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Sociologia do Trabalho - Estudo sobre a exploração dos mais pobres

Por:   •  2/4/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.135 Palavras (9 Páginas)  •  230 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS

ALUNOS:

                

O filme Germinal conta uma história que se passa em uma mina de carvão no interior da França no século XIX. Pode-se atribuir uma data à história observando a tecnologia das minas, a arquitetura das casas, tal como a cultura e o trabalho das pessoas. O filme possui uma carga emocional bem grande e busca refletir as condições de vida dos operários franceses que trabalhavam nas minas de carvão mostrando as condições de trabalho impróprias as quais eles eram submetidos. O clímax do filme se passa durante a greve realizada pelos operários como forma de resistência a diminuição dos salários imposta pelo dono da mina.

        As condições de trabalho impostam aos operários é de uma forme totalmente equivocada, não respeitando nenhum pouco as condições necessárias para um trabalho que possui um risco altíssimo, o ser humano não é tratado como deve ser tratado, ele é apenas tido com uma peça que pode ser retirada a qualquer momento. Famílias trabalham para ganhar miseras recompensas sendo desrespeitadas a todo momento, onde o único objetivo delas é se manter vivas e estar “dispostas” ao novo dia que está por vir, a vida é tido como algo monótono, onde apenas vivem para trabalhar mais de 12 horas por dia afim de colocar o pão na mesa de sua família. Infelizmente não possuem escolhas e precisam continuar seguindo se não quiserem morrer de fome, os direitos humanos e trabalhistas são coisas totalmente desconhecidas. A cultura trabalhista aplicada a esse momento é que você precisa do o máximo esforço de sua família para que você consiga garantir o seu sustento, não respeitando mulheres ou crianças, todos são tidos, na visão do “patrão”, como um capital que pode ser gerado, a família é apenas um refém e está sujeita a isso nesse cenário.

Durante o filme foi possível observar que a idade das pessoas pouco importava para trabalharem nas minas. Não havia descanso desde as crianças até o senhor de idade que já estava com a saúde debilitada devido ao trabalho dele na mina durante toda a sua vida. É duro saber que a ambição e a crueldade dos burgueses colocavam as pessoas em uma situação de alienação na qual essas pessoas só tinham a opção de trabalhar na mina sob quaisquer condições, já que elas não teriam nenhuma preparação para trabalhar em outro setor.

Segundo a ILO (International Labour Organization), o trabalho infantil pode ser caracterizado como qualquer atividade que possa privar a criança de sua infância, de seu potencial ou de sua dignidade, ou que possa causar danos ao seu desenvolvimento físico ou mental. É realmente importante que hoje em um país como o Brasil todas as crianças tenham uma oportunidade de crescer e serem educadas sem a necessidade de serem expostas ao trabalho pesado para garantir uma melhor saúde e desenvolvimento para a criança.

É um debate fundamental tratar de quando se deve começar a trabalhar e quando se deve parar. Segundo a constituição brasileira de 1988, o trabalho é permitido em geral a partir dos 16 anos, mas para trabalhos noturnos, insalubres ou perigosos a idade mínima é de 18 anos. A constituição apenas protege os jovens de sofrerem algum tipo de exploração durante o seu crescimento, pois dos 16 aos 18 anos não é a idade ideal para a maioria das pessoas começarem a trabalhar. Nessa faixa de idade geralmente os jovens estão completando ou já completaram o ensino médio, o que é pré-requisito para apenas empregos mais simples. Logo após de concluir o ensino médio o ideal é que se tenha a chance de continuar estudando, seja em um curso técnico, tecnólogo ou superior, pois uma preparação maior traz empregos com salários e condições melhores, assim como o nível de educação de cada indivíduo é importante para o desenvolvimento conjunto da sociedade.

Há pessoas que são obrigadas a trabalhar integralmente ao mesmo tempo que estudam. Isso se tornou uma prática comum no Brasil nos últimos anos, em especial por causa do crescimento do número de pessoas que buscam nível superior e do número de bolsas e financiamentos parciais da mensalidade em instituições privadas de ensino, assim como o número insuficiente de vagas na rede pública de universidades. Conciliar um trabalho efetivo com uma faculdade é algo muito difícil que nenhum jovem deveria ser obrigado a fazer. Em um dia, fora o estresse causado pela jornada de trabalho ainda é necessária concentração para os estudos. Com uma matemática simples, considerando uma jornada de trabalho média de 8 horas diárias e 5 horas de aulas e 8 horas de sono, uma pessoa já teria 21 horas de seu dia preenchidas, as horas restantes são para a locomoção e para atividades humanitárias como comer e ir ao banheiro, deixando a pessoa privada de um horário exclusivo de lazer. Além disso, um jovem cursado uma faculdade ainda é alguém despreparado e, portanto, ele muito provavelmente vai conseguir um trabalho com um salário baixo, e como pagar uma faculdade é muito caro, talvez o indivíduo passe por uma situação de pobreza, movido pelo sonho de se especializar e conseguir melhorar a sua vida. Tudo isso prejudica a saúde física e mental do jovem, interferindo na qualidade da sua educação e o desgastando para sempre por desperdiçar uma época de sua vida pela necessidade de trabalhar. Por esses motivos, o trabalho em forma plena deve ser praticado preferencialmente por pessoas que já possuem qualificação ou que realmente o querem praticar, e não por quem precisa dividir o tempo com algum curso por necessidades financeiras. Cabe a nossa sociedade algum dia melhorar esse quadro.

Devido as condições da natureza dos seres vivos, os seres humanos não têm condições de trabalharem durante toda a vida. Na verdade, a maioria das pessoas precisam parar de trabalhar muito antes do fim da vida para cuidar da saúde. O dia ideal para se aposentar é o dia em que o trabalho se torne muito mais difícil devido à idade ou ao desgaste em trabalhos mais nocivos. Há uma clara evolução ao longo da história quanto as leis que regem o trabalho dos idosos, por exemplo, somente no final XIX foi garantido o direito de os escravos acima de 60 anos ganharem liberdade, o que nem sequer é uma aposentadoria e nem uma garantia de melhora de vida para essas pessoas; hoje em dia, se os trabalhadores da mina do filme Germinal trabalhassem no Brasil, eles poderiam se aposentar em 15, 20 ou 25 anos através da aposentadoria especial. Nos dias de hoje se discute uma reforma na previdência pública brasileira, esta discussão é essencial para a sociedade, visto que a população brasileira tem ficado mais velha ao longo dos últimos anos. O que não deve deixar de ser pensado nesta discussão é de assegurar que as pessoas trabalhem apenas o tempo em que for conveniente para a sua saúde.

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