Velhice e modernidade (FUVEST 2014)
Por: Alessandra Ribeiro • 6/4/2016 • Dissertação • 262 Palavras (2 Páginas) • 275 Visualizações
Velhice e modernidade
Com a Revolução Industrial, o maior desenvolvimento dos meios de produção e avanços da medicina moderna possibilitaram um considerável aumento da expectativa de vida em todo mundo. Essa questão tornou-se problemática para os ditos países de primeiro mundo, onde a população ativa diminui progressivamente. Assim, idosos passam a ser erroneamente vistos como inúteis para a sociedade.
No entanto, na Antiguidade Clássica, os mais velhos eram dignos de altos cargos políticos por sua sabedoria de vida. Atualmente, porém, são negados em direitos por falta de assistência médica e social governamental. Exemplo disso é a declaração do vice-primeiro-ministro japonês Taro Aso, que vê a população velha como um peso para o Estado. Ideias como essa e o constante desrespeito às necessidades especiais demonstram que a cidadania, na prática, não alcança a terceira idade.
O principal responsável por esse descaso da sociedade é a cultura de eterna juventude construída pelo mercado de cosméticos e cirurgias plásticas, que descartam o que não lhes gera lucro: a velhice e a aceitação da mesma. Esse tipo de imaginário constrói uma inversão de valores, na qual a aparência juvenil passa a ser referência maior e não mais o conhecimento e experiência dos mais velhos.
Portanto, o crescente envelhecimento populacional torna-se negativo por consequência dos interesses capitalistas da indústria estética, e agravado pelo individualismo e falta de consciência coletiva do restante da população. É gerado, então, um mal estar que recairá sobre os próprios autores de tal.
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