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SOBRE A SOCIO GÊNESE DA ECONOMIA E SOCIOLOGIA

Por:   •  23/5/2017  •  Trabalho acadêmico  •  812 Palavras (4 Páginas)  •  667 Visualizações

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Questões retiradas a partir do texto/capítulo: “SOBRE A SOCIOGÊNESE DA ECONOMIA E SOCIOLOGIA” de Norbert Elias extraído do livro “ESCRITOS & ENSAIOS 1: Estado, processo, opinião pública” (2006).

  1. Descreva as transformações sociais, políticas e econômicas que permitiram o aparecimento do estudo científico da sociedade.

No capítulo estudado, o autor revela que antes havia uma limitação na divisão das vertentes, hoje, científicas. O limite entre a sociologia, a economia, a história e a ciência política eram quase invisíveis e isso dificultava a percepção do objeto de estudo de cada um. Na primeira metade do século XIX, o saber científico começou a ganhar visibilidade, pois questões específicas começaram a surgir com força e nesse momento, houve então uma ruptura entre a ciência e a abordagem “pré-científica”. A economia no período que antecedeu a ciência sólida era delimitada como atividades sociais específicas dos indivíduos, como ordenação do lar e gerenciamento de assuntos domésticos. E passou então, devida à escassez de recursos (princípio fundador da economia), a buscar então, teorias econômicas que viessem a equilibrar não só as finanças domiciliares, mas também de todo um contexto social. Hoje, o estudo da economia social, traz a responsabilidade de gerir os recursos para não serem sugados pelos pequenos prazeres. Portanto, a economia passou de um pequeno controle financeiro visando a ascensão dos estratos, para significar algo mais profundo: racionalidade no controle financeiro. A economia saiu do campo privado para o da administração pública, ganhando assim, a expressão “economia política” que através de François Quesnay e seus discípulos, saiu da pessoalidade para algo científico de fato. O impacto causado na separação entre o saber científico e o empírico trouxe uma mudança radical na estrutura social e política, segundo Elias, pois esta reivindicação de autonomia refletia esse lugar de impacto. Esta mudança de atitude tinha relação direta com a sociedade e seu contexto, pois o poder da classe média, antes restrito, ganhava mais força em relação aos governos e exigia, portanto, mais liberdade. O fato de suas reivindicações terem sido atendidas, houve uma distribuição nas diversas camadas da sociedade. A ciência econômica e social começou a criar, a partir de então, suas teorias e afirmar sua independência com relações às ciências da natureza, consequentemente, gerou-se uma preocupação em buscar autonomia nos seus métodos de pesquisa; estudar o subjetivo sem objetificá-lo fugindo do pensamento empírico construído através de opiniões e crenças pessoais. Foi um desafio também, construir esse estudo baseado nos termos já existentes nas ciências naturais.

  1. Na concepção de Elias, qual a diferença das ciências naturais e das ciências sociais em relação aos seus respectivos objetos?

A ciência sempre foi concentrada no campo dos métodos fixos e invioláveis, onde tudo tinha necessidade de ter uma razão de ser, e devido ao aprimoramento real das vertentes científicas, se fez necessário, buscar uma forma de explicá-las sem que se perdesse o concentrado de novas informações. Se não fosse o impulso que a sociologia sofreu devido à carência de termos específicos, ela provavelmente estaria obstruída até hoje. Por hora, um conjunto de estudiosos elaboravam estudos para representarem uma marca discriminatória entre um saber e outro. Contudo, isso não acontecia com a economia, porque muitas vezes eles tinham o mesmo objeto de estudo mas não se consideravam profissionais da mesma área e o destino da ciência dessa área estava mais voltado a certas classes sociais, havia uma segregação neste período, segundo Elias. No caso, especificamente, das ciências naturais, o campo de estudo não se transformou bruscamente de pré-científico para uma abordagem mais científica, onde fugia do tradicionalismo, e sim quando o estudo da "natureza" ganhou mais autonomia e a mudança definitiva aconteceu na maneira de olhar para a dimensão social do universo e essa mudança aconteceu junto a uma alteração no processo de mudança de foco e o desenvolvimento da sociedade desempenhou um papel importante na construção dessa forma mais científica de tratar as ciências. Por muito tempo acreditou-se numa "lei da natureza" em que havia apenas "necessidades mecânicas", como sugeriu N. Elias, e as particularidades que foram trazidas pelas ciência sociais trouxe à tona a singularidade do homem e fazer com que as ciência sociais avançasse as ciências naturais foi uma tarefa complicada, pois foi necessário estudar com objetos menos pessoais que as expressões já existentes na sociedade em geral. E essa diferença se nota nas ciências naturais, qualquer ação era transformada automaticamente em vocábulos referentes a funções, portanto, se tornou uma tarefa complexa desvincular o estudo das ciências sociais desse plano já estudado antes. Não foi simples conceber e assimilar configurações de pessoas ou redes de funções impessoais experimentais na vida cotidiana, era custoso entender claramente as regularidades observadas e formuladas e fazer com que estas observações se referissem a configuração de pessoas e não as pessoas em si, seria necessário então separar o diagnóstico sociológico da estrutura do movimento social dos objetivos, crenças, ideias, etc. Ou seja, discriminar as funções científicas das ideológicas.

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