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A Construção Social da Realidade - Contextualização com a realidade

Por:   •  8/4/2018  •  Resenha  •  1.046 Palavras (5 Páginas)  •  386 Visualizações

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Identificação da Obra:  BERGER, Peter L. e LUCKMANN, Thomas. A Construção Social da Realidade - Tratado de Sociologia do Conhecimento. Editora Vozes Ltda., 2007, Petrópolis.  

RESENHA

A obra de Berger e Luckman apresenta-se como um tratado acerca da Sociologia do Conhecimento, no sentido de ser um exame de como o ‘homem’ constrói o seu próprio conhecimento da realidade, tratando das relações entre o pensamento humano e o contexto social dentro do qual ele vive.  Uma realidade que existe independente de nós, ou seja, um conjunto de fatos que acontecem no mundo independente da vontade do indivíduo, mas ao ser percebida pelos ‘homens’ comuns em perspectivas diferenciadas produzem o conhecimento.

        De acordo com o conceito apresentado, pode-se afirmar que o conhecimento é uma interpretação que o indivíduo faz da sua realidade, são os aspectos que o indivíduo pensa que compõe a sua realidade. Podendo esta, se apresentar de forma sem semelhança entre a facticidade objetiva e o significado subjetivo. Em suma, a realidade da qual temos consciência, o conhecimento que temos dela, ambos são um produto da sociedade. E esta é construída pelo próprio homem. Ao mesmo tempo em que o homem constrói e molda a sociedade, ela a influência e assim por ela é moldado.

        Seguindo esta premissa, a relação entre o indivíduo e o mundo social é determinada pela percepção do mundo que o indivíduo possui, na qual se torna o seu conhecimento, e esta construção é influenciada pelo próprio mundo e pelo seu significado subjetivo. A mesma se dá em três níveis: indivíduos, grupo e sociedade. O primeiro percebe nos fatos os seus valores e adquire o seu conhecimento formando a sua ideologia, seus valores. Este está inserido em diversos grupos e, na qual as suas ideias colaboram na formação de ideologias e de valores destes grupos juntamente com o contexto social na qual estão inseridos. Diversos valores, ideologias, vão coexistir, interagir e se confrontar umas às outras formando o que podemos chamar de o conjunto de ideias da sociedade. Um dínamo constante: tanto os indivíduos como os grupos constróem e influenciam na sociedade quanto a sociedade influencia nos grupos e nos indivíduos.

        Os autores também abordam que a vida cotidiana se apresenta como uma realidade interpretada pelo homem comum. Ao contrário dos filósofos que vivem em constante questionamento da realidade. De certo temos consciência das diversas realidades existentes e que em um certo momento elas são conflitantes, mas que permanecem como fundamental para a vida cotidiana. A realidade da vida cotidiana se apresenta ao homem de forma já constituída em um determinado momento, numa determinada família com diversas influências (politicas, históricas, religiosas ou culturais).

        Outro fator presente na realidade cotidiana é a intersubjetividade. Mesmo existindo uma visão já estabelecida, cada indivíduo possui experiencias pessoais diferentes que ocasionam uma nova percepção ao conhecimento existente, porém, permanecendo um senso comum. A questão da temporalidade também influencia neste processo, devido a alta complexidade da estrutura temporal de uma sociedade devido as restrições temporais que são interdependentes.

As interações sociais, o convívio pessoal são elementos essenciais da realidade da vida cotidiana. O estabelecimento de padrões comuns, pela própria realidade cotidiana, é o agente que permite a interação entre os indivíduos, justamente a partir dos referenciais comuns estabelecidos. Podemos citar aqui a interação face a face que é mediada por sinais e pela linguagem. Isto é fundamenta para que ocorra a transmissão de conhecimento. Porém, se torna necessário fazer uma diferenciação entre os significados subjetivos e as objetivações a partir dos sinais produzidos.

Em outras palavras, a realidade da vida cotidiana é aprendida num contínuo de tipificações, de enquadramentos do mundo, que vão se tornando mais anônimos à medida do que se distanciam do “aqui e agora”, isto é, a medida que se distanciam da interação face a face. Conforme há o desenvolvimento de novos padrões de interação e relacionamento sociais, a compreensão do mundo fora do alcance da nossa experiencia pessoal e de nosso lugar dentro dele passa a ser moldada cada vez mais pela mediação de formas simbólicas. Assim, o mundo funciona, para o indivíduo, exatamente como ele o vê, exatamente como deveria funcionar. Isto reforça o discurso e dá legitimação à realidade social. 

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