TVE RS - RESENHA - ANÁLISE - UCS
Por: Felipe Padilha • 28/5/2017 • Resenha • 936 Palavras (4 Páginas) • 338 Visualizações
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
Centro de Ciências Sociais
Jornalismo
Disciplina: Telejornalismo II
Horário: 38-39
Acadêmico: Felipe Michelon Padilha
TVERS: os desafios da convergência no telejornalismo na televisão pública
A presente resenha é construída acerca do artigo “TVERS: os desafios da convergência no telejornalismo na televisão pública” da jornalista, doutora e docente da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Cristiane Finger. Tal escrito traz uma análise e reflexão sobre a concessão do canal de televisão pública do estado do Rio Grande do Sul. A análise parte de um contexto mundial com exemplos norte-americanos e europeus, perpassando a realidade nacional, como a TV Cultura, chegando ao “jeito gaúcho de fazer televisão”.
O artigo de Finger é dividido em quatro partes, sendo que após a introdução, a autora situa o contexto da necessidade da narrativa da transmedia para a hipertelevisão. A equipe coordenada pela docente analisou a programação do referido canal de televisão pública por duas semanas, período configurado pela troca de comando do governo do Rio Grande do Sul. No entanto, a pesquisa foi centrada sobretudo no programa “Canal Aberto”, edição diária de telejornal da emissora.
Um dos temas abordados na conclusão dessa pesquisa é o “empoderamento” do telespectador, ou melhor, do consumidor de conteúdo. No século XXI, a interatividade é uma onda avassaladora que atinge a todos, inclusive quem se diz conservador. Nessa linha, empoderar quem está assistindo certo conteúdo, significa permitir que esse indivíduo possa promover ações que venham a provocar mudanças positivas no grupo social. Numa emissora pública, esse termo deveria fazer a diferença. Dito canal de televisão comercial, muitas vezes, vai se limitar a abordar assuntos que possam ir de encontro às suas posições políticas, econômicas e sociais. A TV pública, por certo, não é do governo e o Executivo não pode ter ingerência sobre ela. Neste sentido, creio que a TVERS poderia atuar no empoderamento, partindo da comunicação para a sociedade.
A atual tendência da emissora para o crossmedia, tendo em vista a escassez de recursos é outro quadro apontado pelo estudo. Ainda na segunda parte, Finger faz o contraponto entre o termo cross, que se traduz na repetição do mesmo conteúdo nas diferentes plataformas e do transmedia, que permite a complementação entre os diferentes meios, como a FM Cultura, a TVE, seu sítio na internet e as redes sociais.
O cerne do estudo é o terceiro capítulo do artigo. Nessa lógica, o estudo apresenta os dados de cortes no orçamento, mudanças na grade de programação e o maior problema: a ingerência política dos governos do Rio Grande do Sul. É possível visualizar, portanto, o quanto a estrutura política é tendenciosa e engessada, não permitindo a criação e/ou reprodução de conteúdo que venha a causar atrito com o plano de governo estabelecido.
É importante salientar que, mesmo com o orçamento pela metade, o “feijão-com-arroz” da TVE ainda é bem visto pela comunidade. Isso é perceptível na entrevista com as duas telespectadoras da emissora. De acordo com elas, apesar de uma linha política, há um aprofundamento das temáticas tratadas e uma abordagem informativa e não comercial.
As alterações de programação, a partir da interferência política e ideológica são constantes, tendo em vista que não há manutenção da linha de governo, e as trocas acontecem a cada quatro anos, a TVE mantém a tradição de promover debates, entretenimento e jornalismo. Se isso ocorresse numa emissora comercial, certamente estaria economicamente falida.
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