O CARISMA APLICADO EM MÍDIAS DE INFLUÊNCIA
Por: Marianna Mendes • 23/4/2017 • Trabalho acadêmico • 1.220 Palavras (5 Páginas) • 271 Visualizações
Carisma
Ao procurar explicar e entender fenômenos sociais, através de um tipo ideal sociológico, Max Weber propôs conceitos de dominação e ação social praticadas por indivíduos em suas relações sociais cotidianas. O seguinte trabalho procurou entender um dos termos criados pelo sociólogo alemão: a dominação carismática, mas além de simplesmente compreender seu conceito, houve um interesse de analisar como a sua abordagem na realidade social com a intermediação dos meios de comunicação em massa.
Através de suas obras, Weber estabeleceu que o princípio de autoridade caracterizada pela presença do poder. Todavia, não adianta deter poder, mas encontrar a possibilidade de obediência para ordens.
As explicações, que circundam os questionamentos de Weber a respeito da gênese das relações coletivas entre as pessoas em uma mesma sociedade, são de âmbito racional ao atribuir sentido as ações dos homens. Entretanto, o conceito de carisma se expande ao irracional, singular e particular; é uma transformação que se inicia no íntimo, na consciência das pessoas através da legitimação de uma autoridade carismática. Dessarte, o carisma, mais que uma simples nomenclatura, é um modo de explicar como a relação assimétrica da dominação carismática ocorre em um contexto de “desencantamento do mundo”. Acredita-se que essas personalidades carismáticas detêm dons especiais e são capazes de solucionar períodos de crise e angustias.
A respeito da dominação carismática observa-se o rompimento com autoridades tradicionais e a racionalização, uma pessoa se torna crível, pois esse elemento proporciona a possibilidade de proposta de deposita uma expectativa.
CARISMA APLICADO EM MÍDIAS DE INFLUÊNCIA
Inicialmente a proposta da relação de dominação assimétrica prevista por Weber era de âmbito político e religioso. Todavia, no contexto dos meios de comunicação em massa, figuras públicas que não circundam esse meio também são dotadas de carisma. Logo, o carisma se expressa de maneiras únicas.
Essas personalidades carismáticas que aparecem na mídia detém uma capacidade de criar consciência no público. Persuadir, inspirar, convencer e reafirmar são algumas das dinâmicas utilizadas pelas lideranças carismáticas, nos mais diversos aspectos que dizem respeito ao conteúdo midiático – desde atrair audiência ou divulgação de um produto.
Contudo, no que diz respeito a eficácia dessa personificação de influência, exige-se uma manutenção do líder carismático, é proposto que haja um tipo de atualização da personagem que aparece na mídia. Quer seja aparecendo com frequência nas mídias, adequando seu discurso, quer seja se contextualizar sobre as expectativas do público.
KAROL CONKA
A motivação de legitimação da dominação carismática por um público que objetivasse na coesão e afirmação de valores entre a autoridade carismática e os seus seguidores causando, dessa forma, mudanças sociais, uma revolução de atitudes e vitórias sobre situações de crises ideais. É uma transformação que se inicia no íntimo, na consciência das pessoas e como causam desenvolvimento de atitudes que chegam a causar uma transformação na personalidade do público.
Um grande exemplo que tem sido recorrente, de carisma na mídia é Karoline dos Santos de Oliveira. Que se tornou conhecida como “Karol com K”, porque havia uma colega de sala de mesmo nome, mas com a inicial diferente: Caroline com C.
Rapper, negra, mãe e mulher, como ela mesma se define, traz músicas sobre o reconhecimento e valorização da mulher. Entrando de forma não violenta, ao combate e principalmente ao debate contra preconceitos, como o machismo e o racismo.
“Cada letra, cada música eu fiz pensando no que vivi e escrevendo pra mim, me colocando no lugar das pessoas, o que eu gostaria de ouvir de uma artista negra”. Dona de frases bem elaboradas e que causam simpatia ao público, como nas músicas “Tombei”: / “Peguei sua opinião, 1-2 pisei/ Seu discurso não convence só lamento” /. “É o poder”: / “Realidade assusta todos tão normais/ Sociedade em choque, eu vim pra incomodar” /. E “Farofei”: / ”Quando eu não era famosa e tava cheia de conta pra pagar, ninguém queria me ajudar / Agora que eu sou poderosa e tenho condição pra me bancar. / Todo mundo querendo me criticar” /.
Feminista, ela tem sido exemplo para muitas jovens se apoiarem e levantarem causa. Karol Conka é o contraste de tudo que a sociedade estipula como desajustado, como não pertencente, até minoria, mas com todo seu carisma e até mesmo sem perceber tem sido “líder’’ de movimentos pró a diferença e contra a covardia.
“Tombar é ser feliz. Se sentir realizado de uma maneira simples e prática. Esse é o lema da geração tombamento, que é uma galera que não quer mais saber de opressão e que está cansada de julgamentos e rótulos”. – diz Karol Conka. Seu rap é geralmente limpo e acessível para os fãs de todas as idades, principalmente livre de sexo e política, a sua mensagem é simples: ser aberto, aceitar os outros e ser você mesmo.
A representatividade diminui traumas, suicídios e depressão. Somos mais felizes quando nos aceitamos e quando há um artista com tamanha visualização, falando sobre aceitação, fica mais fácil se identificar. É fundamental conscientizar as pessoas sobre o que faz a humanidade melhor, mais igualitária e tolerante.
“A sociedade está se libertando de padrões e a comunicação deve retratar isso, para que os consumidores se reconheçam nas marcas que consomem e que assim consigam fortalecer o posicionamento da marca”.
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