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Visao Social

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Por:   •  1/9/2014  •  Resenha  •  1.675 Palavras (7 Páginas)  •  199 Visualizações

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O livro traz a trajetória de vida de Carolina Maria de Jesus ( 1914-1977 ), moradora da favela do Canindé em São Paulo, uma catadora de papéis, semi analfabeta, negra , pobre e favelada.

É um relato de fatos verídicos vivenciados ou presenciados pela autora, que faz questão de registrá-los quase que diariamente, relata as brigas constantes entre marido, mulher e vizinhos, a fome , as dificuldades para se obter comida, as doenças a que estão sujeitos os moradores da favela ,seus hábitos e costumes, as mortes, o suicídio , a presença constante da miséria de uma sociedade marginalizada e esquecida pelos governantes.

A realidade dos moradores da favela é bastante sofrida, a constante falta de comida, de moradia digna, de oportunidades de trabalho levam essas pessoas muitas vezes a escolher meios ilegais para sua sobrevivência, utilizando da violência, do tráfico e da prostituição.

Há também aqueles que trabalham dignamente como Carolina por exemplo, que tira do suor do seu duro trabalho como catadora , o alimento ,que , muitas vezes falta em sua casa deixando-a triste e sem esperança diante da situação de ver seus filhos pedirem comida , e nada ter para oferecer-lhes.

O diário de Carolina além de registrar a realidade do seu dia a dia e dos demais moradores da favela, relata fatos importantes da vida social e política do Brasil, iniciando-se em 1955 e terminando em janeiro de 1960, período de grande euforia no país com a construção e inauguração de Brasília.

Governado por Jucelino Kubichek um presidente popular entre as classes mais baixas , o país ainda assim passava por graves problemas de fome,saneamento básico e de moradia, o que evidenciava ainda mais o desprezo com relação a vida miserável da maioria da população do país.

O serviço social e a pobreza, trata -se de uma relação histórica, que, acompanha o exercício da profissão desde os anos de 1940 quando a profissão se institucionaliza na sociedade brasileira como um dos mecanismos acionados elo Estado e pelo patronato.

Efetivamente, a pobreza é parte da experiência diária do trabalho dos assistentes sociais , universo esse caracterizado pela exploração, opressão, crescimento da violência, da droga e de outros códigos que sinalizam a condição subalterna.

É fundamental não perder de vista que a pobreza é expressão direta das relações vigentes na sociedade, relações extremamente desiguais, em que convivem acumulação e miséria. A pobreza brasileira é produto dessas relações que, em nossa sociedade, a produzem e reproduzem, quer no plano socioeconômico, quer nos planos político e cultural, constituindo múltiplos mecanismos que "fixam", os pobres em seu lugar na sociedade.

Quanto mais os assistentes sociais forem capazes de explicar e compreender as lógicas que produzem a pobreza e a desigualdade, constitutivas do capitalismo, mais condições terão para intervir, para elaborar respostas profissionais qualificadas do ponto de vista teórico, político, ético e técnico (o conhecimento teórico é a primeira ferramenta do trabalho do assistente social). Mas, se fundamental é decifrar as lógicas do capital, sua expansão predatória e sem limites, desafiante é, também, saber construir mediações para enfrentar as questões que se colocam no tempo miúdo do dia a dia da profissão. É nesse tempo que podemos partejar o novo, construir resistências, construir hegemonia, enfrentar as sombras que mergulham esta imensa parcela de humanidade explorada, enganada, iludida, massacrada, gente que fica à espera em longas filas para receber os "benefícios" que os assistentes sociais operacionalizam.

Não são poucos os desafios que interpelam a profissão quando fazemos aposta em outra ordem societária. Temos aí um papel de politizar e dar visibilidade aos interesses das classes subalternas e sabemos que não basta a alta qualidade técnica de nosso trabalho. Tarefa difícil construir uma nova cultura política na política social, âmbito privilegiado de nosso trabalho profissional. Estamos no olho do furacão... E, embora saibamos que escapa às políticas sociais, às suas capacidades, desenhos e objetivos reverter níveis tão elevados de desigualdade, como os encontrados no Brasil, não podemos duvidar das virtualidades possíveis dessas políticas. Elas podem ser possibilidade de construção de direitos e iniciativas de "contra-desmanche" de uma ordem injusta e desigual.

serviço social no campo do “terceiro setor”( conjunto de entidades da sociedade civil com fins públicos não lucrativos), vive um paradoxo, no sentido de reconhecemos o espaço das ONGS e a filantropia empresarial como estratégias de esvaziamento de direitos sociais, ao mesmo tempo em que o assistente social como trabalhador assalariado não tem condições de recusar sua inserção nesse campo sócio –ocupacional, pois depende da venda de sua força de trabalho.

As ONGS se popularizaram entre a década de 1970 e 1980, quando o Brasil vivia sob o regime militar e o principal objetivo era apoiar os movimentos sociais, com o passar do tempo as ONGS começaram a ocupar o lugar dos movimentos sociais nos anos de 1990.Atualmente as ONGS tornaram-se o principal meio na negociação com o estado, deslocando a lógica das lutas e das reivindicações para o caminho da parceria e da negociação.

As ONGS no campo da saúde estiveram integradas aos movimentos de luta sociais ( como dos hansenianos, dos portadores de HIV-Aids e dos portadores de transtornos mentais ),e sua atuação concentrava-se predominantemente em uma vertente assistencialista , estendendo cuidados em saúde a grupos excluídos do atendimento do Estado ou de órgãos públicos.

Um aspecto importante na discussão da expansão das ONGS em detrimento da redução do Estado é o comprometimento do mercado de trabalho para os profissionais que trabalham com as expressões da “questão social”, principalmente o assistente social, que sofrem os reflexos da privatização e da transferência das políticas sociais e assistenciais para o terceiro setor e, especialmente, para as ONGS em “resposta” à redução do Estado nesta área.

Esse “mercado de trabalho”chamado de ONG se apresenta “nada vantajoso” para o assistente social, quanto estabilidade,condições e qualidade de emprego, abrangência e continuidade

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