Serviço Social
Casos: Serviço Social. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: caroline2017 • 26/5/2014 • 1.059 Palavras (5 Páginas) • 222 Visualizações
. A trajetória do Serviço Social no Brasil: o surgimento como profissão, uma guia a análise
O Serviço Social no Brasil surge a partir da eclosão da questão social1. As bases
para sua implantação deu-se a partir do reconhecimento das tensões sociais, oriundas do
agudizamento da questão social nas décadas de 1920 e 1930 com o processo de
industrialização. Portanto, sua gênese corresponde à conjuntura vivenciada no país neste
período, momento em que o Estado passa a utilizar-se de estratégias de intervenção e
regulação da questão social via políticas sociais. Estas estratégias foram influenciadas
pelas mudanças ocorridas no país – principalmente as econômicas –, em função do
processo de industrialização, que teve como consequência imediata, o crescimento desordenado das cidades, devido o devido o êxodo rural, causado pela crise no setor
agrícola – crise do café.O crescimento da classe operária em condições precárias de higiene, saúde e habitação, tomou proporções gigantescas, dando visibilidade social aos mesmos que
passaram a reivindicar melhores condições de vida e de trabalho, dessa forma adquirindo
importância social. Outro fator vivenciado neste período foi à quebra da bolsa de Nova
York em 1929, gerando uma crise econômica com proporções mundiais.
Diante de todo esse contexto vivenciado no país no início do século XX,
percebemos algumas formas de intervenção com intuito de controlar as tensões sociais e
atuar de forma a garantir a disciplina e a reprodução da força do trabalho. O Estado
entra em cena utilizando-se de algumas estratégias com caráter interventivo e de
regulação da questão social, dessa forma, as primeiras ações de intervenção
configuravam-se de forma incipiente em um tipo de ação social com objetivo de diminuir
as consequências materiais e morais derivadas do trabalho assalariado, ou seja, ações de
caráter filantrópico.
De acordo com Iamamoto e Carvalho (2005) o processo de legitimação e
institucionalização da prática profissional dos assistentes sociais no Brasil, deu-se com o
advento e desenvolvimento das grandes entidades assistenciais – estatais autarquias ou
privadas – na década de 1940, momento em que os conflitos sociais entre a classe
burguesa e a classe operária se intensificaram e passaram a exigir outros meios de
intervenção, pois, a filantropia e a repressão já não davam conta de tais conflitos.
Ressaltamos que o papel do Serviço Social era buscar adequar o operariado às novas
condições de vida, mas, não por uma solicitação da classe a ser assistida e sim por uma
imposição da burguesia em conjunto com a Igreja Católica, com objetivo de neutralizar a
classe trabalhadora que no momento lutava por melhores condições de trabalho e
sobrevivência. Assim entendemos que o Serviço Social emergiu como um instrumento do
capitalismo para a manutenção da ordem vigente.
O Serviço Social no decorrer da sua trajetória, com intuito de atender as
exigências postas aos assistentes sociais, bem como atender às requisições do Estado,
buscaram construir seu aporte teórico e ampliar seus referenciais técnicos, se
distanciando da Igreja, e assim, passaram a assumir correntes teóricas, face a ausência
de um referencial crítico. Dentre estas correntes de pensamentos citamos: o
positivismo; o funcionalismo.
Na década de 1960, com o Movimento de Reconceituacão2
eclodindo em toda a América Latina (Chile, Argentina, Peru e Uruguai), a profissão buscou romper com a marca conservadora das práticas, ou seja, buscou destinar seu foco profissional para o interesse dos que participavam da sociedade através de seu trabalho – classe subalterna. Baseados em Netto3(1991), o Movimento de Reconceituação do Serviço Social latinoamericano assume três distintas direções: 1- a perspectiva modernizadora; 2- a
perspectiva de reatualização do conservadorismo; 3- a perspectiva de ruptura com o
Serviço Social tradicional. O processo de reconceituação gestado pelo Serviço Social
desde a década de 1960 permitiu à profissão enfrentar a formação tecnocrática
conservadora e no período de transição da década de 1970 para 1980 se processam as bases para o novo projeto profissional que denominamos de projeto ético-político do
Serviço Social, que teve como principal e primeira condição para sua construção à recusa
e
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