O REALISMO E A AUTORIA NOS FILMES DE MICHAEL HANEKE
Por: thithi14 • 23/3/2018 • Trabalho acadêmico • 4.673 Palavras (19 Páginas) • 273 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS
CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS - CECH
DEPARTAMENTO DE ARTES E COMUNICAÇÃO - DAC
IMAGEM E SOM
TEORIA DO AUDIOVISUAL II
THIAGGO DE CARVALHO CASTRO
O REALISMO E A AUTORIA NOS FILMES DE MICHAEL HANEKE
São Carlos
2013
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
1. STORYLINE DAS OBRAS 4
1.1. VIOLÊNCIA GRATUITA (Funny Games, 1997/2007) 4
1.2. A PROFESSORA DE PIANO (La Pianiste, 2001) 4
1.3. CACHÉ (Caché, 2005) 4
1.4. A FITA BRANCA (The White Ribbon, 2009) 5
1.5. AMOR (Amour, 2012) 5
2. A AUTORIA 5
2.1. AUTOR SEGUNDO A POLÍTICA DOS AUTORES 5
2.2. MICHAEL HANEKE É UM AUTOR? 7
2.3. VIOLÊNCIA: A MATRIZ 9
2.4. O GÊNERO 10
2.5. A ESTRUTURA NARRATIVA 12
3. O REALISMO 13
3.1. “MAS A FICÇÃO NÃO É REAL”? 15
CONSIDERAÇÕES FINAIS 17
BIBLIOGRAFIA 18
INTRODUÇÃO
Michael Haneke é um diretor, roteirista, atuante no mercado cinematográfico. Com 11 longas-metragens lançados desde a década de 1990, sem contar os feitos para televisão, seus filmes apresentam características estilísticas e temáticas recorrentes. É a partir destas que será feita uma análise sobre sua obra, no víeis da sua autoria e da realidade representada em seus filmes, tentando aplicar teorias e pensamentos que marcaram a teoria do cinema.
Em um recorte de cinco de seus filmes (Violência Gratuita; A professora de piano; Caché; A fita branca; Amor) será exposta uma breve sinopse de forma a contextualizar cada um dos filmes. Logo em seguida, a análise será dividida em duas partes: a primeira analisando a questão da autoria; a segunda, a questão do realismo em seus filmes. E para cada um dos tópicos, será feita uma exposição teórica para uma posterior discussão.
A autoria será discutida com base na política dos autores proposta pelos jovens turcos da Cahiers Du Cinema, passando pela questão do gênero e da estrutura narrativa. O realismo terá como base, principalmente, os textos de André Bazin.
- STORYLINE DAS OBRAS
- VIOLÊNCIA GRATUITA (Funny Games, 1997/2007)
Georg e Anna (na versão americana, George e Ann), juntos a seu filho Georgie e seu cachorro chegam a sua casa do lago. Logo após a chegada, eles recebem a visita de dois jovens, Peter e Paul, que tinham visto na casa de seu vizinho, Fred, e que pareciam serem amigos ou parentes deste. Os jovens, em pouco tempo, tornam os membros da família seus reféns e os obrigam a participar de jogos de forma a permanecerem vivos, apostando que até as nove horas da manha seguinte nenhum dos três estariam vivos.
- A PROFESSORA DE PIANO (La Pianiste, 2001)
Erika Kohut é uma professora de piano no Conservatório de Viena. Embora já aos 40 anos, ainda vive na casa de sua mãe. Por trás de sua fachada confiante e severa está uma vida privada cheia de fetiches, na qual, em busca de excitação, frequenta cinemas pornôs e se automutila. Ela se depara com Walter, um estudante de 17 anos, que se sente atraído por ela e que acaba se tornando seu aluno no conservatório. Os dois passam a ter um relacionamento peculiar envolvendo suas fantasias perversas.
- CACHÉ (Caché, 2005)
A vida tranquila de Georges, um famoso apresentador de um programa televisivo de literatura, de sua esposa Anne e seu filho Pierrot, uma pacata família francesa, se transforma quando passam a receber fitas de vídeo com imagens de sua casa, filmando-os no seu dia-a-dia, além de receber desenhos com significados obscuros. Apesar de contatar a polícia, esta não faz nada. Assim, a partir das pistas deixadas pelos vídeos, o casal tenta descobrir a origem dos vídeos e desenhos.
- A FITA BRANCA (The White Ribbon, 2009)
Em um período próximo ao início da Primeira Guerra Mundial, estranhos eventos ocorrem em um vilarejo no norte da Alemanha, dominado pelo Barão e pelo pastor local. Lá vivem os trabalhadores da fazenda do Barão, suas esposas e filhos, o Médico, e um professor primário, diretor do coral da vila, e que tenta investigar conexões entre esses acidentes.
- AMOR (Amour, 2012)
Georges e Anne são um casal de aposentados, que eram professores de música e que têm uma filha, Eva, também musicista, mas que tem um relacionamento distante com os dois. Em um determinado dia, Anne sofre um derrame. Ela, então, é submetida a uma cirurgia que acaba dando errado, e fica com um lado do corpo paralisado. Enquanto Georges cuida de Ann, ela passa a piorar a cada dia, mentalmente e fisicamente, até ele tomar uma difícil decisão para os dois.
- A AUTORIA
- AUTOR SEGUNDO A POLÍTICA DOS AUTORES
No início do livro O autor no cinema, Jean-Claude Bernardet disserta sobre qual seria a origem e definição da palavra autor. Para ele, autor era qualquer pessoa que fizesse “uma obra de ciência, literatura ou de arte” (1994, p. 9), mas destaca que no senso mais comum, autor era entendido como sinônimo de escritor. Bernardet, dessa forma, afirma que para os adeptos da política dos autores essa palavra tem origem literária e, por isso, viam “o cineasta como escritor, o filme como um livro, mais precisamente um romance” (1994, p. 14). Essa comparação entre diretor e escritor tornou-se frequente na crítica francesa e na revista Cahiers Du Cinema principalmente após o desenvolvimento do conceito de caméra-stylo (câmera-caneta) por Astruc. Jean-Caude, então, conclui que somente após uma demorada e difícil evolução é que a palavra autor perde “seu peso literário e se torna o diretor” (1994, p. 16).
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