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SÍNDICAÇÃO E SETAS: HISTÓRIAS RECENTES DE MOVIMENTO UNIÕES BRASILEIRAS

Artigo: SÍNDICAÇÃO E SETAS: HISTÓRIAS RECENTES DE MOVIMENTO UNIÕES BRASILEIRAS. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  19/4/2014  •  Artigo  •  6.823 Palavras (28 Páginas)  •  340 Visualizações

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SINDICALIZAÇÃO E GREVES: HISTÓRIA RECENTE DO MOVIMENTO

SINDICAL BRASILEIRO

Walber Carrilho da Costa

Professor do Centro Universitário do Triângulo - UNITRI e Doutorando em

Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Resumo: Analisando os impactos da reestruturação produtiva e do neoliberalismo

sobre movimento sindical no mundo e, fundamentalmente, no Brasil, este artigo

procura descobrir as origens da crise sindical brasileira após seu grande período de

expansão na década de 1980. Ele está dividido em três seções. A primeira apresenta

o declínio das taxas de sindicalização e do movimento grevista. A Segunda discute os

fatores que têm contribuído para as dificuldades dos sindicatos. A última seção

acentua as principais conclusões observadas no texto.

Palavras-chave: reestruturação produtiva; neoliberalismo e sindicalismo.

Abstract: Analysing the impacts of the productive restructuring and the neoliberalism

on the trade movement in the world and fundamentally in the Brazil, this article puzzle

the Brazilian trade union crisis's origins after your great period of expansion in the

decade 80. it are divided into three sections. The first shows the decline of the trade

unization rate and of the strike movement. The second discus the factors that have

contributed for the trade unions difficulty. The last section stress the aims conclusion

observed in the text.

Key Words: productive restructuring; neoliberalism; and trade unionism.

Introdução

A economia capitalista tem passado, nas últimas décadas, por um grande

processo de reestruturação produtiva. Esta introduziu significativas mudanças nos

padrões de produção com a incorporação, capitaneada pelas grandes corporações,

de novas tecnologias e novos métodos organizacionais. Juntamente a esse processo,

alterou-se, também, a orientação da política econômica, privilegiando os preceitos

neoliberais de economia de mercado; de abertura comercial; de integração

econômica; de desregulamentação; de menor intervenção dos Estados na economia;

e de privatização das empresas estatais.

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Os referidos processos implicaram transformações no "Mundo do Trabalho",

que, como resultado, têm passado por mudanças tanto quantitativas, quanto

qualitativas, advindas, basicamente, do crescimento do desemprego e da

informalidade, além do surgimento de novas relações de trabalho no interior e fora da

esfera produtiva. Assim, o momento atual configura-se como um período de mudança

na racionalização produtiva, que tem trazido como resultado, dentre outros, uma

dificuldade de ação para o movimento sindical.

Contudo esses fenômenos não devem ser encarados de forma determinista,

ou seja, de que a introdução de novas tecnologias e novos métodos organizacionais,

em um contexto de políticas neoliberais, leve, necessariamente, à mesma intensidade

de mudanças. De fato, esse é resultado de um conjunto de fatores de ordem política,

econômica, social, cultural e institucional, que, naturalmente, se apresentam de

diferentes maneiras nos vários países e setores. Tem-se como hipótese, então, que

todas essas mudanças não estão concluídas e fechadas. Muito pelo contrário. Esse

processo é pleno de “idas” e “vindas”, a depender de uma série de variáveis que

influenciam as relações de trabalho. É nessa perspectiva que se torna importante um

estudo de tais transformações, sendo que este trabalho visa a contribuir para a

compreensão das raízes da atual dificuldade encontrada nas ações sindicais.

Nesse sentido, o objetivo deste artigo é analisar os impactos que esse

processo de reestruturação produtiva teve sobre o mercado e as relações de trabalho

em sua totalidade, priorizando as mudanças sofridas pelo sindicalismo nesse

processo ao longo dos anos de 1990, pois foi nesse período que o poder de barganha

dos sindicatos perdeu significativa capacidade, o que dificultou sua atuação como

representante dos trabalhadores. Para tal, o artigo divide-se em três seções para além

desta breve introdução. A próxima seção apresenta a crise do movimento sindical,

sendo que a seção seguinte ressalta os principais fatores que contribuíram para essa

crise. A última seção objetiva sintetizar as principais idéias apresentadas ao longo do

texto.

Reestruturação Produtiva e Crise da Organização Sindical.

As relações trabalhistas do modelo de racionalização produtiva

Taylorista/Fordista, com os sindicatos e o Estado keynesiano formando, juntos, uma

rede de proteção ao emprego e à renda,i estavam baseadas, em sua maioria, nos

sindicatos

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