Socialização das Perdas
Por: Fernanda Couto Ajala • 16/4/2015 • Ensaio • 908 Palavras (4 Páginas) • 1.781 Visualizações
Socialização das Perdas (revisão)
PERÍODOS DE RETRAÇÃO DO MERCADO EXPORTADOR, GRUPOS CAFEEIROS PRESSIONAM O GOVERNO PARA DESVALORIZAR A MOEDA.
- Governo desvaloriza a moeda. A queda dos preços é compensada pela maior quantidade de mil-réis que os fazendeiros recebem.
- A renda e o poder dos fazendeiros se mantêm no plano interno.
- As perdas são repassadas às massas consumidoras nacionais, dependentes dos produtos importados pelos quais passam a pagar preços mais altos.
- A baixa brusca do preço internacional do café acarreta queda do valor externo da moeda, que traz alívio para o setor cafeeiro, mas perdas para o conjunto da coletividade.
- Com a atenuação dada pela depreciação, o empresário continua produzindo, gerando nova queda de preços e nova depreciação, agravando a crise.
- O instrumento comercial, dessa forma, não era efetivo, pois o preço abaixava demais! Era necessário impedir que os estoques pressionassem mais os mercados. A única solução para não abandonar as colheitas era financiar a retenção dos estoques, com recursos do próprio país.
- Washington Luís não assume o grande prejuízo, mantendo sua política de estabilização monetária iniciada em 1926.
- Getúlio Vargas vai assumir o governo e ordena a queima de estoques de café, elevando os preços e normalizando o setor.
Política Cafeeira do Governo Provisório
- Baseou-se na compra de estoques pelo governo federal,
- Compras financiadas pelos créditos do Banco do Brasil e por taxação das exportações,
- O Instituto de Café de São Paulo foi gradualmente marginalizado do processo decisório relativo à política cafeeira e substituído por órgãos federais: Conselho Nacional do Café e Departamento Nacional do Café.
Meados de 1931: início da destruição de estoques. Por quê? Diferença entre o nível dos estoques e capacidade de absorção do mercado.
1933: A política do café foi organizada em bases mais permanentes. Padrão definido até 1937. Foram fixadas parcelas da colheita de 33/34 que seriam destruídas (40%), retidas (30%) e de livre negociação (30%), bem como os preços diferenciados de compra.
CELSO FURTADO
A política de defesa do setor cafeeiro nos anos da depressão foi um verdadeiro programa de fomento da renda nacional. Política anticíclica. Era um subproduto da defesa dos interesses cafeeiros. Sobre o desequilíbrio estrutural entre a oferta e a demanda de café, ver cap.30.
• Ao mesmo passo que protegia os plantadores, o governo começou a incentivar uma despolarização da economia em volta do café.
• O governo passou a incentivar a indústria.
- Nível de emprego é mantido. Nos anos seguintes, a produção só cresce por efeito da plantação dos anos anteriores, e não de novas. Começava a industrialização nacional.
- Até então o que prevalecia era a lei de say que a oferta cria sua própria demanda. Keynes prioriza a demanda efetiva.
- Esta nova orientação econômica representou o deslocamento do eixo dinâmico; de um modelo agro-exportador para um urbano-industrial.
Política de Defesa do café dos anos 30: Pré-Keynesiana?
• Interpretação tradicional – ao gerar déficits fiscais para comprar a produção excedente de café, o governo teria adotado políticas pré-keynesianas de sustentação da renda.
• Revisionistas – pelo contrário, a política econômica de Vargas teria prejudicado a retomada do nível de atividade econômica, já que objetivavam o equilíbrio fiscal do governo (eram ortodoxas).
• Dados mostram que o maior nível de gastos do governo influencia positivamente o nível da renda.
• Acomodação do choque fiscal via aumento do déficit público permite afirmar que SIM, a política econômica do Governo Provisório foi pré-keynesiana.
Reorientação da demanda – Causas:
• Desequilíbrio do BP exigiu medidas.
• As medidas foram o controle de importações e a desvalorização cambial.
• Resultado: expansão do saldo comercial.
• Consequência: reorientação da demanda para a produção doméstica.
Grande Depressão – 1930
Maria da Conceição Tavares:
- Crise gerou efeitos negativos no Brasil, mas de menor intensidade e duração do que em outros países, pelo fato de o governo ter adotado uma política ortodoxa.
- Política ortodoxa adotada: – MANUTENÇÃO DA RENDA
- Política de defesa do café (desvalorização cambial e compra e queima de estoques). Financiada, em parte, com crédito e emissão de moeda doméstica.
- Grande Depressão - 1930 – DESLOCAMENTO DA DEMANDA.
- Desvalorização cambial – a aumento do preço dos produtos importados.
- Início do processo de substituição.
- Demanda deslocada: de produtos importados para nacionais.
Processo de ISI
- Estrangulamento externo (ex: queda no valor das exportações) Demanda interna aumenta, gerando escassez de divisas.
- Governo toma medidas para o controle da crise, protegendo a indústria nacional.
- Geração de onda de investimentos nos setores substituidores de importação. Produz-se internamente o que antes era importado.
- Aumento da renda Nacional e da demanda interna.
- O total importado não muda, mas sim, o perfil dos produtos importados.
- Em função do crescimento da demanda, observa-se novo estrangulamento externo, que se traduz em aumento das importações.
- Nova crise. Reinício do processo.
Industrialização por Etapas
- Bens de consumo não-duráveis (calçados, têxteis, alimentos).
- Bens de consumo duráveis (eletrodomésticos, automóveis, etc).
- Bens intermediários (ferro, aço, cimento, petróleo, químicos, etc).
- Bens de capital (máquinas, equipamentos).
Bancos comerciais
Em contraste com o que aconteceu na Alemanha e nos EUA, os bancos comerciais brasileiros resistiram bem à crise.
Eles foram amparados por políticas acomodadoras que procuravam reforçar a confiança no sistema bancário. Que são:
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