Resumo de poema
Por: CristianeSantos1 • 22/11/2015 • Trabalho acadêmico • 506 Palavras (3 Páginas) • 501 Visualizações
¨Quem sou eu?¨ Também conhecido como bodarrada, por ser característico da forma com que Luís Gama enfrentava as humilhações que um negro sofria numa sociedade escravagista (portando, racista), mostra a falta de sossego e as mudanças que absorvem a formação da cultura brasileira.
Um dos preconceitos racistas mais difundidos dizia respeito ao suposto odor que proviria dos negros. Por isso, no Brasil do século XIX, uma das gracinhas mais comuns era chamá-los de “bodes”, tanto os índios quanto os negros foram fortes referências de preconceitos assim.
Ao invés de tremer de rancor e babar de raiva, sinais histéricos de impotência, Luis Gama preferiu colocar no ridículo essa “súcia”. Para expressar as angústias, sentimentos, sonhos e lutas, ao longo da história, os negros e mestiços também serviram como literatura e juntaram-se a suplica da sociedade, em geral, por mudanças e, ao mesmo tempo, procurando fixar uma identidade não só racional e estética, mas, principalmente, racial.
Nada escapa do Luís Gama na sociedade daquela época. Sendo lícito em vários aspectos da sociedade. Nesse contexto de muitas misturas étnicas, marcado pela escravidão do homem negro feita pelo branco, a luta pela liberdade virá acompanhada da sua irmã identidade e vai lançar as grandes questões para a nova sociedade brasileira.
Portanto, a questão que Luís Gama levanta no seu famoso “Bodarrada” parte nos negros para os brancos, fazendo-nos pensar que a partir de ¨quem sou eu?” é que devemos identificar quem somos nós?
Colocar no slide:
Ao invés de tremer de rancor e babar de raiva, sinais histéricos de impotência, Luiz Gama preferiu colocar no ridículo essa “súcia”. Sinteticamente, como disse ele em outra oportunidade, “todo mundo tem a mesma catinga”. Ou, como no poema, “Bodes há de toda a casta,/ Pois que a espécie é muito vasta.../ Há cinzentos, há rajados,/ Baios, pampas e malhados,/ Bodes negros, bodes brancos,/ E, sejamos todos francos,/ Uns plebeus, e outros nobres,/ Bodes ricos, bodes pobres,/ Bodes sábios, importantes,/ E também alguns tratantes...”.
Não escapa nada a Luiz Gama na sociedade daquela época. E, se lícito, for, nem alguns aspectos da sociedade atual. Por exemplo: “Não tolero o magistrado,/ Que do brio descuidado,/ Vende a lei, trai a justiça,/ – Faz a todos injustiça –/ Com rigor deprime o pobre/ Presta abrigo ao rico, ao nobre,/ E só acha horrendo crime/ No mendigo, que deprime”.
O poema é escrito no português brasileiro da época de Gama. Alguns leitores se surpreenderão ao saber que “pepineira” é o que chamamos hoje de “mamata”. Que “plectro” quer dizer inspiração poética; que “birbante” é o mesmo que “velhaco”; que “lapuz” é, simplesmente, “mau caráter”; e que “veador” é um serviçal palaciano. Quanto à “arte do Vieira”, talvez alguns não saibam que o padre Antônio Vieira escreveu um livro intitulado “A Arte de Furtar”. Mas tais dificuldades enriquecem a leitura. Nada que um bom dicionário não possa remediar.
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