O PENSAMENTO LIBERAL E O POSITIVISMO
Por: Paloma Cristofoletti • 20/2/2019 • Trabalho acadêmico • 3.761 Palavras (16 Páginas) • 169 Visualizações
INTRODUÇÃO
1. O PENSAMENTO LIBERAL E O POSITIVISMO
O século XIX foi marcado pelo liberalismo, que se fundamentava na defesa da liberdade individual nos campos político, religioso e intelectual. O liberalismo afirma que o desenvolvimento moral e cultural só será alcançado através desenvolvimento das faculdades do indivíduo. Entretanto, ele começou a sofrer transformações quando tentou conciliar sua estrutura racional apriorística que se adquire mediante a dedução com o empirismo onde todo conhecimento provém unicamente da experiência, e com o materialismo segundo o qual a matéria e suas leis são tudo o que existe ou a explicação de tudo, gradativamente essa tendência da ciência centraliza-se no empirismo.
É nesta oposição do racionalismo que surgem os defensores do cientificismo seduzidos pelo progresso contínuo, onde se compreende o mundo dos fatos através da experiência obtida pela ciência que se sobressai diante todas as formas de compreensão humana (religiosa, metafísica).
Como a sociedade daquela época estava passando por diversas transformações com o intuito de reorganizá-la para obter ordem e progresso, Auguste Comte recorre a ciência para descobrir as leis que fazem com que a sociedade funcione o positivismo então passou a dominar o pensamento típico do século XIX utilizando o método e a doutrina. Onde o método consistia em embasar na certeza profunda dos fatos de experiência teórica e como doutrina recorre a ciência que estava trazendo mais resultados em caráter universal da realidade e como significado geral da mecânica e da dinâmica do universo. Passou-se então a não procurar o porquê das coisas, mas a observar por toda parte o mecanismo do mundo ao invés de inventá-lo.
Segundo Comte o termo positivo designa “ O real frente ao quimérico, o útil frente ao inútil, a segurança frente a insegurança, o preciso frente ao vago, o relativo frente ao absoluto”.
Seu método de trabalho é a partir da observação dos fatos verificados pela experiência. Sua corrente filosófica é baseada no método geral de raciocínio resultante de todos os métodos particulares, sua ideia inicial é que no estado positivo que o espírito humano reconhece a impossibilidade de obter noções absolutas.
A doutrina Comtiana tem uma parte geral e uma especial. Na geral, ocorre o desenvolvimento a partir da lei dos três estados, sendo eles o modo de pensar dividido em teológico, metafísico e positivo. Os mesmos são utilizados por Comte para explicar a história. O primeiro estado é o teológico onde as explicações provém dos fenômenos por meio dos agentes sobrenaturais, o segundo é o metafísico que se fundamenta por meio da reflexão a respeito da natureza primacial do ser, e o Terceiro é o positivo no qual os fenômenos são explicados pelas leis da experimentação demonstrada, e é neste estado que as sociedades e os indivíduos evoluem.
Auguste Comte só reconhece as ciências experimentais ou positivas que tratam dos fatos e das suas leis distinguindo as ciências abstratas das concretas.
Na parte especial, a doutrina positivista pode ser considerada por quatro aspectos: psicólogo, ontológico, sociológico e religioso. No aspecto psicológico Comte considera que a psicologia faz parte da biologia neste aspecto não se as explicações metafísicas para explicar o que acontece com os seres humanos usando apenas explicações biológicas ele basicamente considera a alma como um conjunto de funções cerebrais. No ontológico ele nega as causas eficientes e finais, o infinito e o absoluto para reconhecer apenas o relativo, a sensível, o fenomenal, o útil. “Tudo é relativo, isso é a única coisa absoluta”. Já os aspectos sociológico e religioso partem desde a divisão dos poderes sociais em material, intelectual e moral até a humanidade concebida como conjunto de todas as almas fortes e eternas
2. O PRINCIPAL PENSADOR DO POSITIVISMO
2.1. Auguste Comte (1798 - 1857)
Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (1798-1857), mais conhecido como Auguste Comte, foi um filósofo francês, nascido em Montpellier, França. É conhecido como o criador da corrente de pensamento denominada Positivismo. “O verdadeiro espírito positivo consiste sobretudo em ver para prever, em estudar o que é, a fim de concluir disso o que será, segundo o dogma geral da invariabilidade das leis naturais. ” (COMTE, 1978.)
Comte iniciou seus estudos em sua cidade natal até o ano de 1814, quando se muda para a capital e ingressa na Escola Politécnica, fundada em 1794, como fruto da Revolução Francesa e do desenvolvimento da ciência e da técnica, resultante da Revolução Industrial. Sua estadia na universidade não se estendeu por muito tempo, foi expulso dois anos depois (1816), por liderar um movimento de protesto. Passou então a viver de aulas particulares e colaboração em jornais.
No ano seguinte, tornou-se secretário do socialista Saint-Simon, o primeiro filósofo a ver claramente a importância da organização econômica na sociedade moderna, e cujas ideias Comte absorveu, sistematizou com um estilo pessoal e difundiu. Simon apresentou à Comte duas das principais ideias que orientam seu pensamento daí por diante: a de que os fenômenos sociais, como os de caráter físico, também obedecem determinadas leis; e a de que todo conhecimento científico e filosófico deve ter por finalidade o aperfeiçoamento moral e político do homem.
A relação de Comte e Simon terminou de maneira tempestuosa, como acontecia com quase todas as relações pessoais de Comte. Ele e Saint-Simon eram de temperamentos muito diversos para que pudessem trabalhar juntos durante muito tempo: o rompimento ocorreu quando o discípulo começou a sentir-se independente do mestre, discordando de suas ideias sobre as relações entre a ciência e a reorganização da sociedade.
Em 1825 conheceu Caroline Massin, jovem escritora com quem viveu algum tempo e logo depois acabou se tornando sua primeira esposa. Desempregado e, não tendo mais os proventos de secretário, passou a ganhar a vida dando aulas particulares de matemática. Algum tempo depois, em 1826, iniciou em sua própria casa um curso, do qual resultou uma de suas principais obras, o Curso de Filosofia Positiva.
Deprimido por constantes desentendimentos com a mulher, caiu em profundo esgotamento nervoso e, em 1827, tentou o suicídio ao atirar-se de uma ponte nas águas do Sena. Salvo por um guarda que passava pelo local, Comte foi internado em uma clínica de saúde mental para tratar de problemas psiquiátricos.
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