Comparação Factotum - American Explendor

COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM - 1º SEMESTRE B.

MARIA PAULA CIDADE MOTA

Prof. L. Henrique Bittencourt

CIÊNCIAS AERONÁUTICAS

FACTÓTUM E O ANTI-HERÓI AMERICANO

O trabalho a seguir refere-se a uma comparação semiótica entre as obras Factótum e O Anti-Herói Americano, de Charles Bukowski e Harvey Pekar, respectivamente.

Para ambos os autores, o foco da narração é o cotidiano. Em Factótum, Charles Bukowski aborda o tema descrevendo de uma maneira forte, com uma linguagem mais dura e mais profunda. Cada experiência que é tratada tem todo um processo de análise, em que o personagem encaixa seu desapontamento com os costumes da vida, em um universo cultural repleto de sujeira, vadiagem, liberdade e libertinagem.

Em O Anti-Herói Americano de Harvey Pekar, obtemos o tema com uma narração de poucas palavras, utilizando-se da arte underground que consagrou o seu trabalho. Narra fatos simples do dia-a-dia, em que é possível lidar de várias maneiras a uma determinada situação. Harvey Pekar traz para suas obras uma visão diferente de uma vida normal em que fracassos são comuns a pessoas comuns. E a guerra da vida não é ganha como um todo, somente algumas batalhas. Com as próprias palavras do autor: “felicidade não vende, mas a melancolia”.

O contexto do segundo romance de Charles Bukowski, Factótum, é narrado em um ambiente pós-Segunda Guerra Mundial por meio do estilo romance. Quanto a Harvey Pekar, vem depois da década de 70, quando suas obras começaram a ser publicadas e houve o grande estouro do movimento de quadrinhos underground. Juntamente com seu ilustrador Bob Crumb, Pekar aposta na moda da época que acabara de surgir, que fugia dos padrões comerciais voltados para o público infantil.

Enquanto a adaptação cinematográfica de Factótum causou algumas polêmicas, tanto pelas falhas na adaptação, tanto pelo roteiro polêmico em si, o filme American Splendor, baseado na vida e obra de Harvey Pekar, obteve melhores críticas por ter chego mais próximo a expectativas dos acompanhantes dos quadrinhos. Inovando com a própria participação do autor Harvey Pekar, como comentarista e também como dublador, outro fato importante que, os diretores conseguiram realçar foi utilizar a entrevista original de Pekar no programa de David Letterman. Com certeza um toque de mestre dos produtores que conseguiu trazer mais realidade a história.

Harvey era extremamente inteligente, porém não tinha sucesso por estar incapacitado de explorar todo seu potencial devido ao seu exuberante pessimismo. Também considerados cultos, quando levamos em conta seus gostos musicais e literários. Características compartilhadas com o personagem Henry Chinaski de Bukowski.

 H. Pekar decidiu criar estas HQ's, pois precisava de um faturamento maior que o salário que ganhava como arquivista no hospital de Cleveland em que trabalhava. Mesmo após se tornar famoso ao ser apresentado em grandes programas como o Late Show, American Splendor nunca se tornou um fenômeno de vendas, e Harvey nunca se sentiu financeiramente confortável para deixar seu emprego fixo.

O autor da obra O Anti-Herói Americano, com o estilo de gibis Underground traz para a obra uma narração feita de seu ponto de vista, onde ele próprio é o protagonista de suas histórias. Recriado e caracterizado com a ajuda de seu amigo e também escritor e desenhista Bob Crumb, que deu vida as edições de O Anti-herói Americano com suas brilhantes ilustrações nos HQ’s.

Em Factótum, Buttowski cria seu personagem Henry Chinaski, um alter ego. Ele vive as situações descritas pelo autor, baseadas em seus momentos e em sua vida, antes da fama de escritor. O livro deixa claro como Chinaski, apesar de não possuir qualquer bem, ou estímulo quanto à vida, anda vagando sem rumo, sem emprego e sem perspectiva. E este ideal de existência é visto por varias vezes de maneira cômica e aceitável pelo personagem. Bukowski vê tudo através da lente da desmistificação – desmistifica a imagem do artista romântico e o milagre americano.

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