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Teoria e Método - PARSONS

Por:   •  7/7/2016  •  Ensaio  •  2.715 Palavras (11 Páginas)  •  710 Visualizações

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TEORIA E MÉTODO EM SOCIOLOGIA – 2016/1

07/07/2016

Professora: Maria José de Rezende

Estudante: Ismar Ruffato Neto – 201200280152 – Ciências Sociais/UEL

Questões:

  1. Discuta a proposta teórico/metodológica da Escola de Chicago.

  1. Quais aspectos da discussão de Georg Simmel estão presentes na proposta teórico/metodológica de William Isaac Thomas e Erving Goffman.

  1. Faça uma discussão sobre a proposta teórico/metodológica de Talcott Parsons.
  1. No que consiste o conceito de situacionismo de E. Goffman?

Questão 1.

 Discuta a proposta teórico/metodológica da Escola de Chicago.

        Primeiramente é necessário analisar a situação/contexto histórico na qual surge a Escola Sociológica de Chicago, escola que tem um conjunto de características próprias com relação a metodologia e procedimento de pesquisa como um todo; característica que são adotadas por diversos autores como: Gerog Simmel (interacionismo), Willian Isaac Thomas, Florian Znaniecki, Frederic M. Thrasher, Talcott Parsons (teoria geral da ação) Erving Goffman (situacionismo metodológico), o que constitui uma epistemologia própria, trazendo uma nova abordagem de investigação constituída por um conhecimento considerável que fora usado não só nas Ciências Sociais, mas também em outras ciências como a Psicologia, Psicologia Social e a Comunicação Social.

        A Escola Sociológica de Chicago, surge nos Estados Unidos no período de 1910 e perdura até meados de 1940, como uma corrente teórica/metodológica específica, isto é, a primeira escola sociológica a buscar  compreender a cidade (campo urbano) como um laboratório de pesquisa, tendo a cidade como o objeto de pesquisa, observando cuidadosamente não só os dados objetivos e quantitativos, mas também os dados subjetivos, que por sua vez que são colhidos através das metodologias de percepção qualitativa (etnografia) sendo apresentada como uma nova forma de construção do objeto de pesquisa ou um novo tipo específico de pesquisa no campo das Ciências Sociais, pois para os pensadores que formavam a  Escola de Chicago  a sociologia deveria analisar as minucias do comportamento humano, isto é, “analisar a sociedade/cidade com um lupa”, percebendo as disposições, perspectivas, expectativas, motivações, modos de agir e como é estruturada a ação.

Diferente do paradigma teórico que estava posto (positivismo/foco na objetividade), a Escola de Chicago busca se distanciar desta metodologia e critica a lógica funcionalista/positivista Durkheiminana de que “a sociologia é uma ciência dos dados objetivos”, pelo fato de que esta corrente teórico/metodológica específica atribui uma maior importância aos dados objetivos da sociedade (taxa normal de suicídio na obra de Durkheim por exemplo, desemprego, pobreza, idade do indivíduo, sexo, posição social, endereço etc.), isto é, dados empíricos e objetivos do meio social.

        No entanto a Escola de Chicago rompe com esse paradigma objetivo e passa a dar atenção também ao que entendemos por pesquisa qualitativa, isto é uma forma de pesquisa que valoriza os métodos qualitativos que dão base para entender as características subjetiva dos indivíduos, ou seja, a cultura, a crença, as disposições e liberdade de ação do indivíduo.

        Em 1895 a Escola de Chicago contou com uma enorme ação filantrópica e financeira do magnata industrial John Davison Rockefeller, que investiu uma importância considerável no instituto de pesquisa de Chicago, sendo que, a partir deste momento o cientista social Albion Small (ex-pastor protestante) foi o primeiro professor chefe do departamento de Sociologia dos E.U.A onde tinha um grande interesse em uma reforma social  e em uma sociologia que desse conta das demandas da sociedade, que analisasse não somente os dados objetivos mas também que levasse em consideração os dados subjetivos e também propõe um estudo social que refletisse em uma mudança na estrutura da sociedade, ou seja, conhecer para intervir e melhorar/transformar a vida social, uma sociologia intervencionista, a serviço do Estado (Robert Park) e empresas privadas, isto é, estudar a sociedade ou a cidade no intuito de melhora-la no que toca os conflitos e contradições sociais.

        Portanto, a Escola de Chicago propõe uma epistemologia acerca de uma sociologia que englobe as duas correntes de pensamento, isto é, a teoria objetiva e teoria subjetiva, unindo na pesquisa elementos objetivos (empírico) e elementos subjetivos (pesquisa de campo, estudos de caso) e dentro de um roteiro de pesquisa especifico (pesquisas monográficas/descritivas) que era compartilhado pelos autores do movimento intelectual aqui comentado.

        Diante da situação de que também se deve observar na pesquisa os elementos subjetivos tal corrente recorre as metodologias próprias da Antropologia, isto é, a etnografia ganha ênfase no momento de pesquisa, pois somente com essa ferramenta de pesquisa qualitativa seria possível adquirir informações acerca dos temos estudados, que no caso era temas totalmente voltados para a cidade.

        Contudo, durante o movimento intelectual da Escola Sociológica de Chicago, foram elaboradas diversas pesquisas acerca dos mais variados e inovadores temas no que toca a vida urbana, tratando fenômenos sociais como: organizações de gangues, a “profissionalização” do ladrão, o crime organizado, relações de trabalho e exploração, relações raciais, a vida em hotéis, prostituição, imigração entre outros temas da vida social urbana.

        Diante deste contexto onde o foco principal é a pesquisa social na cidade e também de uma metodologia própria que une os autores em uma determinada escola de pensamento que leva em consideração os dados subjetivos e objetivos, juntando a pesquisa de campo ao trabalho empírico, os materiais como cartas, entrevistas, documentos pessoais, documentos públicos, depoimentos, histórias de vida/narrativas são tidas como objeto de análise e material para estudo da vida social, pois os dados subjetivos que também teriam grande importância para entender a realidade social no aspecto das interações entre os sujeitos e os valores a quais estes sujeitos atribuem as suas ações.

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