Resumo do livro Sete Lições Sobre a Educação de Adultos, Álvaro Vieira Pinto
Por: anahoppe • 11/5/2016 • Resenha • 674 Palavras (3 Páginas) • 7.349 Visualizações
No primeiro capítulo de seu livro Sete Lições Sobre a Educação de Adultos, Álvaro Vieira Pinto define a educação como sendo o processo pelo qual a sociedade forma seus membros à sua imagem ou de acordo com seus interesses; consequentemente a educação pode ser vista como a formação do homem pela sociedade, sendo que esta atua sobre tal no intuito de integrá-lo no modo de ser social vigente.
Partindo desse conceito, o autor explicita os caracteres da educação: primeiramente mostra a educação como um processo e desse modo, um fato histórico. A educação é ainda um fato existencial, pois se refere ao modo como o homem se faz homem e também um fato social por referir-se à sociedade como um todo. Ademais, a educação é um fato cultural, pois é a transmissão da cultura em todos os seus aspectos, pelo moldes e meios que a mesma permite. Pinto afirma também que a educação se desenvolve sobre o fundamento do processo econômico de uma sociedade e que num corpo social desenvolvido, com divisão interna em classes opostas, o processo educativo não consiste em uma forma homogênea a todos seus membros, para a própria conservação da sociedade.
Pode-se dizer também que a formação do indivíduo sempre visa um fim, que é tornar o educando um membro útil na sociedade e, portanto, a educação pode ser vista como um tipo de trabalho social. Posteriormente o autor coloca que a educação é histórica; não por se realizar no tempo, mas por ser um processo de formação humana para as mudanças culturais, laborais e de sua autoconsciência; o processo educativo sendo a evolução da sua existência, acaba por ser sua própria história pessoal.
No decorrer da história, todos os tipos de sociedades têm produzido um conceito de educação, refletindo nele as suas peculiaridades e interesses próprios, assim sendo, é impossível definir um “modelo” de educação e pretender levá-lo a prática. Em seguida, Pinto expõe a educação como um fenômeno da cultura, que se verifica em dois sentidos: o primeiro é no sentido de que o mesmo conceito de educação é artigo ideológico da cultura; e o segundo segue, pois que a educação pertence ao campo cultural por ser o produtor e transmissor da cultura.
Ainda segundo o autor, na sociedade todos educam a todos de forma constante; as interações humanas fazem com que sua educação seja um processo contínuo. Assim, não existe sociedade sem educação, por mais que falte a educação institucionalizada, como conseqüência direta disso, nenhum membro da comunidade é completamente ignorante, do contrario não viveria.
Pinto justifica que “o principio da educação está no interesse da sociedade em aproveitar para seus fins coletivos a força do trabalho de cada um de seus membros. Por isso, a educação não é uma conquista do individuo, mas uma função da sociedade e como tal sempre depende de seu grau de desenvolvimento”. Além disso, a educação é um processo histórico que produz o homem para a sociedade ao mesmo tempo que modifica a sociedade para o proveito de tal.
O homem é um ser essencialmente em construção. Ao mesmo passo que a sociedade o cria para si, o mesmo é um ser livre e criador de cultura. Essa cultura produzida pelo homem é incorporada à cultura geral do grupo e logo é transmitida para os indivíduos que não a possuem. Assim o homem que foi educado pela sociedade, modifica-a como resultado da educação que obteve dela. Desse modo, o papel da sociedade é de mediação entre os homens no ofício de criar e transmitir a cultura, compreendendo-se a educação.
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