Serviço Social
Ensaios: Serviço Social. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: miriamcardoso • 13/3/2014 • 1.903 Palavras (8 Páginas) • 235 Visualizações
Martins,Carlos Benedito. O que é Sociologia. 38°Ed. São Paulo, Brasiliense 1994.
O autor é sociólogo graduado e mestre em Ciências Sociais pela PUC de São Paulo, e doutor em sociologia pela Universidade de Paris. Exerceu durante vários anos a atividade docente na PUC e na UNB.
A presente obra visa fazer uma reflexão sobre o que seria a sociologia debatendo duas características comuns nessa ciência que é contraditória que é manter a ordem social e modificar a ordem estabelecida, e debate sobre essa relação na dimensão política dessa ciência.
E esse escrito se desdobra em três capítulos: O surgimento, A formação, O desenvolvimento .
“O que é sociologia”, de Carlos B. Martins (1948) tem como propósito apresentar a historicidade do termo "sociologia", desde as primeira tentativas de se articular uma reflexão dos pensadores do século XVIII, cenário da Revolução Industrial, até os seus dias (década de 1980); o título da obra deixa entrever o caminho de seu conteúdo, porque em momento algum fora transformado em questão e a supressão da interrogativa, já na capa do livro, resguarda o autor de não querer esgotar, de fato, o que é a sociologia.
Na Introdução.O livro apresenta o que seria a sociologia, e interpreta como um projeto intelectual cheio de lutas e contraditórias, pois ora esta servindo aos interesses das grandes elites, como também pode ajudar na revolução dos grupos mais oprimidos chegarem ao poder. E diz que essa ciência surgiu como uma resposta a questões que a história ignorou e situa essa ciência como um conjunto de conceitos e métodos de investigação para poder explicar a vida social. E conclui essa primeira parte dizendo que a sociologia é uma tentativa de compreensão das situações sociais existente tanto no meio urbano e rural que teve como motor do seu surgimento a revolução industrial e explica como alguns teóricos dessa ciência produziram teorias que contribuem para manter ou alterar as relações de poder existente na sociedade.
O Surgimento. diz que o embrião da sociologia iniciou nas manifestações do pensamento moderno que era uma crítica ao pensamento feudal, e essa estava entrado em decadência, e isso mostrava uma profunda mudança da mentalidade européia. Essas revoluções mexeram profundamente no imaginário do povo europeu do século XVIII e reforço a crise com o surgimento da revolução industrial. Em que a máquina ia substituindo pouco a pouco o labor humano, e as conseqüência era um monte de homens e mulheres que ficavam sem poder produzir nada, pois seu trabalho não podia concorrer com a máquina, pois está produzia em larga escala, enquanto o artesão precisa de mais tempo para poder produzir, e assim passando necessidade, pois não podia concorrer com a máquina. Na Inglaterra ocorre a transformação da atividade artesanal para manufaturada, e em seguida para fabril desencadeou um grande êxodo dos camponeses para as grandes cidades urbanas que foram engajadas não somente pelos homens, mas as mulheres e crianças e estes se submetiam a ganhar um salário inferior aos dos homens. Essas cidades tiveram um grande crescimento demográfico que suas estruturas de moradia e saúde não tiveram como acolher esses migrantes que vinham do meio rural. Com isso houve o aumento da prostituição, do alcoolismo, infanticídio, da criminalidade, da violência. Por causa da falta de saneamento houve a proliferação dos surtos de epidemia de tifo e cólera. Não esquecendo que com a revolução industrial surge o capitalista como uma nova classe que emergia. Com essas transformações surgidas na sociedade abre uma possibilidade de analise, ou seja, surgimento de um objeto a ser investigado. A sociologia constitui em certa medida de uma resposta intelectual diante das novas situações colocada pela revolução industrial. Graças às discussões metodológicas e filosóficas sobre a política com os iluministas abriu possibilidade para que o "homem comum" da sociedade européia não visse mais as instituições sociais com fenômenos sagrados e imutáveis, mas algo que é criação humana passível de transformações. Na concepção dos seus fundadores de um modo especial Comte que chama de física social deveria ser aquela ciência que estuda as leis imutáveis, ou seja, seu pensamento é fazer a sociologia uma ciência aos moldes das ciências físico-naturais. E com a inspiração positivista a sociologia procurou construir uma ciência não somente separado da filosofia, como também da economia e da política como base do conhecimento da realidade social. Com esse debate inicia o desejo de modificar o rumo da civilização para poder alterar o funcionamento da sociedade.
A formação. Apesar de muitas críticas feitas à sociologia, não se pode negar que houve um avanço nos resultados alcançados por essa ciência, mas os sociólogos não entraram em consenso sobre o que seria a sociologia, pois isso é reflexo da formação da sociedade em vários grupos sociais. O caráter antagônico da sociedade capitalista impede que se tenha um entendimento em comum da parte dos sociólogos em torno do método e da investigação criou margem para o surgimento de diferentes tradições sociológicas ou diversas visões de sociológicas. Uma dessas visões que influenciou a teoria sociológica foi o pensamento conservador, que queria manter a sua estabilidade social e acentuar sua hierarquia, a reflexão dos conservadores iniciou com o impacto da Revolução Francesa, que esses viam como um castigo de Deus para com a humanidade, e não cansavam de criticar os iluministas por serem responsável em desencadear a Revolução Francesa em 1789. As idéias conservadores se tornaram uma referência para os primeiros sociólogos que estavam interessados em preservar uma nova ordem política, econômica e social na sociedade européia do final do século XIX. Essa idéia influenciou três teóricos da sociologia como Saint-Simon, Auguste Comte e Émile Durkheim. Saint-Simon acreditava que o progresso econômico acabaria com os conflitos sociais por isso era a favor no desenvolvimento da indústria e da produção. Para Comte as idéias iluministas na revolução industrial iriam levar os homens à desunião, no entanto para que isso não ocorra é necessário restabelecer a ordem tanto da idéias como no conhecimento e dessa maneira criando uma crença comum entre os homens. Nesse sentido a filosofia positiva era uma reação clara em oposição à filosofia iluminista, pois o espírito positivista estava preocupado em reorganizar a realidade. A maneira de chegar a esse objetivo é fazer uma reconciliação da ordem com o progresso. Pois a sociologia positivista considerava que a ordem é o ponto de partida para a construção de uma nova sociedade.
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