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UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE OS CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA: DURKHEIM, MARX E WEBER .

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Por:   •  2/12/2014  •  3.641 Palavras (15 Páginas)  •  1.054 Visualizações

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Neste trabalho, procuro fazer uma breve analise dos “pais da sociologia”, Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber, em que procuro demonstrar como estes autores construíam o seus objetos de pesquisa, através da influencia histórica, econômica e social da época, e como estes se utilizavam do recurso metodológico. No qual, também destacarei algumas de suas principais obras, assim, como enfatizando a importância desses autores para a atualidade.

Após, a essa apresentação destes clássicos da sociologia, demonstrarei como estes autores ajudam a dialogar com a obra de Boaventura de Sousa Santos.

ÉMILE DURKHEIM

Émile Durkheim, hoje conhecido como um dos “pais” da sociologia, nasceu em Epinal, na França, em 1858 e faleceu em 1917. Possuía Doutorado em Filosofia, e foi trabalhar na Universidade de Bordeaux e depois em Sobornne como professor de Pedagogia e Ciência Social (Sociologia). E a partir deste período, começaram os seus estudos sobre sociologia, em 1896 funda a Revista, Année Sociologique, que ainda hoje é publicada .

No decorrer de sua vida Durkheim presencia vários acontecimentos históricos, políticos e econômicos, que acabaram marcando todos os franceses e o influenciando. Entre eles podemos citar: a derrota do Sedan; a disputa Franco – alemã (que acabou lhe afetando extremamente, pois sua cidade natal, Lorena, se torna cidade fronteiriça, e acaba presenciando a ida de muitos dos seus amigos e parentes a guerra, sendo que muitos não voltaram, estando entre eles o seu filho); a proclamação da III República (no qual, começa a se ter a resolução das questões sociais pelo direito, como as Leis: Naquet, que institui o divórcio e o Ensino obrigatório é público, característica do Estado Laico); a oposição entre o capital e o trabalho (burguesia x proletariado); a segunda Revolução Industrial (com o aparecimento de novas tecnologias, a eletricidade); Belle Époque (com a euforia do Progresso, uma exposição Universal) e entre outras. E a partir desses contextos que Durkheim começa a pensar os problemas sociais e a moral na sociedade.

As suas obras acabaram sofrendo influências dos fatos históricos que o autor presenciou, assim como também, logo no inicio de seus estudos possuiu influências das Teorias Iluminista, Evolucionistas e Positivista, no entanto, também realiza criticas a essa teoria que segundo o mesmo, esta defendia o envolvimento do pesquisador com o objeto (Durkheim: 2007). Durkheim procura analisar a sociedade nos mesmos parâmetros que se analisavam os fenômenos naturais, para ele a vida social deveria ser analisada com a mesma objetividade que os fenômenos naturais eram analisados, e esta, era uma das suas grandes preocupações, constituir a Sociologia como uma Ciência. Por isso, o mesmo desenvolve um método cientifico da Sociologia, que vai lhe conferir o mérito de dar a Sociologia um status de disciplina cientifica.

Para o autor a sociologia precisa buscar compreender os fenômenos sociais, através da sociedade, que para o mesmo é um organismo vivo (Durkheim: 1999). Pois, ele compreendia que a sociedade é superior ao indivíduo, uma vez que ela estabeleceria ao individuo um conjunto das normas do comportamento social. Pois é a sociedade, que molda o individuo. Partindo deste principio, Durkheim propõem um método investigativo que tem como objeto de estudo o fato social, que para Durkheim (2007:13).

É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo tempo, possui uma existência própria, independente de suas manifestações individuais.

O fato social de Durkheim se caracteriza por três fatores: a sua coercitividade (que imposto, havendo sanções caso quebre as regras), regularidade (ele se repete) e exterioridade (vem de fora para dentro). No entanto, é preciso se destacar, que para se estudar um fato social como objeto, é preciso trata-lo como “coisa”, é o que próprio Durkheim ressalta, (2007:28) “[...] os fenômenos sociais são coisas e devem ser tratados como coisas [...]”. É preciso que o pesquisador o conceba de forma exterior a sí, é a separação do pesquisador do seu objeto. O sociólogo precisa se despir de toda pré-noção ou sentimento, em relação ao objeto.

É preciso portanto considerar os fenômenos sociais em si mesmos, separados dos sujeitos conscientes que os concebem; é preciso estudá-los de fora, como coisas exteriores, pois é nessa qualidade que eles se apresentam a nós. Se essa exterioridade for apenas aparente, a ilusão se dissipará à medida que a ciência avançar e veremos, por assim dizer, o de fora entrar no de dentro. Mas a solução não pode ser preconcebida e, mesmo que eles não tivessem afinal todos os caracteres intrínsecos da coisa, deve-se primeiro tratá-los como se os tivessem. Essa regra aplica-se, portanto, à realidade social inteira, sem que haja motivos para qualquer exceção. [...]. (Durkheim, 2007: 28-29).

Pois, tratando o seu objeto como coisa, o pesquisador dará um caráter objetivo ao seu método cientifico, o colocando dentro do possível próximo das outras ciências. Afastando assim, o preconceito e julgamentos de a pesquisa possuir um caráter subjetivo. É preciso classificar esses fatos segundo as suas características exteriores e comuns, e explica-los.

Por tanto é esta concepção metodológica que irá caracterizar todas as suas principais obras. O autor procura analisar através dos fatos sociais, a explicação da função social que cada fato exerce, através da observação e comparação desses fatos.

Durkheim em suas principais obras desenvolve os seus principais conceitos: A divisão do trabalho social (1999), foi publicada pela primeira vez em 1893, nesta obra o autor trata da função social da divisão do trabalho na sociedade, a solidariedade, através do estudos dos fatos sociais da vida moral; em As regras do método sociológico (2007), publicado pela primeira vez em 1895, o autor analisa a questão do Fato Social e as regras que o pesquisador/sociólogo deve considerar ao estudar um fato social; em O suicídio (2000), publicado pela primeira vez em 1897, o autor estuda o suicídio relacionado com a sociedade, o que difere dos outros estudos da época, que enfocavam no individuo, e formula conceitos como Anomia; em As forma elementares da vida religiosa (1989), publicado pela primeira vez em 1912, o autor analisa a religião como um fato social, é estuda as relações sociais que envolve o fenômeno, compreender a religião como projeção da sociedade; e entre outras.

Assim observa-se que Émile Durkheim, possui uma grande importância para a Sociologia ainda hoje, pois este conseguiu

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