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Serviço Social

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Por:   •  21/7/2014  •  1.860 Palavras (8 Páginas)  •  456 Visualizações

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Vicente de Paula Faleiros, nesta obra traz uma minuciosa análise das várias fases pelas quais passa o Serviço Social. É feita aqui uma análise para que se tenha uma compreensão ampla da sua própria trajetória e pesquisa sobre história do Serviço Social no Brasil. O autor vai à busca de uma retrospectiva a cerca da desconstrução e construção do objeto do Serviço Social que em sua análise pode se construir e desconstruir em diferentes perspectivas das diversas conjunturas. O Serviço Social vem sendo alvo de uma profunda análise do contexto neoliberal como por Netto (1996), e a Revista Serviço Social e Sociedade.

Ao pensar no serviço social e sua história, podemos situar os anos 30 tentando aqui visualizar a construção e desconstrução de seu objeto de intervenção. A desconstrução e construção do Serviço Social se alicerçam tanto no processo conservador de manutenção da ordem quanto renovador de mudança no comportamento. A moral a higiene e a ordem, são vistas como as três dimensões que articulam o objeto do Serviço Social no contexto econômico, no contexto político e cultural dos anos 30. Aqui em meados dos anos 40, há significativa mudança na regulação econômica e política mundial com o advento da hegemonia norte americana no mundo ocidental e a bipolarização no regime capitalista e socialista juntamente com a implementação do Welfare State.

Também chega ao Brasil, no âmbito do Serviço Social o chamado método de desenvolvimento de comunidade. A construção e desconstrução do objeto de intervenção do Serviço Social não têm mais como eixo a ordem, moral ou a higiene, mas sim a articulação da harmonia social na relação Estado/Sociedade. Nos anos 70 se elabora o referencial da integração, através dos valores que são dominantes assumidos pelo Serviço Social. O compromisso entre profissional e povo, a perspectiva de conflito e o processo de crítica , podem ser vistas como base comum do que é então chamado de Movimento de Reconceituação do Serviço Social. No bojo desse movimento há a preocupação com o desenvolvimento teórico do Serviço Social e a sua dimensão teórica crítica e política passando a construir o objeto da intervenção na sua correlação de forças. O que desconstrói o objeto é a sua inserção teórica e prática nessa disputa de posições político teóricas, traz consequências com a fundação de novos grupamentos e formação de tendências ou correntes que não se diferencia apenas por sua tradicional divisão entre caso grupo e comunidade mas por sua visão política. O movimento de Reconceituação do Serviço Social traz a sua análise na questão das classes, defesa do trabalhador e intervenção na questão da cidadania. E nessa complexa dinâmica de produção da sociedade que se constrói o Serviço Social na articulação de seus conhecimentos da reflexão sobre seu fazer profissional.

Faleiros tem por objetivo recolocar a questão do objeto do Serviço Social no momento em que se procede a uma nova reforma curricular, iniciada em 1993, após 14 anos de experiência como currículo implantado em 82. A cerca das citações de diversos autores como Marilda Iamamoto, Mota, Netto, Faleiros apresenta a discussão, mediante a reflexão do que cada um desses autores consideram que seja o objeto de intervenção profissional do Serviço Social. Faleiros, mediante essa articulação com os diversos autores, tem porobjetivo conciliar o que é inconciliável.

A construção do objeto, no entanto, não se faz hoje fora do contexto institucional, em que se exerce o poder profissional, se enfrentam as estratégias de sobrevivência/ vivência com as exigências da reprodução e as formas de percepção, representação, e manifestação de interesses, identidade, organizações (Faleiros, p. 31)

Para Faleiros, as instituições passaram a ser vistas como local de lutas de poderes, ou seja, o objeto de intervenção deverá responder ao complexo processo ao quais as relações sociais se enquadram e, em que se entrecruzam demandas políticas, uma lógica de campo específico da atuação da área da assistência social, o jogo do poder burocrático e tecnocrático e expressões/submissões dos usuários.

A questão do objeto passa a ser vista na ótica dos atores que o enfrentam, diferentemente da preocupação mais geral de seu significado estrutural. A construção do objeto implica assim, tanto a analise das questões mais gerais( economia, instituições, políticas) com dos micrópodes (lógicas dos atores sociais). É na dinâmica institucional que se estabelecem as categorias de classificação dos usuários e principalmente dos pobres, construindo-se os estigmas, as rejeições, as exclusões, inclusões, às formas de se pensar a adaptação e a desadaptação. Os objetos de intervenção, como propomos, se definem nestas relações de forças.(Faleiros;p.33)

Para o autor, definir como objeto profissional a questão social, não estabelece a especificidade profissional. Visto que, na sugestão de Faleiros, que qualificar a questão social significa apreender o que compete o que compete ao Serviço Social no âmbito da questão social.

A construção do objeto profissional não se coloca de maneira arbitrária, ou seja, ela não age segundo a sua própria vontade , sem se basear em regras preestabelecidas, como uma heterogeneidade de situações esparsas, mas se constrói, ao mesmo tempo, nas relações sociais, diferentes conjunturas.

A construção do objeto profissional é um processo teórico, histórico, mas também político, ou seja imbricado e implicado tanto nas relações sociais mais gerais como nas relações particulares e específicas do campo das políticas e serviço sociais e das relações interprofissionais.( P.40)

Segundo o autor, o objetivo da intervenção social se constrói nesse processo de proferir entre o poder dos usuários e sujeitos da ação profissional na acareação das questões relacionais complexas vividas no dia-a-dia, e é nessas contradições que se vai desconstruir e construir sua identidade profissional e o objeto de sua intervenção profissional.

Há que se ressaltar que, para Faleiros, entretanto, o objeto do Serviço Social se define pelo empowerment, visto que, a questão do objeto profissional deve ser inserida num quadro teórico-prático, não pode ser entendida de forma isolada. O autor, acredita que no contexto do paradigma da correlação de forças o objeto profissional do Serviço Social se define como empoderamento, fortalecimento, empowerment do sujeito, individual ou coletivo, na sua relação de cidadania.

No contexto do paradigma da correlação de forças, o autor trata de discussões sobre alguns mecanismos de intervenção profissional no processo prático-operativo próprio do Serviço Social. Enfatiza

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