MODELO PARA ELABORAÇÃO E FORMATAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
Por: Karen Prusch • 19/6/2015 • Artigo • 2.617 Palavras (11 Páginas) • 308 Visualizações
MODELO PARA ELABORAÇÃO E FORMATAÇÃO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS
Karen L. F. Prusch
(kfprusch@hotmail.com)
Design e Sociedade - Julio Colbach
Resumo
O presente artigo tem como objetivo relatar a história da marca Christian Louboutin, e o desejo feminino pelas solas vermelhas em seus sapatos. A paixão feminina por sapatos vai muito além do consumismo e chega a ser uma relação de afeto com base em dados históricos e comportamentais. Neste momento a metodologia de pesquisa adotada baseou-se em levantamento e revisão bibliográfica sobre a temática.
Palavras-chave: Sedução. Consumismo. Vermelho.
Introdução
Para algumas mulheres o sapato tem um papel tão ou mais importante que a própria escolha de sua roupa. Sapatos de salto alto, tem a capacidade psicológica e simbólica do poder, elegância e sensualidade.
Em diferentes momentos, as citações históricas relacionadas ao surgimento do salto alto, baseiam-se nos teatros da Grécia antiga, onde os personagens das peças que eram mais importantes, usavam sapatos com saltos maiores do que os outros. Em outro momento na corte francesa do século XVII, onde Luís XIV encomendou o primeiro par de sapatos com salto. A monarquia tinha 1,60m de altura e queria aumentar sua estatura para impor mais austeridade.
No imaginário social, os sapatos possuem uma conotação com a sedução. Sendo assim sugiro (acredito) ser uma forma da mulher se comunicar, demonstrar sua identidade, ou seja, o salto traz um poder, resgata a sensualidade, e também o desejo de ser vista como uma deusa, revelando todo o fetichismo por trás de um sapato alto e fino.
Sendo assim este artigo tem como objetivo, analisar o comportamento cultural e social do indivíduo, e entender como Christian Louboutin se tornou o desejo de consumo de muitas mulheres, e como este consumo pode ser influenciado pelo desejo além da necessidade.
1 O Poder do Salto e Nascimento de um
Christian Louboutin, mistura de francês com vietnamita, não é novato no ramo, mas agora chegou ao topo, segundo as caprichosas preferências do mercado de luxo. Tem duas marcas registradas: o salto altíssimo (na faixa dos 12 a 13 centímetros) e a sola laqueada pintada de vermelho-sangue.
Em entrevista à apresentadora americana Oprah Winfrey, ele contou que a idéia de pintar a sola de vermelho laqueado veio num momento em que ele achava que suas criações precisavam de um toque especial. “Uma funcionária minha sempre pintava as unhas. Um dia peguei o esmalte dela, passei na sola, e o sapato ganhou vida” disse o designer. Depois disso, nunca mais os solados de um LOUBOUTIN passaram despercebidos. Em 1979, com apenas 15 anos, ele já conhecia a noite parisiense, as salas de música e teatros da cidade e, vidrado por esse universo sensual, decidiu criar sapatos para vender às dançarinas do Moulin Rouge e do Folies Bèrgere.
2 O Desejo pelo Vermelho Scarlet
Ao colocar um Louboutin nos pés, a mulher imediatamente toma conciência de sua postura e de seu corpo, o que dá a sensação de poder. Sapatos de salto alto exigem isso, esse controle do corpo. É preciso ter consciência da sua postura para andar sobre eles. E, quando a mulher vê sua silhueta melhorada por um par de sapatos de salto alto, ela se sente mais presente e muito mais poderosa.
3 O Consumo emocional
Atualmente, a possibilidade de ascensão dos grupos sociais e a construção da identidade social pelo próprio indivíduo permitem que as escolhas de consumo definam o lugar da pessoa na sociedade moderna. Os objetos conseguem definir papéis sociais. E além de satisfazer necessidades e desejos, servem para simbolizar sucesso ou poder, para reforçar relações de superioridade ou inferioridade entre indivíduos e grupos. Os objetos tornam-se pontes para acessar uma condição emocional, ou mesmo de um estilo de vida. A força simbólica do objeto, que é construída e atribuída, muitas vezes deriva de sua raridade ou inacessibilidade
É difícil estabelecer fronteiras nítidas entre as necessidades e os desejos. As necessidades seriam motivos primários e objetivos, advindos do instinto de sobrevivência, já os desejos seriam motivos secundários, intencionais, dinâmicos, com causas variáveis, dependentes do domínio do irracional. Há um forte aspecto social nos desejos: eles são configurados e expressos dentro do contexto social, e servem a propósitos como inclusão ou socialização. Não há unanimidade ao enquadrar o consumo de produtos de luxo como necessidade ou desejo, no entanto, as duas entidades são necessárias à passagem para o ato de consumo.
A sociedade atual é uma sociedade em que a parcela das pessoas que compram bens e serviços vivencia a explosão do consumo pelo simples prazer do consumo. Para estes, pode-se falar de uma democratização do conforto, da estetização da vida cotidiana e da consagração social dos referenciais do prazer e dos lazeres. De acordo com Colin Campbell (2001), a chave para o desenvolvimento do hedonismo moderno está no deslocamento da preocupação primordial das sensações para as emoções. As emoções têm o potencial de servir como fontes imensamente poderosas de prazer por serem elas estados de alto incitamento. Mesmo uma emoção negativa, como o pesar ou o medo, excedem qualquer coisa gerada apenas pela experiência sensorial. Sua maior característica está no fato de que pode ser representada como um acontecimento que se acha fora do controle de um indivíduo, uma tempestade de comportamento que é suportada por ele.
Para Campbell (2001), o hedonista moderno possui duas características marcantes. Em primeiro lugar, ele exerce total domínio sobre os estímulos que experimenta e, consequentemente, sobre o prazer que obtém alcançado mediante certo grau de controle sobre os significados dos objetos e acontecimentos. Em segundo lugar, ele é capaz de evocar estímulos na ausência de quaisquer sensações exteriormente geradas, através do poder da imaginação, ou seja, do devanear ou fantasiar; possui uma aptidão especial para tratar os dados sensoriais como se fossem reais. É esta forma altamente racionalizada de hedonismo auto-ilusivo que caracteriza a moderna procura de prazer.
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