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Resumo O Que é Semiótica - Lúcia Santaella

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Por:   •  26/5/2014  •  3.430 Palavras (14 Páginas)  •  4.489 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Lucia Santaella escreveu o livro O que é Semiótica para a coleção Primeiros Passos visando esclarecer de modo simples o que é e como surgiu a semiótica. Segundo ela a Semiótica é um ramo muito vasto, predisposta a muitas teorias e definições, mas nesse apunhado de ideias o foco é a Semiótica Peirceana.

Ao longo desse resumo apresentarei de maneira resumida as informações já tão objetivas que aparecem nesse livro tão agradável de se ler e tão fácil de se entender.

PRIMEIROS PASSOS PARA A SEMIÓTICA

O nome Semiótica vem da raiza grega semeion, que quer dizer signo. A Semiótica é a ciência dos signos, signo como linguagem portanto a Semiótica é a ciência geral de todas as linguagens.

Linguagens verbais e não-verbais

O século XX viu nascer e acompanha o crescimento de duas ciências da linguagem, uma delas é a linguística, ciência da linguagem verbal, e a outra é a semiótica, ciência de toda e qualquer linguagem. É necessário estabelecer semelhanças e oposições entre ambas para que se possa entender o seu real objetivo.

Como ponto de partida devemos definir a diferença entre língua e linguagem e entre linguagens verbais e não-verbais. Lingua é aquela que falamos, escrevemos, e que muitas vezes esquecemos que não é a única forma que temos de nos comunicarmos. Também nos comunicamos e nos orientamos através de imagens, gráficos, sinais, setas, números, luzes, objetos, sons musicais, gestos, expressões, cheiro e tato, através do olhar, do sentir e do apalpar. E são essas formas de comunicação alheias a língua que nos fazem serer de linguagem.

Ao longo do tempo fomos levados a crer que as únicas formas de conhecimento, de saber, eram aquelas veiculadas pela língua, oral ou escrita. No entanto, em todos os tempos, grupos humanos constituídos sempre recorreram a modos de expressão, de manisfestação de sentido e de comunicação sociais outros e diversos da linguagem verbal. Até a própria linguagem verbal escrita não conheceu apenas o modo de codificação alfabética criado e estabelecido no Ocidente a partir dos gregos. Há outras formas de codificação escrita, diferentes da linguagem alfabeticamente articulada, tais como hieróglifos, pictogramas, ideogramas, formas estas que se limitam com o desenho.

Existe uma liguagem verbal, linguagem de sons que veiculam conceitos e que se articulam no aparelho fonados, sons estes que, no Ocidente, receberam uma tradução visual alfabética (linguagem escrita), mas existe simultaneamente uma enorme variedade de outras linguagens que também se constituem em sistemas sociais e históricos de representação do mundo. Portanto, quando dizemos linguagem queremos nos referir a uma diversidade imensa de formas sociais de comunicação e significação que inclui todos os sistemas de produção de sentido.

Todo e qualquer fato social, toda e qualquer atividade ou prática social constituem-se como práticas significantes, isto é, práticas de produção de linguagem e de sentido. É no homem e pelo homem que se opera o processo de alteração dos sinais em signos ou linguagens.

Até onde vai a Semiótica

As linguagens estão no mundo e nós estamos na linguagem. A Semiótica é a ciência que tem por objeto de investigação todas as linguagens possíveis, e como objetivo o exame dos modos de constituição de todo e qualquer fenômeno como fenômeno de produção de significação e de sentido. A Semiótica busca divisar e deslindar seu ser de linguagem, isto é, sua ação de signo.

O LEGADO DE C. S. PEIRCE

A Semiótica teve três origens ou sementes lançadas quase simultaneamente no tempo, mas distintas no espaço e na paternidade: uma nos EUA, outra na União Soviética e a terceira na Europa Ocidental, porém focaremos na sua origem norte-americana que germinou nos trabalhos do cientista-lógico-filosófico Charles Sanders Peirce. A proliferação histórica crescente das linguagens e códigos, dos meios de reprodução e difusão de informações e mensagens vieram gradativamente inseminando e fazendo emergir uma “consciência semiótica”.

Não foi senão essa consciência de linguagem em sentido amplo que gerou a necessidade do aparecimento de uma ciência capaz de criar dispositivos de indagação e instrumentos metodológicos aptos a desvendar o universo multiforme e diversificado dos fenômenos de linguagem.

Um Leonardo das Ciências Modernas

C. S. Peirce se bacharelou em Química, mas era também matemático, físico, astrônomo, além de ter realizado contribuições importantes no campo da geodésia, metrologia e espectroscopia. Era ainda um estudioso dos mais sérios tanto da biologia quanto da geologia, assim como fez, quando jovem, estudos intensivos de classificação zoológica sob a direção de Agassiz. No campo das ciências culturais, ele se devotou particularmente à lingüística, filologia e história. Isso sem mencionarmos suas enormes contribuições à psicologia que fizeram dele o primeiro psicólogo experimental dos EUA.

Peirce era, acima de tudo, um lógico. Essa foi a grande e irresistível paixão de toda a sua vida. Seu interesse em lógica era, primariamente, um interesse na Lógica das ciências. Ora, entender a Lógica das ciências era, em primeiro lugar, entender seus métodos de raciocínio.

Pierce lutou incansávelmente pelo reconhecimento da Lógica como ciência, mas foi apenas na edição de 1910 em Quem é quem na América que compareceu, pela primeira vez, uma referência à profissão de Peirce como aquela de um lógico.

Um só homem dialogando com 25 séculos de filosofia ocidental

Todo o tempo em que Peirce foi um cientista, ele foi também um filósofo. Desde muito cedo, quando ele começou na Filosofia, pretendeu trazer para esta uma aproximação alternativa que tinha, até então, poucos representantes, isto é, a aproximação ao pensamento filosófico através das ciências. Um filósofo, portanto, que levou para a Filosofia o espírito da investigação científica.

Para Peirce, o caminho para a Filosofia tinha de se dar através da Lógica, mais particularmente, através da Lógica da ciência. Peirce chegou cedo demais para seu tempo. Mas o que a Semiótica tem a ver com tudo isso?

Desde

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