titular. Foi durante esse período que Durkheim desenvolveu estudos sobre a educação, pedagogia, a relação entre esses dois objetos de estudo. Para a realização destes estudos, Durkheim objetifica a educação e a pedagogia, tratando-as como fatos sociais, todo o seu estudo vai seguir a sua metodologia positivista, na qual esses dois fatos sociais vão servir como o meio de garantir um desenvolvimento sadio dos indivíduos, evitando qualquer divergência do fato social principal, aquele que determina os valores morais, éticos, sociais de uma sociedade, evitando a anomia social, sendo assim, sua obra e seus estudos vão seguir um caráter completamente funcionalista.

II. A educação, sua natureza e o seu papel

Para a definição da educação, Durkheim vai partir do fato social dominante, sendo esse o determinante da moral e ética social, todas as instituições vão seguir esse conjunto de valores, a educação é uma destas instituições, logo, seguirá essas normas, mas uma mesma sociedade pode haver diferentes fatos sociais, essas diferenças são causadas pelos fatores socioeconômicos e geográficos, sendo assim, a educação irá assumir um caráter múltiplo em um âmbito mais abrangente, pensando em um contexto nacional, apesar deste caráter múltiplo, a educação terá a mesma função em qualquer lugar, o que mudará é o modo que é dada essa função social.

Seguindo um viés determinista, Durkheim afirma que a educação tem como função o desenvolvimento de um ser “pensante” e apto para um convívio social sadio, a estrutura dessa função partirá de um certo ideal de pessoa, criado através de fatores comuns entre as classes sociais, estrutura política, estrutura econômica do fato social predominante. O desenvolvimento deste ser ficará a cargo do caráter social da educação, para tal fim, a socialização, embasada no conjunto de valores sociais e métodos, garantirá que as novas gerações sejam inseridas no meio social, criando um fluxo de desenvolvimento do indivíduo, que consiste em 3 estágios: o primeiro, o indivíduo, logo nos seus primeiros anos de vida ainda vive baseado nos seus instintos animais, não conhecendo os valores sociais, então, o indivíduo é inserido nesse processo de socialização, que é feito pela educação, entrando em contato com o fato social predominante, assim, o indivíduo entra no último estágio do seu desenvolvimento, que consiste no “ser social”. Essa função social “educação” se constituirá através das necessidades morais e intelectuais da sociedade, a socialização das novas gerações e a necessidade do saber, para suprir aquilo que está além dos instintos animais.

Nesse processo educacional, o estado possui um papel importante, será através do poder estatal que as políticas educacionais e diretrizes serão determinadas, cabendo ao estado garantir que o caráter social e a função de formação do “ser social” seja executado com êxito, assim, a união social, que é regida pelo fato social predominante, ficará estável e quaisquer possibilidades de anomia social serão nulas. Mas não é apenas com a totalidade do fato social predominante que o estado garantirá o sucesso da educação, outro fator que torna o estado como uma peça fundamental nesse processo é que as diretrizes da educação não ficarão a mercê das arbitrárias vontades individuais, assim, haverá uma educação similar a todos, sem privilegiar nenhuma classe social em específico.

Os meios de ação do poder educacional serão dados principalmente na relação entre professor e aluno, mas não é restrito ao professor o dever de transmitir o conhecimento e valores sociais, para Durkheim, tanto o professor quanto os pais do indivíduo tem o dever de participar no processo de socialização. Este poder vai se desenvolver em cima do fato de que a criança não possui um grande número de ideias e representações em sua mente, assim, ela se encontra em um estado de passividade (ou tabula rasa), logo, o professor deverá ser impositivo nas suas falas, para garantir que a criança capte a ideia que foi emitida pelo professor sem algum tipo de resistência, qualquer tipo de dúvida ou fraqueza na fala do professor fará com que a criança desacredite nele, criando uma resistência na absorção do conteúdo, que poderá originar uma anomia social. Esse poder não poderá se restringir apenas na autoridade, mas tem que ser compreensivo com o aluno, considerando suas diferenças e dificuldade de aprendizagem, assim o professor conseguirá garantir que os diversos alunos tenham uma absorção maior. O que é de responsabilidade tanto dos pais quanto dos professores, é a personificação do dever moral, com o objetivo de fazer a criança compreender os ideais sociais, dotando a criança de um autocontrole, o qual Durkheim vê como um senso de liberdade, pois o conhecimento do fato social e suas regras morais dará a noção dos limites que existem dentro da sociedade, assim o indivíduo saberá até onde vai a sua “liberdade”.

III. Natureza e método da Pedagogia

A pedagogia não consiste em ação direta, mas em teorias, sendo estas teorias a maneira de conceber a educação. As teorias pedagógicas vão se originar através de uma reflexão científica da educação e todo seu conjunto, que consiste em como ela é aplicada, meios de ação, diretrizes. A pedagogia assumirá um caráter sociológico para analisar a educação, tratando-a como seu objeto de estudo, assim, será feita uma reflexão a partir do passado, as experiências educacionais passadas passarão por uma análise com o objetivo de criar preceitos de conduta educacional, ideais de ação e novas metodologias, ficando perceptível uma relação dialética entre a pedagogia e a educação. É partindo dessa relação que fica claro o caráter dicotômico entre o pedagogo e o professor, para Durkheim, o pedagogo, mesmo tendo todo o arcabouço teórico sobre educação, não está apto a ministrar uma aula, pois a sua formação não o habilitou a mediar a relação entre conteúdo e aluno, mas o habilitou para fazer uma aproximação científica dessa relação que o professor desenvolve entre aluno e conteúdo, e o professor não conseguirá desenvolver análises científicas sobre a educação, mesmo conhecendo diversas metodologias e formas educacionais, ele não está apto para fazer pesquisa científica.

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