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A Presença Feminina no Jornalismo Esportivo

Por:   •  20/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.140 Palavras (5 Páginas)  •  143 Visualizações

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A presença feminina no jornalismo esportivo[1]

Luana Rafael[2]

RESUMO: Este trabalho pretende destacar a vivência feminina em um contexto androcêntrico: o jornalismo esportivo, principalmente na televisão.  Ademais, irá percorrer os espaços conquistados pelas mulheres ao longo dos anos, dentro dessa especialização. Com base em uma pesquisa bibliográfica sobre o tema e em observação metodológica de entrevista com mulheres do meio, a proposta do resumo é descrever as disparidades existentes, com modo de fortalecer a importância do debate acerca da questão de gênero.

INTRODUÇÃO

Na história mundial, através de muita luta e ao longo de vários anos, as mulheres alcançaram espaços importantes, que antes eram dominados pela presença masculina. Elas conquistaram o direito à participação política, à educação e sobretudo, à participação esportiva, ponto principal deste trabalho. Além dos obstáculos inerentes à qualquer profissão, em especial, ao jornalismo esportivo, as mulheres estão sempre à prova, se reafirmando a todo tempo, somente, por terem nascido do sexo feminino.

A presença feminina em um ambiente, majoritariamente, composto por homens, como as redações, precisa enfrentar o preconceito e o assédio constantes. Seja do público ou dos próprios colegas de profissão, as jornalistas que trabalham com o esporte, estão sempre sendo alvos de julgamentos machistas, reflexos do patriarcado.

Assim, a escolha do tema, deve-se a necessidade de enfatizar essa luta feminista, que apesar dos avanços, ainda está longe de acabar: uma vez que, quando presentes nas redações e programas esportivos, as jornalistas ainda desempenham funções consideradas mais “femininas”, ou de menor conhecimento esportivo necessário. Além disso, essas também convivem com o assédio recorrente, que muitas vezes parte dos próprios entrevistados, e com a constante sexualização de seus corpos.

REFERENCIAL TEÓRICO

A inserção das mulheres na comunicação brasileira ocorreu tardiamente (a partir de 1920), tendo em vista que a imprensa, no Brasil, passou a existir no início do século XIX; mas se essa inserção já foi lenta, a das mulheres no jornalismo esportivo foi ainda mais.

No pensamento machista, a imprensa feminina deveria dedicar-se a revistas de moda, culinária e entretenimento, conteúdos caracterizados como de “menor relevância”. O intelecto feminino é sempre colocado em questão, principalmente, no ambiente esportivo, dominado pelos homens. Nesse cenário, constantemente, essas escutam provocações machistas como: “Gosta de futebol? Então diga a escalação da seleção de 70!”.

Apesar de não ser sinônimo de esporte, o futebol é o mais valorizado no território nacional; a modalidade domina as programações esportivas. O futebol masculino é mais vendido e prestigiado, jogado por homens, comentado por homens e para homens, encontrar um lugar nesse meio não é fácil para as mulheres até os dias atuais.

Quando chegam até o mundo esportivo, as jornalistas costumam ocupar postos de trabalho em que não precisam dar opinião, cobrir ou debater uma competição, geralmente, são encaminhadas para editorias amadoras, como o vôlei, onde o machismo não se faz tão presente quanto no futebol. Ademais, a presença feminina é maior nos cargos de repórteres e quase nula nos postos de comentaristas. Soninha Francine, uma das primeiras mulheres que conseguiu chegar a esse posto, contou: 

Lembrei de uma coisa que aconteceu assim que cheguei ao SporTV. Fui chamada de lado e essa pessoa falou: “Não concordo com sua vinda para cá. Não acho que precise de mulher no programa. Acho que você é invenção da diretoria. Queria te dizer claramente que sou contra”. (“Intrusas” no gramado: Como o ambiente machista ataca mulheres que trabalham com esporte: UOL - São Paulo, 2016)

Outrossim, se independente da profissão, as mulheres já sofrem com assédio e sexualização, em um meio predominado por homens, isso torna-se ainda mais presente. Muitos são os relatos de repórteres que sentem-se incomodadas com declarações de entrevistados; estando no local para exercerem seu trabalho, essas vêem suas presenças reduzidas à beleza ou têm suas perguntas invalidadas. “Em uma entrevista coletiva, um treinador discordou da opinião de uma jornalista antes de responder a questão. Com a resposta, veio o comentário sobre os atributos físicos dela: “Vou discordar de você apesar de você ser muito bonita.” (“Intrusas” no gramado: Como o ambiente machista ataca mulheres que trabalham com esporte: UOL - São Paulo, 2016)

Nesse sentido, a luta feminina empreendida, mostra-se essencial para a representação da realidade das mulheres jornalistas. Somado a isso, as mídias exercem forte influência na construção social de gênero, sendo assim, a presença das mulheres em ambientes em que essas não eram vistas, corrobora para a quebra de preconceitos e de pensamentos patriarcais.

METODOLOGIA

O primeiro passo para este trabalho foi a escolha do tema, que além de visar ao debate da importante temática da questão de gênero, como citado anteriormente, foi impulsionado por anseios pessoais de uma futura jornalista, apaixonada por futebol, que pretende seguir carreira no meio e dar seguimento nessa luta pelo reconhecimento da capacidade feminina.

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