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TEORIA SOCIOLÓGICA CONTEMPORÂNEA: CONTRIBUIÇÕES PARA REFLETIR SOBRE A INCLUSÃO DE PCD E O TRABALHO DOCENTE

Por:   •  16/10/2018  •  Artigo  •  4.137 Palavras (17 Páginas)  •  230 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA

MARIA TEIXEIRA

TEORIA SOCIOLÓGICA CONTEMPORÂNEA: CONTRIBUIÇÕES PARA REFLETIR SOBRE A INCLUSÃO DE PCD E O TRABALHO DOCENTE

Cuiabá - MT

Dezembro 2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA

MARIA TEIXEIRA

TEORIA SOCIOLÓGICA CONTEMPORÂNEA: CONTRIBUIÇÕES PARA REFLETIR SOBRE A INCLUSÃO DE PCD E O TRABALHO DOCENTE

Resumo expandido apresentado à disciplina de Teoria Sociológica II, do Programa de Mestrado em Sociologia/UFMT, ministrado pela Profª. Drª. Silvana Maria Bitencourt, como requisito parcial de avaliação para obter créditos, no semestre 2017/2.

Cuiabá - MT

Dezembro 2017

TEORIA SOCIOLÓGICA CONTEMPORÂNEA: CONTRIBUIÇÕES PARA REFLETIR SOBRE A INCLUSÃO DE PCD E O TRABALHO DOCENTE

Maria Teixeira

mariamtartes@hotmail.com

PPGS/UFMT

Introdução

Este texto tem o objetivo de expor a contribuição da Teoria Sociológica Contemporânea, no estudo sobre a representação social dos professores que trabalham nas escolas inclusivas, que tem em suas salas de aulas estudantes com deficiência. Em primeiro momento discorre-se sobre o estudo que está sendo realizado numa escola de ensino médio, na tentativa de expor brevemente o conteúdo e contextualizar esta pesquisa, para um melhor entendimento.

Este estudo faz parte de um projeto de pesquisa que resultará numa dissertação de mestrado, tem como objetivo investigar e discorrer sobre a representação social dos professores que ministram aulas no ensino médio, na Escola Estadual André Avelino Ribeiro, em Cuiabá/MT, sendo esta uma escola pública que tem a presença de pessoas com deficiência inclusa em suas turmas de ensino regular.

  O interesse em pesquisar sobre este tema surgiu ao participar do PIBID/ Sociologia no período 2014-2016, enquanto graduanda do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), desenvolvendo estudos, observação participante e pesquisas em escolas públicas, na quais pode-se constatar a diversidade do público que faz parte do dia a dia escolar, entre estes, estudantes com deficiências de diversos tipos.

Estas práticas realizadas pelo PIBID/Sociologia/UFMT, em parceria com as escolas, levaram a reflexões sobre dificuldades que as escolas enfrentam, e o desafio dos professores em se adequarem ao dinamismo do sistema de ensino para atender essas novas demandas sociais. Observações que resultaram em pesquisas mais aprofundadas e serviram para a elaboração de uma monografia em 2016, para a conclusão do Curso de Licenciatura em Ciências Sociais/UFMT, campus de Cuiabá/MT, intitulada de “Educação Pública e Inclusão social: A Inclusão de Portadores de Deficiências nas Escolas Públicas: Escola Municipal de Educação Básica Gláucia Maria Borges Garcia e Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá-MT”.

Nos três últimos anos (2015-2017), foi observado um aumento de matrículas de pessoas com deficiências, nas escolas de ensino médio regular, e diante deste aumento, cresceu também a apreensão e dificuldade dos professores ao lidar com este público, num contexto de salas de aula superlotadas, e também pela falta de formação adequada para trabalhar com metodologias que contempla a inclusão de PCDs. Estas questões fomentaram a vontade de estudar sobre a representação social dos professores, que vivenciam esta realidade diariamente em seu ambiente de trabalho.

Percebe-se que existe uma carência de estudos, no campo da sociologia, sobre este tema, pois mesmo que a deficiência não seja negada socialmente, com a inclusão escolar percebe-se que ela é alvo de muitas significações negativas, tanto por parte de membros da comunidade escolar, como também, por alguns professores. Neste sentido, se pretende dar um viés sociológico para este estudo procurando olhar cuidadosamente para o papel do professor, neste processo de inclusão. Diante disto, optei em realizar uma pesquisa com professores, com o objetivo de analisar a representação social destes docentes que atuam no ensino médio, em relação a pessoas com deficiência inclusa nas salas, nas quais ministram suas aulas.

Entre os autores que fazem parte da Teoria Sociológica Contemporânea, optei em trabalhar com as obras de: Erving Goffman; Michel Foucault e Pierre Bourdieu, além de outros autores citados ao longo texto que discorrem sobre as representações sociais e inclusão de pessoas com deficiências.

Metodologia

Este trabalho trata-se de um estudo bibliográfico amparado teoricamente em textos da Teoria Sociológica Contemporânea, entre estes: O Estigma (2017) e A Representação do Eu na Vida Cotidiana (2009), obras de Goffman; O Poder Simbólico (1989), de Pierre Bourdieu; e a obra Vigiar e Punir (1987), de Michel Foucault, obras que contribuíram para refletir sobre as questões da inclusão escolar dos PCDs e as representações sociais dos professores.

Destacando que a pesquisa bibliográfica, segundo Lakatos e Marconi (2001), é importante para a fundamentação teórica ou para justificar os limites e contribuições da própria pesquisa, sendo também um excelente meio de formação, e a técnica de resumo ou revisão de literatura geralmente constitui o primeiro passo de uma pesquisa cientifica.

Pensando com a Teoria Sociológica Contemporânea

As obras de Goffman irão contribuir para estudar e analisar a representação dos professores na escola inclusiva. No livro sobre a Representação do Eu na Vida Cotidiana, ele trás diversas categorias de representações do individuo, entre estas, a de equipe com a qual podemos pensar a rotina dos professores dentro do ambiente de trabalho, nas unidades escolares.

Goffman (2009) descreve a equipe como um “conjunto de indivíduos em cooperação quando da encenação de uma rotina particular”, situando esta ideia entre dois extremos do processo interacional: de um lado está o indivíduo e sua representação pessoal, do outro, os participantes e a interação em geral. Quando há um agrupamento destas duas partes, se tem a impressão de que há um ajuste entre as atuações dos indivíduos, emergindo a equipe como um terceiro nível entre os dois extremos.

O que interessa, na visão de Goffman, são os processos formais pelos quais se dão tais ajustes e arranjos em equipe, trazendo em sua obra alguns exemplos, entre estes, destaco um que está bem próximo do objeto da pesquisa estudado, no qual ele expõe que: ‘professores precisam estar cientes de que serão defendidos pela diretoria diante das medidas tomadas com seus alunos, mesmo que sejam repreendidos em particular’. Pode-se perceber claramente isto durante as reuniões, nas quais professores expressam suas opiniões, sobre ministrarem aulas para os PCDs inclusos nas suas salas contrariando, muitas vezes, a proposta de uma escola inclusiva. Esses professores são chamados a atenção, não só pela direção, mas por seus próprios colegas de trabalho que são favoráveis e que já entenderam a proposta da inclusão de pessoas com deficiências em escolas regulares de ensino.

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