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Riqueza Do Homem

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Por:   •  5/11/2014  •  10.544 Palavras (43 Páginas)  •  365 Visualizações

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Tania Quintaneiro Maria Ligia de Oliveira Barbosa Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira

Um Toque de Clássicos MARX, DURKHEIM e WEBER

2ª EDIÇÃO REVISTA E AMPLIADA 1ª REIMPRESSÃO

Belo Horizonte Editora UFMG 2003

APRESENTAÇÃO

A primeira edição deste livro, fruto de uma década e meia de trabalho na Universidade Federal de Minas Gerais no campo da teoria sociológica clássica, cumpriu cinco anos. Nesta edição revista e ampliada mantemos o mesmo objetivo: tentar superar aqueles que pensamos ser os principais problemas enfrentados pelos que se iniciam na obra dos três grandes clássicos da sociologia - Marx, Durkheim e Weber. Entre tais obstáculos encontram- se as dificuldades de acesso e compreensão dos textos originais e o alto grau de abstração das interpretações avançadas. Em face da extensão e da densidade da produção que analisamos, o trabalho que se segue serve fundamentalmente como roteiro para a desco¬berta desses autores. Não é nossa intenção substituir a leitura dos originais, cuja riqueza somente pode ser conhecida por aqueles que se lançam a essa aventura. Acreditamos também que nosso trabalho facilita ao principiante orientar-se num debate imprescindível à compreensão da temática sociológica contemporânea. Temos muito a agradecer, na chegada a esse resultado, aos nossos alunos, que apontaram os pontos obscuros à compreensão, e principalmente à leitura atenta de Afonso Henrique Borges e de Antonio Fernando Mitre que procuraram desviar-nos de caminhos equivocados. O capítulo “Karl Marx” foi produzido por Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira e Tania Quintaneiro, o “Émile Durkheim” foi escrito por Tania Quintaneiro, e o “Max Weber” é de autoria de Maria Ligia de Oliveira Barbosa e Tania Quintaneiro. O resultado final, em seu conjunto, é expressão do que logramos desvendar ao final de longas discussões assim como de nossos equívocos e deficiências.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO KARL MARX Márcia Gardênia Monteiro de Oliveira Tania Quintaneiro Introdução Dialética e materialismo Necessidades: produção e reprodução Forças produtivas e relações sociais de produção Estrutura e superestrutura Classes sociais e estrutura social Lutas de classes A economia capitalista O papel revolucionário da burguesia A transitoriedade do modo de produção capitalista Trabalho, alienação e sociedade capitalista Revolução Comunismo Conclusões Bibliografia

ÉMILE DURKHEIM Tania Quintaneiro Introdução A especificidade do objeto sociológico O método de estudo da sociologia segundo Durkheim A dualidade dos fatos morais Coesão, solidariedade e os dois tipos de consciência Os dois tipos de solidariedade Os indicadores dos tipos de solidariedade Moralidade e anomia Moral e vida social Religião e moral A teoria sociológica do conhecimento Conclusões Bibliografia

MAX WEBER Maria Ligia de Oliveira Barbosa Tania Quintaneiro

Introdução A objetividade do conhecimento Os tipos ideais Os conceitos fundamentais da sociologia weberiana Os tipos puros de ação e de ação social

Relação social Divisão do poder na comunidade: classes, estamentos e partidos A dominação Carisma e desencantamento do mundo A sociologia da religião Tendência à racionalização e burocracia Racionalização e capitalismo Conclusões Bibliografia

CONSIDERAÇÕES FINAIS CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS FATOS RELACIONADOS A MARX, DURKHEIM E WEBER

INTRODUÇÃO

A reflexão sobre as origens e a natureza da vida social é quase tão antiga quanto a própria humanidade, mas a Sociologia, como um campo delimitado do saber científico, só emerge em meados do século 19 na Europa. Para melhor entender esse processo, é mister referir-se ao quadro das mudanças econômicas, políticas e sociais ocorridas principalmente a partir do século 16 e às correntes de pensamento que estabeleceram os alicerces da modernidade européia - o racionalismo, o empirismo e o iluminismo.1 A marca da Europa moderna foi, sem dúvida, a instabilidade, expressa na forma de crises nos diversos âmbitos da vida material, cultural e moral. Foi no cerne dessas dramáticas turbulências que nasceu a Sociologia enquanto um modo de interpretação chamado a explicar o “caos” até certo ponto assustador em que a sociedade parecia haver-se tornado. Passemos a considerar, brevemente, algumas das dimensões sociais e intelectuais envolvidas nessa trajetória.

MUDANCAS RESULTANTES DA INDUSTRIALIZACÃO

As grandes transformações sociais não costumam acontecer de maneira súbita, sendo quase imperceptíveis para aqueles que nelas estão imersos. Mesmo os sistemas filosóficos e científicos inovadores entrelaçam-se a tal ponto com os que os antecedem que é difícil pensar em termos de rupturas radicais. Ainda assim, começara a despontar desde a Renascença a consciência de que uma linha distintiva separava os novos tempos do que veio a se chamar Medievo.2 Mudanças na organização política e jurídica, nos modos de produzir e de comerciar exerciam um mútuo efeito multiplicador e geravam conflitos ideológicos e políticos de monta. O avanço do capitalismo como modo de produção dominante na Europa ocidental foi desestruturando, com velocidade e profundidade variadas, tanto os fundamentos da vida material como as crenças e os princípios morais, religiosos, jurídicos e filosóficos em que se sustentava o antigo sistema. Profundos câmbios na estrutura de classes e na ossatura do Estado foram ocorrendo em muitas das sociedades européias. A dinâmica do desenvolvimento capitalista e as novas forças sociais por ele engendradas provocaram o enfraquecimento ou

1 Esta introdução incorpora partes do artigo Sociologia, obra dos tempos modernos. 2 Com a queda do Império Romano, em 410, começam a configurar-se os elementos que caracterizarão a chamada Idade Média ou o período medieval, que se estende até o século 15. Aí se inicia o Renascimento, o nascimento da Modernidade.

desaparecimento, mais ou menos rápido, dos estamentos tradicionais - aristocracia e campesinato - e das instituições feudais: servidão, propriedade comunal, organizações corporativas artesanais e comerciais. A partir da segunda metade do século 18, com a primeira revolução industrial e o nascimento do proletariado, cresceram as pressões por uma maior participação

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