A História da Arte
Por: Laísa Fernanda • 20/6/2015 • Trabalho acadêmico • 1.111 Palavras (5 Páginas) • 308 Visualizações
O que é arte?
“Termo genérico que designa um conjunto de objetos apresentados no âmbito de um relato chamado história da arte. Esse relato estabelece uma genealogia crítica e problematiza os campos desses objetos através de três subconjuntos: pintura, escultura e arquitetura”.
“A palavra ‘arte’ hoje aparece apenas como resíduo semântico desses relatos. Sua definição mais precisa seria a seguinte: a arte é uma atividade que consiste em produzir relações com o mundo com o auxílio de signos, formas, gestos ou objetos”. (BOURRIAUD, 2009, p. 147)
Nenhuma definição conseguiu e talvez jamais consiga sintetizar esse complexo fenômeno.
“Nada existe realmente a que se possa dar o nome de Arte. [...] tal palavra pode significar coisas muito diversas, em tempos e lugares diferentes, [...] Arte com A maiúsculo não existe. Na verdade, Arte com A maiúsculo passou a ser algo como um bicho-papão, com um fetiche”. (GOMBRICH, 2012, p. 15)
Lembranças, relações e conexões estabelecidas com as experiências vividas ou observadas...
Assim surgem “razões erradas para não se gostar de uma obra de arte”. (GOMBRICH, 2012, p. 15)
Ver nas obras o que nos agradaria ver na realidade
Belo exibido pela natureza
Representação mimética da realidade
Propensão por temas agradáveis
Rejeição a temas desagradáveis
Resistência ao “desconhecido”
É preciso contar/aceitar a variação dos gostos e padrões de beleza.
Se os padrões de beleza contam muito; a expressão nos leva a gostar da obra ou detestá-la...
Decifrá-la rapidamente, para alguns, é o caminho da aprovação.
Precisamos aprender a assimilar as diferentes linguagens das artes...
Assim, poderemos até preferir obras de arte com expressões menos óbvias...
E deixaremos de admirar (excessiva e exclusivamente) a representação fiel do mundo visível, isto é, das coisas em seus padrões reais.
E passaremos a admirar ou, no mínimo, respeitar artistas/obras que façam uso de diferentes linguagens, materiais e procedimentos...
“Não existe maior obstáculo à fruição de grandes obras de arte do que a nossa relutância em descartar hábitos e preconceitos”.
O que distingue os objetos artísticos dos objetos que não são arte? (Aula 2)
Nenhuma atividade – e a arte não escapa a essa condição – pode ser exercida fora de um sítio que lhe dê seus limites, determine os critérios de validade e regule os julgamentos que serão tecidos a seu respeito.
Um dos objetivos fundamentais da Estética (séc. XVIII) é responder à pergunta:
O que faz com que um objeto possa ser considerado obra de arte?
“‘Estética’ é, de fato, o termo geralmente usado ‘para definir a área de significação que se desenvolve em torno da arte.” (CAUQUELIN, 2005, p. 12).
A palavra estética deriva do francês “esthétique”, que por sua vez vem do grego aisthetiké.
Refere-se a tudo aquilo que pode ser percebido pelos sentidos.
A estética é a área de investigação que analisa a “experiência sensível” (o tangível do real) em geral, discutindo problemas relativos à beleza(teoria do belo), ao gosto (teoria do gosto) e à natureza da arte (filosofia da arte).
Como adjetivo, ‘estética’ qualifica os comportamentos que parecem ter alguma coisa em comum com os atributos conferidos à atividade artística: a harmonia, a gratuidade, o prazer, o desprendimento.
Refere-se a certa ideia do seja a arte, ou do que deva ser, motivando uma definição latente que todo mundo supostamente compartilha. (CAUQUELIN, 2005).
Como substantivo, remete a um corpus teórico constituído de textos que definem o domínio específico da arte, propõem análises, avaliam obras. No conjunto, a estética pode ser considerada uma disciplina ou matéria de estudos: é um sítio. Esse sítio admite diversas ‘teorias’. (CAUQUELIN, 2005)
Estética como teoria, admite várias abordagens. Temos a estética de Kant, Platão, Aristóteles, Hegel, Adorno, Nietzsche, Danto etc.
Ou ainda a estética barroca, renascentista, que caracterizam para cada época um modo particular de ver, sentir e pensar a arte – que se constituem como uma visão de conjunto de um período.
O problema da (in)definição da arte e da obra de arte, engendrou diversas teorias, sendo as mais conhecidas...
- arte como imitação (mimesis)
- arte como expressão (expressivismo)
- arte como forma significante (formalismo)[pic 1]
- É uma das mais antigas teorias da arte.
- Foi, aliás, durante muito tempo, aceita pelos próprios artistas como inquestionável.
- A definição que constitui a sua tese central é a seguinte:
- “Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita algo”.
[pic 2]
Armadilhas da arte como imitação
- Adequa-se ao fato incontestável de muitas pinturas, esculturas e outras obras de arte, como peças de teatro ou filmes imitarem algo da natureza: paisagens, pessoas, objetos, acontecimentos, etc.
- Oferece um critério de classificação das obras de arte bastante rigoroso, o que nos permite, aparentemente, distinguir com alguma facilidade um objeto que é uma obra de arte de outro que o não é.
- Oferece um critério de valoração das obras de arte que nos possibilita distinguir facilmente as boas das más obras de arte. Neste sentido, uma obra de arte seria tão boa quanto mais se conseguisse aproximar do objeto imitado.
- Segundo o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), “a arte existe para que a realidade não nos destrua“.
- O filósofo acreditava que somente a arte poderia oferecer aos homens força e capacidade para enfrentar as dores da vida, fazendo-os "dizer sim" à ela. A própria vida, argumenta, justifica-se enquanto fenômeno estético – o mundo é um acontecimento estético.
- E é se voltando para os gregos antigos que Nietzsche faz um elogio da arte, destacando o seu papel "redentor". É na tragédia ática que, segundo Nietzsche, se encontram sintetizados dois impulsos artísticos existentes na própria natureza: o apolíneo e o dionisíaco.
- Os termos são inspirados em Apolo (imagem) e Dionísio, deuses da mitologia grega.
- O primeiro pode ser associado à "luminosidade", racionalidade, à sabedoria, às artes plásticas, à estética do sonho, à busca pela perfeição da forma. É pela presença do apolíneo na natureza que cada coisa possui um contorno específico, distinguindo-se de todas as outras.
- A arte apolínea seria então um impulso de ordenação do "caos da vida“ e tem como fundamento, a beleza.
- Nietzsche chama apolíneas às artes que privilegiam a harmonia das formas, a figura,
- A perspectiva, as cores (entre outros elementos) sendo capazes de gerar alguma ilusão e fornecer uma aparência de beleza.
- Ao contrário, Dionísio (imagem) é identificado como o deus do êxtase, da música, da dança; não aparência e racionalidade, e sim instinto, paixão, sentimentos selvagens, embriaguez, loucura, caos, desmesura, disformidade, fúria sexual, vitalidade, alegria de viver; não princípio de individuação, mas "saída de si mesmo", abolição da subjetividade.
- Dionísio é a expressão da arte não - figurada, isto é, da música em seu aspecto fremente,nada racional e comedido.
...