Serviço Social

Introdução

Esse artigo partiu do propósito de discussão sobre as novas expressões causadas pela nova questão social. Parte de um debate contemporâneo que preza a sua trajetória histórica e como a mesma se apresenta na pós-modernidade.

Tendo em vista todas estas questões é bom destacar que a questão social se expressa na medida em que o projeto neoliberal se consolida no Brasil e no mundo. Uma preocupação que está longe dos olhos das autoridades mais importantes, pois o que realmente interessa não é a solução e/ou superação dos problemas sociais, e sim acumular capital. E para isso o sistema contribui de todas as formas, e uma delas está totalmente vinculado aos cortes de gastos sociais.

Como bem sabemos os problemas sociais enfrentados pelos milhares de brasileiros, estão diretamente relacionados, com o que prega o neoliberalismo, que de acordo com Yasbek, 2000 apud Iamamotto, 2004:

[...] o pensamento liberal estimula um vasto empreendimento de “refilantropização do social”, já que não admite os direitos sociais, uma vez que os metamorfoseia em dever moral. Opera uma profunda despolitização da “questão social”, ao desqualificá-la como questão pública, questão política e questão nacional. (p.03).

Nessa perspectiva, trataremos de discutir como os profissionais devem agir em sua ação profissional, considerando as contradições do sistema, a precarização do seu trabalho e ainda colocado em cheque o Projeto Ético Político, tendo em vista que o assistente social como um profissional assalariado e precisa sobreviver, muitos deles optam por muitas vezes aceitar o que está posto com o simples objetivo de manter seu posto de trabalho.

Reflexo que atinge o mundo de trabalho de forma preponderante que por sua vez atinge no funcionamento dos serviços públicos, contribuindo diretamente para a consolidação do projeto neoliberal.

Como afirma Iamamotto, 2004:

O caráter conservador do projeto neoliberal se expressa de um lado, na naturalização do ordenamento capitalista e das desigualdades sociais a ele inerentes tidas como inevitáveis, obscurecendo a presença viva dos sujeitos sociais coletivos e suas lutas na construção da história; e de outro lado, em um retrocesso histórico condensado no desmonte das conquistas sociais acumuladas, resultantes de embates históricos das classes trabalhadoras, consubstanciadas nos direitos sociais universais de cidadania, que têm no Estado uma mediação fundamental. (p.02 e 03)

Estamos num processo feroz de desregulamentação de todas as conquistas. Os direitos sociais, as políticas públicas visando apenas em acúmulo de capital e desenvolvimento econômico. Essas transformações, ao longo dos anos foram sendo consideradas como problemas ou dificuldades, causas de gastos excessivos, os quais ocasionariam uma crise fiscal nos cofres públicos, desestruturando, portanto todo o aparato social estabelecido pela CF-88 para com os cidadãos brasileiros. Em virtude disso, o Estado passa a ter uma ação mínima, deixando espaço para a inserção do mercado, e é através desse processo, que é impulsionado o sistema de refilantropização, o qual passa a ser assumindo pelo terceiro setor reconhecido. Isso ocasiona um desgaste profundo nos serviços socioassistencias oferecidos pelas políticas públicas, e interfere diretamente no fazer profissional do Serviço Social.

Resultados

O que esperamos com essa breve revisão bibliográfica, é que nós possamos fomentar cada vez mais esse debate a respeito da nova questão social, posta pelo sistema neoliberal instaurado. Haja vista o contexto sócio histórico e político contemporâneo que intensifica o aparecimento e aprofundamento da mesma, que atinge primordialmente o mundo do trabalho e a vida de todos os indivíduos, exigindo do Serviço Social medidas interventivas trazendo consigo a erradicação dos problemas que compõem a nova questão social, apesar de que a nossa categoria também vem enfrentando os mesmos problemas que os demais trabalhadores vem enfrentando. Colocando-nos impossibilitados de executar qualquer ação que resulte na superação desses problemas.

Discussão

1. QUESTÃO SOCIAL: debate contemporâneo

Com o desenvolvimento cada vez do capitalismo e suas manobras para aquecer a economia do páis, bem como a globalização, vem se instaurando ao longo das duas últimas decadas índices alarmantes no que se refere ao desemprego estrutural, pobreza em vários níveis, seguido da exclusão social, configurando assim a chamada nova questão social no Brasil.

Os aspectos políticos e economicos vem se deparando, com graves sinais e marcas de transformações radicais no que corresponde aos processos de trabalhos, hábitos de consumo, configurações geográficas e geopolíticas.

A questão social assim denominada no seculo XIX, teve origem na Europa, a partir de profundas transformações as quais atingiram os âmbitos político e econômico, são advindos da Revolução Industrial(STEIM, 2000). Por sua vez a nova qustão social, advém do desenvolvimento do desemprego e do surgimento de novas formas de pobreza. A nova questão social está diretamente vinculada com os processos de desregulamentação e fragilidade adiquirida da condição salarial, expressando no entanto o desemprego em massa e a instabilidade das situações de trabalho, a inadequação dos sistemas clássicos.(STEIM, 2000).

De acordo com GUERRA et. al. 2007, a questão social vem atingindo a vida dos indivíduos nas suas solicitações pela garantia de seus direitos, impulsionando-os a luta pela cidadania.

Nos dias de hoje, a questão social se apresenta através de várias manifestações decorrentes desses processos de flexibilidade no mundo do trabalho. Tais manifestações se referem a exclusão e devido a sua maior visibilidade tem colocado a parte nos últimos anos para a margem da sociedade o que é chamado de estatuto de salariado.

A partir disso a existência da nova questão social afeta o conjunto da sociedade que ameaça a ordem social e a coesão dos indivíduos . Ou seja a nova questão social consiste em efetivar três novas formas de expressões: a primeira seria a desestabilização dos trabalhadores estáveis, o segundo corresponde a precariedade das condiçoes de trabalho e por fim a constituição de uma população sobrante, isso se quer dizer que existe uma parte da população que é considerada inúltil e improdutiva para o mundo capitalista, surgindo um processo de desintegração destes perante a sociedade em