CUMULATIVA: FILME V DE VINGANÇA
Por: Julianays • 2/5/2018 • Trabalho acadêmico • 522 Palavras (3 Páginas) • 149 Visualizações
UNIVERSIDADE POTIGUAR
ESCOLA DE DIREITO
GRADUAÇÃO EM DIREITO
DISCIPLINA: Sociologia Jurídica
PROFESSOR: Carlos André Maciel Pinheiro Pereira
ALUNO(A): Juliana Almeida Soares
TURMA: 2TB
ATIVIDADE ADE – CUMULATIVA: FILME V DE VINGANÇA
V de Vingança foi criado por um anarquista e é uma obra crítica a qualquer tipo de hierarquia e autoritarismo, e isso inclui o próprio capitalismo. É uma obra literária em forma de quadrinho publicada em 1983, escrito por Allan Moore e ilustrado por David Lloyd e é, por muitos, considerado como uma das maiores HQs já feitas. A história central é encenada em uma Inglaterra distópica entregue a um regime fascista e trata de uma força redentora – figurada em V (personagem principal) – que se rebela contra o autoritarismo em nome de sua vingança.
Contudo, o fundo político do quadrinho é de uma complexidade poética, recheado por referências literário-políticas diversas, passando várias mensagens implícitas e interpretativas ao alinhamento ideológico de cada um, provavelmente atingindo a finalidade visionária do emissor. Mas qual foi a verdadeira intenção de Alan Moore? Para compreender isso, primeiramente, devemos ingressar na cabeça de seu autor e nas origens de seu fundo historiográfico. Alan nunca escondeu seus posicionamentos, demonstrando-lhes com total transparência em suas obras; considera-se, como se auto denomina, um “anarquista romântico”. Veja suas palavras em uma breve entrevista recente: “Anarquia é, e sempre foi, um romance. Claramente é a melhor e a única forma moralmente sensível forma de conduzir o mundo. Que todo mundo deveria ser o mestre do seu próprio destino, que todo mundo deveria ser seu próprio líder. Isso é algo em que eu ainda acredito, eu penso que até um olhar grosseiro pelo mundo de hoje – particularmente nos dias de hoje – iria relevar que é uma minoria das minorias que causam a maioria dos problemas do mundo. E esta porcentagem são os líderes. Não precisamos de pessoas nos tratando como empregados.” (Alan Moore)
Moore sempre abominou o lucro e as grandes corporações, por isso foi completamente avesso à transformação de suas obras em representações cinematográficas, tanto V de Vingança como Watchmen, pedindo até que seu nome fosse retirado dos créditos. O direito deve se preocupar com sua legitimidade e eficácia pois tudo pode virar um caos, um bom exemplo é a justiça com as próprias mãos. Tudo se transforma num caos porque as pessoas perdem a confiança no estado e suas leis.
Então quer dizer que é uma obra sobre o caos? Muito pelo contrário, V de vingança é uma obra sobre a ordem; a destruição de ícones e de instituições para a construção de uma sociedade sem hierarquias, de qualquer tipo que sejam. Sim, destruir para construir, já que é baseado em obras como “Estadismo e Anarquia”, de Mikhail Bakunin, e “A Propriedade é um roubo” de Proudhon.
V não se trata da figura de um líder/condutor revolucionário; sua figura é completamente simbólica, por isso o uso da máscara e o desconhecimento de sua verdadeira identidade. V se trata de um espectro, um espírito representativo de toda a sociedade e sua capacidade de mudança. Aos amantes da cultura pop, política, história, sociologia e filosofia, essa obra trata explicitamente desses temas de forma poética e sua leitura é imprescindível.
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