ARTIGO SELOS
Por: Drico30 • 2/4/2016 • Artigo • 2.809 Palavras (12 Páginas) • 277 Visualizações
Quem escreve cartas hoje em dia? Provavelmente, quase ninguém. Até não muito tempo atrás, olhávamos a caixa do correio, junto ao portão de casa, com certa frequência, na esperança de encontrar uma correspondência de alguém querido lá dentro. As cartas vinham cheias de sentimentalismo de saudades a um amigo ou familiar distante, Com o avanço da Internet, do e-mail e mais recentemente as redes sociais, que nos possibilitam quase uma convivência diária com pessoas a quilômetros de distância, a caixa de correio virou sinônimo de conta para pagar, os bilhetes e os recados deram espaço a SMS, a telefonia fixa está decadente, enquanto a móvel agrega muito mais do que voz. O celular é o verdadeiro PC, fazendo o papel de uma janela para o mundo digital. E o que dizer do email? Prático e quase instantâneo, tornou-se o padrão da comunicação contemporânea.
Os selos espalham a cultura de uma determinada região, destacando a flora e fauna, dessa forma as novas gerações têm acesso a seus costumes e tradições. Esse meio de se comunicar inicia a mudança da tradição oral para uma manifestação gráfica.
Em 1836 a Grã-Bretanha devido ao impacto da Revolução Industrial estava em transição radical, passado da economia agrária à industrial, isso às vésperas da ascensão da rainha Vitória que reinou de 1837 a 1901. Nessa época o valor de postagem era muito caro para grande parte da população inglesa e a correspondência era pago inicialmente pelo destinatário, o valor cobrado calculava-se de acordo com a distância e os números de paginas, e não se tinham garantia do recebimento das taxas de postagem devidas pelos usuários, com isso o sistema tornava-se muito vulnerável.
Foi nessa mesma data que, o professor inglês Rowland Hill (03/12/1795), deparou-se com uma cena corriqueira e comum, uma jovem recebendo sua correspondência, mas o fato despertou sua atenção, pois a jovem após analisar o exterior de sua correspondência por alguns minutos a devolve imediatamente ao carteiro que a leva embora em silencio, curioso em saber qual o motivo da devolução, Rowland vai ao encontro da jovem e descobre que, devido ao alto custo das taxas do correio ela e o noivo criaram um código de escrita que seria feito no exterior da carta e manuseando rapidamente o envelope a mensagem era revelada. Isso fez com que Rowland refletisse e identificasse alguns pontos negativos no sistema de postagem, e a partir disso reuniu algumas idéias que entre elas, apontava uma necessidade importante de mudanças nos serviços de transporte de correspondências, levando em consideração uma sociedade em plena expansão comercial e capitalista onde a integração entre as distantes regiões seriam feitas com mais eficiência e um menor custo de postagem.
Um ponto fundamental apontado por Rowland era o pagamento antecipado da taxa de envio das correspondências e para que isso acontecesse, ele sugeriu a utilização de um pedaço de papel com tamanho suficiente para ter um estampa e com parte traseira coberto com goma, que aplicando um pouco de umidade poderia colar-se ao exterior da carta.
Sob alegações de que a idéia serviria ao progresso comercial, em 17 de agosto de 1839 suas sugestões foram aprovadas pelo Parlamento Inglês, surgindo assim o primeiro selo postal.
Em setembro de 1939, Rowland Hill foi nomeado membro do Tesouro e com isso responsável em implantar a reforma postal no país.
A partir de um concurso aberto ao publico também em 1839 que o vencedor Benjamin Cheventon apresentou a efígie da rainha Vitória à época de sua coroação aos 15 anos de idade. Foram lançados dois selos distintos, um com valor de 1penny que tinha a cor preto predominante recebendo o nome de Penny Black e o segundo já na cor azul foi chamado de TwoPence Blue, ambos entraram em circulação no dia 6 de maio de 1840. Com a nova reforma no sistema, o valor das correspondências reduziu-se bastante e com isso o aumento do uso dos serviços do Correios e os lucros obtidos pela administração postal inglesa.
Dentro de um contexto econômico e político, as mudanças postais estavam inseridas de forma mais ampla, era importante o controle do Império sobre as colônias e a eficiência na troca de correspondência estava diretamente ligado ao sucesso das transações comerciais. A estreita relação comercial entre o império britânico e brasileiro favoreceu muito para a implantação quase imediata dos selos em solos brasileiros, antes mesmo que outros países economicamente mais desenvolvidos.
O Brasil adotou em 1º de agosto de 1843, o mesmo sistema adotado por uma companhia privada de Correios de Nova Iorque, e os primeiros selos brasileiros batizados como “Olho-de-boi” devido ao formato do desenho que se parecia com os olhos do animal, e até hoje são tão admirados e colecionados por filatelista de diversos países.
Quando chegou ao Brasil, foi motivo de disputa político-econômica. Aqueles que tinham nomes conhecidos no poder político brasileiro disputavam pela oportunidade de ter seu rosto estampado no artefato adesivo assim como o rosto dos grandes imperadores eram estampados nos selos ingleses.
Os primeiros selos brasileiros tinham como estampa padrão as cifras, que variavam de acordo com a taxa paga pelo serviço de entrega da carta, e assim se manteve até o momento em que foi encomendado um selo com estampa do rosto de Dom Pedro II com a finalidade de reforçar sua imagem de monarca.
O selo foi um grande sucesso, e este contribuiu para a reforma feita na ilustração dos selos que viriam posteriormente.
Após a reforma no design dos selos, que anteriormente eram estampados apenas com cifrões, passaram a estampar também o rosto das grandes potências monarcas da época. Foram adicionados também picotes, que dariam uma nova forma aos artefatos, que antes eram fabricados em quadrados ou retângulos. Isso passou a facilitar sua separação, que ate o momento eram cortados com tesouras ou navalhas manualmente causando uma irregularidade do formato.
No momento em que o governo reparou o grande alcance que os selos tinham, não só nacionalmente, mas também internacionalmente, é que surgiu a idéia de usá-lo como forma de comunicação e propaganda entre os Estados e países, dando origem aos selos comemorativos. Em terras inglesas, os primeiros selos comemorativos foram desenvolvidos para que através da sua circulação fosse informada a independência das colônias. Funcionava como uma comemoração, um grito de guerra pelo feito alcançado.
Já no Brasil, os primeiro selos comemorativos foram criados para comemorar os 400 anos desde a chegada dos portugueses em nosso território. Foram impressos 400 mil exemplares dessa série de selos, que foram comercializados apenas
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